quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Para quem perguntou o que acontece aos puzzles cá em casa, depois de estarem terminados, aqui vai a resposta:





Que é como quem diz: divido-o em placas do tamanho da caixa, ponho uma folha de papel por baixo (a maioria das vezes são duas folhas A4 coladas, à falta de uma folha A3) e coloco as camadas qual lasanha dentro da caixa.

Se me apetecer fazer o puzzle outra vez, desmancho estas plaquitas. Se me apetecer pendurá-lo na parede (coisa que não costuma acontecer, mas quem sabe um dia ainda venho a ter uma casa imensa, cheia de paredes enormes e brancas, sabe-se lá), é mais fácil que refazer do zero.

E é isto. Espero ter esclarecido as tuas dúvidas, Fungagá!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pirraça

Mnham.
É. Admito. Estou a fazer pirraça. Esta é a fruta que ando a comer a toda a hora.

(Na verdade só posso fazer pirraça porque aqui há uns meses atrás andava eu encasacada, tal como quem agora está no hemisfério norte. Além disso, as temperaturas estivais são de pouca dura porque em breve eu própria estarei encasacada a cantar músicas de Natal e a dar ti-ti-ti à sobrinha. Queixo-me? Nada. Já falta pouco!)

Buenos Aires by night (dia 27)

Buenos Aires by night_26Mesmo durante a semana, as noites de Verão são para ser aproveitadas.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Reimperdível

Quem ainda não tem Cool Iris, clique rapidamente aqui, siga as instruções e prepare-se para uma nova experiência de internet. Para quem faz pesquisa de imagens e de filmes, é mais do que imperdível. É reimperdível, como se diria por cá.

Buenos Aires by night (dia 26)

Buenos Aires by night_26

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 24)

Buenos Aires by night_24

E porque é do interesse comum, relato aqui o diálogo que mantive ontem com um dos professores de salsa, na Viruta. Aos inevitáveis De dónde sos? e Qué hacés acá? respondi que vine con mi marido (para Buenos Aires, e reparem no uso de "mi marido"). A resposta entrou directamente para o top-Argentina, apenas superada pelo episódio Bombon Suizo: "Y tu marido se molesta si te entregamos en la mañana siguiente?"

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Não está com nada

É que não está mesmo. Tem algum jeito eu ficar doente precisamente quando estou sozinha em casa? Se toda a gente sabe que a única vantagem de uma constipação é ter mimo extra e chazinho que vem ter comigo sem eu ter de me levantar... Está mal.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Missão: cumprida!



Sim, senhores ouvintes (ou leitores?), este puzzle foi concluído. Foram 3000 peças, algumas ajudas, uma ajuda grande (sim, de certa e determinada pessoa cujo nome não vou revelar aqui), muitos serões, algumas tardes de Domingo. O melhor do puzzle é mesmo não ter pressa de o fazer: quando o acabamos, (quase) deixa saudades.

Para que fique claro, quem ganhou o concurso "quem vai encontrar Portugal? e Buenos Aires?" fui eu. Pura e elementar questão de justiça. Ainda bem que o acaso cooperou!

Ora aqui está Portugal:


E aqui, Buenos Aires:




Este é um detalhe de um dos painéis.




E o próximo é...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 22)

Avenida 9 de Julio. Agora há radares.

Ainda as eleições...

Só por curiosidade, vejam aqui como são os boletins de voto em vários estados americanos.

(Voltem, boletins de voto simples, estão perdoados!)

Alegrias





É inevitável mencionar a vitória esmagadora do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos. Estas eleições tinham quase tudo para ser históricas, a começar pelo nível dos candidatos: à partida, qualquer um deles constitui uma considerável melhoria em relação ao actual presidente.

Mas passemos à frente: a vitória dos democratas deixou bem clara a vontade do povo americano e é com imensa alegria que vejo as reportagens na televisão e vejo gente feliz e contente com o resultado. Nem toda a gente estará feliz e contente (há muitos estados vermelhos lá no centro do país, curioso!), mas eu, pelo menos, estou. Estou contente. Acho que a diferença que este Presidente pode vir a fazer nos assuntos internos do país poderá ser tão importante quanto a mudança na política externa americana. E aí... aí, sim, interessa-nos a todos. Quer queiramos quer não, vivemos num mundo globalizado e o que se passa nos Estados Unidos também nos afecta a nós (a "nós" não-americanos, quero eu dizer).

