quarta-feira, 27 de abril de 2011

NYC

NYC

Na semana passada estivemos lá. Foi tão bom! Foi pena o frio (relembro-vos que estou tropicalizada e tudo o que é abaixo dos 15ºC é frio, frio, gelo gelado para mim), mas valeu a magnífica companhia da nossa anfitriã.

Amanhã - ou depois - conto mais. Por agora desligo. Lá fora está a bela trovoada tropical, que é como quem diz, um fantástico espectáculo de luz e som que não posso perder.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Com festejos ou sem eles...

...hoje é dia 25 de Abril e comemora-se o 37.º aniversário da Revolução dos Cravos. Ainda não era nascida, mas sempre que ouço Grândola, vila morena ou mesmo Quis saber quem sou, fico com pele de galinha.

Não tivessem sido aqueles militares corajosos, quem sabe ainda tivéssemos vivido muitos anos enterrados debaixo de um pesado véu de uma ditadura castrante, que nos deixou, como povo, inseguros e pouco confiantes das nossas capacidades. Quando penso em quão diferentes as nossas vidas poderiam ser, caso o dia 25 de Abril de 74 tivesse sido um dia normal e não o que foi, assusto-me. Toda a minha vida vivi em liberdade: pude entrar e sair do meu país quando quis, sem precisar da autorização do marido; pude casar-me e dar-lhe o meu apelido, ao mesmo tempo que também escolhi ficar com o dele. Se precisar, posso pedir um passaporte, uma certidão qualquer. Posso mandar um e-mail às Finanças, ou à Segurança Social. E sei que, se algum dia for necessário, posso recorrer a um tribunal, pedir ajuda a um polícia, ou ir ao serviço de urgência do centro de saúde mais próximo.

Por isso, com crise, sem crise, com festejos ou sem eles, estamos hoje infinitamente melhor que há 37 anos atrás.

25 de Abril, sempre!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

I am that I can´t II

Aqui há dias contactaram-me do programa "Portugueses no Mundo", da Antena 1, para gravar uma conversa comigo. A gravação foi no meu ontem à noite, madrugada de quem está em Portugal, e o resultado pode ser ouvido aqui.

Não foi a primeira vez que falei na rádio (há muitos anos, talvez até noutra vida, tive uma rubrica, num programa infantil da Rádio Macau, em que recomendava leituras), mas foi um excitex total e completo.

Muito obrigada às jornalistas por esta oportunidade!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Muito actual

"Prohibido votar basura"

as forbidden as it is, the street is full of trash

A cena acima foi fotografada no Sábado passado, no centro da Cidade do Panamá.

Para além do nojo que o monte de lixo desperta em mim, a ironia do prohibido votar basura está no duplo sentido permitido pelos vários erros ortográficos em tão parca superfície. A proibição, a indiferença perante a proibição e a inacção diante do panorama catastrófico que se vive ali naquela rua são, curiosamente, uma metáfora que se pode transpor para outras situações.

Curiosamente, ou não, a mesma fotografia calça como uma luva no actual panorama político português. Por isso, no dia 5 de Junho é preciso comparecer nas urnas e é absolutamente proibido "votar em lixo", nem que isso exija um grande voto em branco.

Igualmente pertinente para quem vive cá (os moradores que ali depositam o seu lixo e também a autoridade de saneamento desta cidade) como também para todos os eleitores portugueses: acção é preciso, arregacemos as mangas e não nos deixemos vencer pela inércia.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Esqueci-me!

Ontem esqueci-me completamente de assinalar o dia em que festejei os quatro anos de vida na América Latina, três deles em Buenos Aires e quase a celebrar o primeiro aniversário de vida panamenha.

Quatro? Já?!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Má vizinhança

Fireworks seen from above

Há dias em que a má vizinhança não tem ar esquisito nem andrajoso. Há dias em que a má vizinhança é assim: exuberante, bonita até, mas totalmente inconveniente.

Esta foto de fogo de artifício (visto de cima!) foi tirada às onze da noite. Até aqui tudo bem. O problema é que houve nova saraivada de luz, cor e muito som à uma e meia da manhã. Já dá para ver o problema...