A juntar-se a esta alegria, soube hoje que uma amiga ganhou uma importante bolsa de estudo, bolsa essa que ela mais que merece.

No meio de tantos cancros e crises financeiras (leia-se "más notícias"), hoje há motivos para sorrir.

Parabéns!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Episódios curiosos

Aviso: este post contém linguagem vulgar.

Não sei por que razão mas ultimamente tenho-me lembrado muito de um episódio anedótico que me aconteceu numa tarde luminosa de Novembro na baixa lisboeta. Lembro-me bem da data porque era o aniversário da minha irmã. Saí da faculdade e desci a colina até à zona das lojas da Rua Augusta, onde acabei por lhe comprar umas calças em padrão xadrez - estavam na moda, nessa altura.

Caminhava com o meu ar habitualmente alheado, a olhar para o magnífico céu azul que costuma coroar a cidade e a controlar vagamente o sinal do semáforo, esperando o bonequito verde para poder atravessar a estrada. Eis senão quando um velhote se chega a mim e me diz (nunca me esqueci das palavras dele):

"Menina, faz-me um broche."

Olhei para o lado e tinha um senhor de cabelo branco, ar bastante lavado e insuspeito e não queria acreditar. Olhei para o outro e vi uma pacata concidadã que encolheu os ombros e revirou os olhos. Veio o verde e atravessei a estrada, tentando deixar a experiência para trás. Só que a experiência não cooperou e acompanhou-me.

"Menina, ninguém tem de saber das nossas vidas, faz-me um broche. Tenho ali um quartinho numa pensão. Faz-me um broche", ia-me dizendo o velhote enquanto me perseguia Baixa fora. Sentia-me vagamente como se tivesse um auscultador de telefone gigante atrás de mim, que amplificava o som de uma chamada para uma linha qualquer de pornografia telefónica paga a peso de ouro. O homem não desistiu facilmente, até que perdi a paciência e lhe gritei qualquer coisa que me saiu no momento de estupefacção. E aí lá se foi embora, provavelmente para tentar a sorte noutro lugar qualquer.

Olhando para trás, o episódio dá-me uma tremenda vontade de rir que não consigo reprimir de cada vez que penso na frase mais repetida por ele. E na proposta da pensão. E do quartinho na pensão. E da descrição do que queria que eu lhe fizesse. Vá, ao menos tentou. Não teve sorte, mas tentou.

(Onde andará hoje?)

Buenos Aires by night (dia 21)

Agora que a temperatura começa a subir, as esplanadas enchem-se de gente. Gostei particularmente da localização oportuna do marco de correio.

sábado, 25 de outubro de 2008

Buenos Aires by night (dia 19)

Montra de uma das lojas predilectas do Paulo, que tem a particularidade de ter agora esta fotografia de calçada portuguesa. O coco que o senhor traz na mão faz-me pensar em Calçadão do Rio. De qualquer forma sabe bem ver estes elementos arquitectónicos tão familiares cá longe, ainda que seja só numa montagem fotográfica.

Buenos Aires by night (dia 18)

Café La Biela, um dos cafés notáveis de Buenos Aires.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mudou a hora

Mudou, mas que ninguém pense que foi uma coisa pacífica. Em Portugal já estamos habituados a um fim-de-semana em Março em que temos uma hora a menos para dormir, a partir do qual os dias são compridos. Em Outubro, temos um fim-de-semana em que temos mais uma hora para dormir e, a partir dessa data e até Março do ano que vem, os dias são curtinhos.

Cá a mudança da hora foi todo um tema amplamente discutido, com direito a debate televisivo no horário nobre, com especialistas em neurologia e bio-ritmo, já para não falar nos senadores de diferentes províncias, a favor e contra desta mudança da hora. Que não, que não se poupa energia coisa nenhuma. E que sim, que afecta tremendamente o bio-ritmo. E que terrível é só podermos jantar aí pelas onze da noite, já que só vamos para a cama à uma da manhã (alguém explique a estas pessoas que às onze da noite já muitos argentinos jantam hoje em dia e que jantar com luz do dia nunca fez mal a ninguém, veja-se nomeadamente na amostra que é aquela refeição chamada "almoço", realizada com luz diurna, e muitas vezes seguida pelo descanso a que chamam "sesta", muitas vezes sem correr a persiana).

As províncias mais perto dos Andes (salvo Jujuy) não mudaram a hora. Compreendo que o façam e basta que mencionem o simples facto de não fazer sentido que às oito da manhã seja de noite. Mas gente, por favor, discutam menos e façam mais. E ponham a novela; no cômputo final é mais interessante que o neurologista a mostrar a maquete do cérebro e a localização precisa do nosso relógio biológico.

Pequena nota: não vejo a novela. Mas já dá para entender que o debate foi mesmo pertinente.

Descobertas?

Há bocado estava a pentear-me antes de sair de casa e descobri aquilo que pensei ser um cabelo branco. O meu primeiro cabelo branco. Não é todos os dias que se descobre o primeiro cabelo branco e portanto pus-me a explorar a madeixa para tentar isolar o intruso.

Parece que não, que afinal foi falso alarme. Acho que estou a ficar loura.

Buenos Aires by night (dia 17)

Sushi no Irifune. Cuidado com a saliva a pingar!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Buenos Aires by night (dia 16)

Vista de uma das janelas do Centro de Exposiciones José Verdi, na Avenida Almirante Brown, no bairro de La Boca, durante a inauguração da exposição de pintura "Boedo Erótica"

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Buenos Aires by night (dia 15)

Fim-de-semana em Cariló

Os meus pés no Atlântico Sul.

O fim-de-semana passado foi prolongado devido à comemoração do Día de la Raza. Que raça se comemora, ninguém sabe; mas sabe bem comemorar com um dia livre, sobretudo se nos convidam para ir a Cariló, uma terra à beira-mar plantada a uns 400km de Buenos Aires.

Aceitámos com muita alegria o convite que nos foi feito e lá fomos por essas estradas fora, a caminho da costa atlântica.

No Sábado de manhã, enquanto viajávamos, o tempo estava maravilhosamente quente. Pensei com alegria no biquini que tinha posto à última hora dentro da mala. Mas assim que chegámos ao nosso destino, a temperatura começou a baixar e o resto dos dias foram passados dentro de casa, de lareira e aquecimento acesos. Mas nem o mau tempo estragou o propósito principal da viagem: ver o mar. Ver o mar e dormir a sesta, que com estas duas componentes se constrói um fim-de-semana de sonho.

Cariló é um lugar estranho: é como se fosse um condomínio fechado, mas não é nem condomínio, nem fechado. É uma vila com dois acessos, construída num pinhal. Aqui existem regras de construção e de ocupação do terreno e essas regras são respeitadas. A área de construção em cada parcela de terreno está bem definida e o limite da casa não pode chegar à beirinha da propriedade, o que significa que as ruas - não asfaltadas - têm uma aparência mais ampla.

Em Cariló existem zonas de hotéis, de comércio e residenciais bem integradas na paisagem; apesar disso, o centro não deixa de parecer levemente uma disneylândia, versão férias à beira-mar. Mas isso não lhe retira nem um pouco a sensação de descanso e de conforto da casa dos nossos anfitriões, que tão bem nos receberam. A parilla foi amplamente usada e o Paulinho colaborou com o seu novo prato de confecção superior, o risotto de boletos. Mnham.

E, sem saber ler nem escrever, hoje já é quinta-feira. Vivam as semanas de quatro dias!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Blog Action Day 2008: Pobreza

Este é o meu post para o Blog Action Day 2008.





O tema deste ano é "pobreza". Não é exactamente "luta contra a pobreza"; se fosse, não sei bem o que escreveria, já que tenho a sensação de que todas as coisas que temos feito (de um modo geral e também do ponto de vista particular) não têm surtido grande efeito. A pobreza continua a grassar e, ainda por cima com esta super crise financeira, a aumentar. Não querendo entrar pela temática da crise financeira ao abrigo da minha nova atitude o que é preciso é saudinha, menina, acho que uma das coisas que realmente carece de eficácia é mesmo a luta contra a corrupção. Acho que essa, sim, poderia ajudar bastante a combater a pobreza.