O Club Unión - ou o sócio que usou as suas instalações na noite de 25 para 26 de Março - é o responsável pela noite mais mal dormida de todos os prédios que circundam as suas instalações. A festa foi rija até às seis da manhã, com música tão alta que parecia que tínhamos a aparelhagem ligada, no quarto, aos berros.

Eu dormitava e ia acordando e a minha irritação escalava e escalava: a canção "I got a feeling" passou umas três ou quatro vezes durante a noite. Será que o DJ não tinha mais canções para ir variando? E então quando ele perguntava ao seu público em êxtase: "nos vamos a dormir?". Imediatamente gritava a resposta: "Noooooooooo!"

Nem ele, nem os convivas, nem ninguém dormiu naquela noite.

Na noite seguinte, liguei para o Club Unión quando ouvi os primeiros acordes da música de nova festa. Fiquei a saber que:

- a segurança nada pode fazer para controlar o nível de ruído produzido pelos festivaleiros de serviço. Pode recomendar ao sócio que baixe o volume da música, mas este tem poder de veto nessa decisão.

- não vale a pena chamar a polícia, já que o Club Unión dispõe de todas as autorizações camarárias para rebentar fogos de artifício (à uma da manhã, aparentemente, também).

- não vale a pena invocar regulamentos anti-ruído ou até o bom e velho sentido comum: quem manda é o sócio.

E sabem uma coisa? Para se ser sócio do Club Unión paga-se uma jóia de dezenas de milhares de dólares, mais uma quota que não está a preço de saldo e ainda se compra uma acção. Como é a prestações, desconfio que não deve ser barata.

Ficamos a saber que o dinheiro compra um diploma, arrogância e prepotência; mas não compra educação.

Em jeito de p.s., conto que as festas do fim-de-semana passado já tiveram o volume mais baixo, apesar de durarem até de madrugada. Recorri ao velho truque do tampão no ouvido, que, apesar de incómodo, me garante mais descanso e um dia seguinte mais agradável que não o usando.


Eu seja santa.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quem ajuda?

No Domingo passado chegou o nosso cabaz do Culantro Rojo, o nosso fornecedor de produtos de agricultura biológica panamenha. Dentro do cesto, uma miríade de produtos, alguns conhecidos, outros não. Mas há muitos deles cujos nomes desconheço, de maneira que peço ajuda aos meus leitores para lhes dar os nomes em português (europeu ou não).

Ora o cabaz que nos chegou foi este:

Last Sunday´s basket

Mnham, certo?

Como se chamará esta couve?

Isto que é? Uma couve? Qual? 

E esta alface?

Esta "alface" pica, pica, pica! Pica e dá piquinhos no nariz e nos olhos. É uma delícia, mas às vezes até faz chorar.

Mnham!

E isto, que é? Cebolinho?

Também veio uma caixinha de algo que desconfio ser cebolinho, portanto, seria um produto repetido:

Mnham mnham!

Este feijões verdes...

Isto conheço, e olá se este feijão verde é delicioso! 

Que faço com um rábano?

Rábano, certo? Ou nabo? Que faço com isto, sopa? 

Abóbora

Esta abóbora é uma categoria. Agora que já recebemos a nossa parrilla argentina, nem sabem o deleite que é. Ligeiramente queimadinha fica com aquele sabor caramelizado que lhe é característico, com uma pitada de flor de sal e um fio de azeite da Capinha... Ui, já me está a crescer água na boca!

Açúcar...?

E isto? Penso que é um açúcar qualquer, mas não sei o nome. Acho que cá lhe chamam "raspadura", mas - lá está - não confirmo.

Espinafres do além

Estes espinafres são do além. Desde cozidos, à sopa, a apenas "entalados" num pouquinho de calor, são de uma delícia de comer e chorar por mais. Sabem mesmo, mesmo, mesmo a espinafres, e isso não é algo que se possa dizer de muitos que por aí se vendem. 

Não sei se me esqueci, mas ainda faltam aqui os rabanetes, o pepino e os pimentos que também chegaram. Os pimentos provavelmente acabarão na parrilla, o pepino num sumo. Mas... que faço com os rabanetes? Manteiga e sal?

Leitores que não comentam: cheguem-se à frente e contem-me tudo, desde os nomes até às receitas que recomendam para os diferentes ingredientes. 

Obrigada!