Dada a minha incapacidade-barra-falta-de-vontade de discorrer sobre a luta contra a corrupção, quero apenas contar o que senti ao visitar as minas de Potosí, na Bolívia, momento sobre o qual já aqui escrevi.

Casebres à entrada de uma das minas do complexo de Cerro Rico, em Potosí, na Bolívia.

Cabe aqui explicar, em modo de preâmbulo, que a cooperativa de mineiros abriu a mina ao turismo com o objectivo não só de dar a conhecer o seu trabalho mas também porque as receitas das visitas constituem uma grossa fatia dos seus rendimentos mensais. Para dizer de outra maneira, não foi o turista ou a perversa máquina do turismo que subiram pela montanha acima para ir explorar aquelas pessoas, mas sim uma situação de que ambas as partes beneficiam.

Acho que já todos contactámos com a pobreza, de forma mais ou menos próxima ou mais ou menos permanente. Mas nesta visita às minas contactei com talvez o seu pior aspecto: a total e absoluta falta de perspectivas de melhoria. Esta ausência de perspectivas é tão imensa e tão presente que me pergunto se aquelas pessoas imaginam sequer ser possível existir outras realidades. Admito que sou ingénua e que gosto de o ser. Não acho que aquelas pessoas sejam estúpidas, pelo contrário. Acho apenas que, pura e simplesmente, não sabem nem conseguem imaginar outra vida que não aquela, e isso é que é especialmente aterrador.

Foi nas crianças que mais notei a crueldade desta premissa: aos sete ou oito anos já têm uma camada de caliça incrustada na pele, que, juntamente com a sujidade, lhes forma uma espessa crosta e uma maior carapaça. Têm uma visão cínica da vida, do futuro e muita dessa acidez é canalizada para os turistas que os visitam. Fomos recebidos por meninos sem idade a mandarem-nos pedras com uma fisga, algo que, dado o contexto, equivale vagamente a cuspir na sopa. Mas ao aproximar-nos da entrada da mina percebemos melhor o que o futuro lhes reservou: tabaco, álcool e folhas de coca, uma mistura boa para os deixar atordoados e conformados com a vida. Para eles existe um buraco escuro cheio de pó, dinamite, arsénico e outras coisas que tais, que lhes garantem uma vida curta e um obstrução pulmonar crónica.

Foram estes miúdos sem caras, sem expressões e sem olhar que me fizeram tremer e desejar ardentemente chegar à cidade seguinte no nosso percurso, a cidade universitária de Sucre.

E cada vez mais penso: é certo que pobreza é não ter acesso a alimento e a água potável. Mas é sobretudo a falta de sonhos, de perspectivas de uma vida melhor e de acesso à educação. A pobreza está em todo o lado.

Buenos Aires by night (dia 14)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A devida homenagem

Na sexta-feira passada pudemos finalmente visitar a nossa amiga S., internada no hospital há um mês e meio com um diagnóstico, no mínimo, complicado. Não pensem, contudo, que foi uma ocasião triste, nem mesmo solene ou da circunspecção típica destas ocasiões. Foi - salvaguardadas as respectivas diferenças - como ir beber um café com uma boa amiga.

Não, não creio que ela esteja em negação; penso apenas que tem um espírito optimista e muito lutador. E, honra lhe seja feita, mesmo doente e com a cabeça cheia de peladas, continua a ser o máximo! Para além de bonita, tem um bom humor e não pára de contar piadas com a pinta de quem não entende porque é que tem tanta graça, mas tem.

Por achar que a futilidade e a superficialidade são sinais de muita força em momentos de adversidade, deixo aqui apenas um pequeno apontamento da conduta da S. E que fique bem claro que eu, em situações absolutamente normais, não tenho paciência para fazer (nem uma fracção de) o mesmo.

Ora a história é a seguinte: telefona-lhe o médico que lhe tinha feito a consulta domiciliária urgente com os resultados das análises, aí coisa da uma da manhã, e diz-lhe que se interne naquele momento. Nem no dia seguinte, nem daí a umas horas, mas sim imediatamente. Pois ela, mulher que é, cheia de espírito que é, foi preparar-se para o momento: tomou duche, aplicou banho de creme no cabelo, secou e alisou o cabelo, pintou as unhas dos pés e das mãos e depois foi acordar a mãe para a avisar que tinha de ir para o hospital.

Quem se cuida assim não é gago. Ou lá o que quer que seja que se aplique ao caso.

Que te mejores rápido, querida S. Te queremos y te esperamos para brindar con vos y con nuestro vino de Porto, como combinamos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A prova provada de que realmente sou maledicente e malvada


Ora aqui está a prova de que certa pessoa cujo nome não vou mencionar (mas a cujo corpo pertence a mão que vêem acima) me está a ajudar a fazer o puzzle. Sim, todas as minhas queixas eram infundadas (ou será que serviram de motivação para o esforço?) e, como tal, estou publicamente a retractar-me de todas as acusações perfeitamente infundadas que aqui fiz. (Para ler as acusações, que não são mais do que as habituais palermices que costumo dizer nesta chafarica, clicar aqui e aqui.)

Ora, posto isto, deixem-me guiar o vosso olhar para o facto de os dois anéis que servem para a representação do globo estarem já concluídos, bem como de quase todas as áreas à volta. Resta-nos o oceano e temos até um pequeno concurso entre nós para quem encontrar Portugal.

Espero, espero, espero ser eu a encontrá-la. Seria triste, irónico, indecente, incrivelmente triste, irónico e indecente, diria até totalmente triste, irónico e indecente que outra pessoa que não eu, qualquer outra pessoa entre os dois que aqui vivemos, encontrasse a peça do nosso (querido, saudoso e distante) Portugal, tendo em conta que eu me dedico a pescar, organizar e juntar pecinhas enquanto alguém faz o Benfica ganhar todos os campeonatos na playstation. 3000 pecinhas, não sei se já disse (mas nunca é demais repetir).

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Dave Matthews Band ao vivo, em Buenos Aires

Essa mancha desfocada que se vê no ecrã gigante é o próprio Dave Matthews, a cantar (e encantar) de corpo e alma.


Na sexta-feira senti-me a voltar aos meus anos de Universidade e fui a um festival de música, daqueles com revista das mochilas à entrada e casas de banho de plástico. Lama, esse componente tão importante dos festivais de música, é que faltava: a organização instalou uns módulos plásticos no chão que estavam húmidos, sim, mas não deixavam que puséssemos o pé no lodaçal que estava por baixo.

Ou não havia muita gente (opinião do Paulo) ou então a organização foi mesmo muito boa porque não demorámos tempo nenhum a entrar, a encontrar o palco e a colocarmo-nos a jeito para o concerto da Dave Matthews Band (doravante designada por DMB).

Quando comecei a ouvir e a gostar de DMB acho que ninguém à minha volta a conhecia, portanto tinha zero hipóteses de trocar galhardetes com quem fosse mais entendido do que eu. E também não havia a internet acessível como há hoje. Nesses idos de fins de noventa, conheci apenas uma amiga da minha irmã que tinha, gostava e trocava CD´s comigo para ouvirmos outros álbuns. E pronto, assim se foi cimentando o meu gosto pela música deles.

Vai daí, em 2007 decidem ir a Portugal, precisamente um mês depois de eu me mudar para a Argentina. Danados. E eu triste, só e abandonada, como os gelados, a pensar que a vida de uma fã é irónica e tal.

Eis senão quando vejo um cartaz do festival Pepsi Music cá em Buenos Aires com... DMB! Arrastei o Paulo e lá fomos.

Houve alguns percalços mas, resumindo, o concerto foi muito bom. Não conheço as últimas músicas deles (não compro música pela internet - pelo menos ainda - e cá não encontrei o CD novo) mas vibrei à mesma com elas. A presença deles em palco é, no mínimo, electrizante, energizante, vitalizante. O baterista teve do princípio ao fim do concerto um enorme sorriso na cara, coisa que pudemos apreciar nos ecrãs gigantes (onde o sorriso ganhava novas proporções gigantescas). Apesar de o saxofonista da banda ter morrido há pouco mais de um mês, têm com eles outra pessoa cuja exibição nada deixou a desejar e que encantou o público. O próprio Dave Matthews, vocalista e guitarrista, deu corpo e alma na actuação. Enfim, foi um espectáculo de som e cor que me deixou com um sorriso na cara, a mim e a toda a gente que ali estava. Realmente impressionante.

O aspecto negativo da coisa... bem, é um aspecto afectivo. Gostaria de ter assistido a este concerto em Portugal para o ouvir a dizer "boa noite" e "obrigado" em português. E também posso dizer que o público argentino é bom, mas acho que não se comparam com a energia que sai do público luso. (Esta é uma afirmação completamente idónea e sem a mais pálida sombra de preconceito por eu ser... enfim, por eu ser portuguesa.)

Viva DMB! Que concerto espectacular! (eu achei, o Paulo menos, mas também estava com déficit de sono e era sexta-feira, um dia chato para animação ao serão)

Come and relaaaax my heaaaaaart
put your troooooubleeees down...
You don´t need to bear the weight of your worries
Let them all fall away...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Buenos Aires by night (dia 13)


Esta é a montra de uma loja chamada "Tramando". Esforçando-me para não cair trocadilhos, uma das suas duas montras é sempre um espaço onde existem instalações feitas por artistas plásticos vários. As montras são sempre bonitas (digo eu, não sei, ideias minhas!) e diferentes. Sempre que passo por lá, penso "que será que estão tramando hoje...?".

Pois. Não resisti.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Buenos Aires by night (dia 12)


Esta é uma montra de uma loja de tintas para a construção civil. Na noite em que a fotografei estava a decorrer a "noite das galerias de arte" e havia um determinado circuito onde as galerias tiveram as portas abertas fora do horário normal de expediente. Esta loja, perto das galerias, apesar de estar fechada, parecia fazer parte do circuito: as paletas pareciam fruto de intervenções artísticas. Seriam?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Buenos Aires multi-cultural

Buenos Aires é uma grande cidade e é uma cidade imigrantes. É certo que as grandes ondas de imigração têm vindo a mudar conforme o contexto internacional, mas a verdade é que o resultado de toda essa imigração é uma cidade multi-cultural onde se celebram festas cristãs, judaicas, muçulmanas e também locais (nas tradições mistas do culto à Pachamama, muito mescladas com os ritos católicos).

Ontem foi o Ano Novo Judeu. Qual, não faço ideia, realmente não estou dentro do assunto. Hoje, vi o seguinte cartaz na rua, a celebrar o Ramadão:



Lisboa não tem o tamanho de Buenos Aires, mas talvez a variedade de tradições já requeira uma abertura maior que aquela que há (pelo menos, que havia quando me vim embora) e que praticamente se restringe às celebrações cristãs ortodoxas. É um bom começo, mas é preciso fazer mais.

Buenos Aires by night (dia 11)


Um dos grandes problemas de Buenos Aires é a recolha e tratamento do lixo, que, ao fim do dia, se acumula em milhares de sacos bem gordos. Antes da chegada da brigada de limpeza urbana, passam os cartoneros, que abrem cada saco e respigam papel, cartão e plásticos "limpos". Ou seja, entre a passagem de uns e outros, o panorama é dantesco.

Buenos Aires by night (dia 10)


Esta imagem é dedicada à Bau, que nos idos de 90 já ficou no Hotel Waldorf. (Agora é mais Hostal Rodríguez Peña.) Curiosamente o Irifune fica mesmo ao lado do Waldorf. O mundo é muito pequeno...

Buenos Aires by night (dia 9)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 7)

Para retirar as dúvidas surgidas há uns dias atrás sobre o ramo de negócio desta montra, aqui vai a resposta:


Lingerie...


...mais lingerie...


...mais lingerie.

Mas adorei que fizessem a montra com a temática chá das cinco. Adorei.

Buenos Aires by night (dia 6)


Um fenómeno local (talvez regional, porque aparentemente isto também acontece no Rio de Janeiro) é o quiosque de flores aberto durante as 24h.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Para quem acha(va) que eu era fundamentalista...

...ora aqui está a prova de que não sou a mais fundamentalista, há gente bem mais motivada a defender a sua saúde e a do ambiente: a autora deste blog está a abandonar todos os produtos de plástico e conta as suas experiências aqui.

Não sei bem até que ponto tenho vontade ou paciência para lutar contra os plásticos na minha vida (estão por todos os lados, eu seja santa), sobretudo tendo em conta a insistência em lojas (em todas!) em dar-me saquinhos e mais saquinhos e a reacção de surpresa (às vezes negativa) na cara das pessoas quando digo que no hace falta, la bolsa. Por cá, o saquinho de plástico ainda é visto como o supra-sumo da higiene (pão dentro de saco de plástico, perinhas da mercearia dentro de um plástico e de esferovite, garrafas envoltas em dois sacos de plástico "para proteger melhor"... será que nunca ninguém ouviu falar no bom e velho papel de jornal para este efeito?) e não me parece que o paradigma mude tão depressa.

Por coincidência hoje falei com uma amiga (a viver em Portugal) que me contava como nas notícias desse lado do Atlântico se fala nos lacticínios contaminados com plástico. Acreditam que cá isso não é notícia? Não. Cá é a história da carrinha de transporte de crianças que bateu (ligeiramente) noutro carro que, por sua vez, bateu numa árvore. Saldo? Arranhões e carros um bocado amolgados. Mas mesmo assim esta foi uma notícia urgente de abertura de jornal das nove da manhã, com direito a uns dez minutos de antena. Haja paciência.

Buenos Aires by night (dia 5)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Eu, triste

Quando chegámos a casa depois das férias recebemos a notícia de que uma amiga está internada, com um prognóstico bastante reservado. Ainda não tinha escrito nada aqui no "Entre" sobre o assunto, mas hoje estive a escrever-lhe uma carta para ser entregue por uma das poucas visitas que pode receber e decidi-me. O beijinho do I. veio mesmo a jeito para fazer o contraponto. Felizmente nem tudo são más notícias.

Eu, contente


Hoje, na aula de alemão, a minha professora tinha um desenho do filho para me dar.

Nota: gosto especialmente da forma como tenho andado a espalhar o "vírus-beijinhos" e de como os meus amigos estrangeiros já usam essa expressão!

Para quem não conseguir ler, aqui vai: "Um beijinho para a Ana de Portugal".

A "Ana de Portugal" sou eu. :)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O que fiz no fim-de-semana

Avancei o puzzle:

Não parece assim tão avançado, pois não? Mas são 3000 peças, gente, 3000 peças!!! E sem ajuda - até ao momento!

E tricotei:
Estou verdadeiramente a adorar tricotar este cachecol, é lindo e fácil! Tipo "barato e bom", só que lindo e fácil. E a receita é à borla, portanto "barato e bom", de facto. Aliás, "bom, bonito e barato", como pregão de loja do chinês.

Receita, gratuita, aqui.

Mais fotografias do cachecol, aqui.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Día de la Primavera

Foi ontem. E pareceu um dia de Inverno.

Mas este post é para comentar uma publicidade que vi no canal argentino "Todo Notícias" e que consistia em imagens de momentos marcantes da história recente argentina: os agricultores a festejar no fim da crise com o governo (em Julho passado), um concerto da Shakira (em Maio, creio), claques de uma equipa a celebrar a vitória no jogo, a Presidenta a ser cumprimentada por uma personalidade qualquer e mais algumas imagens deste calibre. Em cada uma, aparecia a respectiva data. Depois, ecrã todo escuro e o seguinte texto: "21 de Setembro. Dia da Primavera". Pausa dramática, ecrã todo negro. Novamente texto: "finalmente um dia que todos podemos celebrar em conjunto".

(nota: é possível que não esteja a decalcar palavra por palavra, mas a ideia era claramente esta)

Que dizer? O marketinero da casa diz que a ideia é boa, a execução é má. Para quem não consegue separar assim tão bem as coisas, como eu, é uma publicidade negativa e a roçar o mau gosto. Já para não falar desta coisa de celebrar imensos dias, o do Amigo, o da Criança, o da Primavera, o da Maestra, o da Secretária, o do Jabonero e mais trinta mil efemérides que os argentinos inventaram e que já se tornam irritantes. É impossível lembrar-me de todos e ainda mais lembrar-me de comprar lembranças relativas a cada um deles.

Ironia das ironias, ontem, o tal de dia da Primavera que todos podíamos celebrar, foi um dia frio, triste e chuvoso, em que o que fizemos foi mesmo ficar no quentinho de casa.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

"Pachienchia"...

...diz a minha sobrinha, e com muita razão. O regresso ao ritmo de trabalho tem sido difícil: nos primeiros dias, imensa energia; depois foi decaindo até ao final da semana e nem o fim-de-semana de descanso conseguiu inverter esta tendência. Paciência, portanto, e pode ser que entretanto as coisas melhorem.

Para que este post não seja o mais deprimente da história aqui do "Entre", ora aqui vai a reportagem fotográfica do nosso novo entretém:


Não sei bem se na fotografia dá para ler o número de peças. Não dá? Pois. São 3000.

Eu sou uma puzzleira inveterada e gosto de um bom desafio, mas acho que este aqui foi o verdadeiro "mais olhos que barriga". Alguém cujo nome não vou mencionar insistiu muito para que comprássemos este, grande (ocupa a mesa da sala toda) e com muitas peças. Dado que nesta casa somos só dois e essa determinada pessoa de nome incógnito não fui eu (já estou a dar pistas demais...), adivinhem quem é que tem estado a deslindar o mistério do "onde é que andará o magano do biquinho do A, eu seja santa"?

Buenos Aires by night (dia 3)


Ganha um prémio quem adivinhar o que vende esta loja...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro de 2008

Escrevi agora um post em inglês no meu outro blog sobre o aniversário que hoje se comemora e acho que acabei de esgotar o que dizer sobre este ataque desproporcionado. Não há palavras que descrevam a estupefacção e o medo com que os que lá não estiveram olharam para os ecrãs de televisão. Não queria, no entanto, deixar passar em branco a data e, também, deixar aqui os meus votos (irreais?) de que o mundo não se transforme num lugar horrível e que continue a ser feito de nuvens brancas e fofas.

Buenos Aires by night (dia 2)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Encuentro de bloggeras tejedoras este Sábado

Há sempre uma primeira vez na vida e esta é a primeira (acho que sim, que é mesmo) que escrevo neste blog em castelhano:


Celes está organizando un encuentro de bloggeras tejedoras este Sábado a las 12h en el Shopping Abasto, acá en Buenos Aires.

Yo voy a ir! Ahora solo tengo que ir a buscar que tejer porque todavía no he comenzado nada nuevo desde el suéter que terminé el Sábado pasado.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 1)

Buenos Aires by night


Uma das ideias que trago para pôr em prática na minha pequena "rentrée" é a de captar e publicar aqui uma série de trinta imagens da cidade de Buenos Aires à noite.

A minha ideia não é original. Outros bloggers fazem séries semelhantes (lembro-me particularmente da SouleMama e do FotoBen) e a ideia parece-me tão interessante que a vou usar aqui com a expressão empregue pelo homem do marketing cá de casa: "share and reapply". Gosto da ideia, gosto do compromisso, gosto de procurar imagens bonitas, gosto do efeito inesperado do erro na fotografia nocturna e quero partilhar tudo isso.

Espero que também gostem.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

De volta


Acabaram-se as férias. Não se pode realmente falar da "rentrée" como em Portugal dado que aqui não houve a tão badalada "silly season" portuguesa, aquela que termina em Setembro quando toda a gente se volta a concentrar nas tarefas habituais. Estamos a voltar ao ritmo de trabalho, a uma "rentrée" pequenininha e só nossa, já que por cá as férias de Inverno já foram nos idos de Julho.

Por agora, estou a elaborar o plano de trabalho para os próximos dias, mais concretamente numa lista de afazeres bem analógica para ter o prazer de riscar as tarefas concluídas. Mais posts sobre as férias, só mais tarde, porque agora a ordem dos trabalhos é outra.

É bom estar em casa. Mas é pena que esteja tão longe.