Fomos a Rosario, não à do
Pedro Aniceto, mas sim à da província de Santa Fé, na Argentina. A 300km a norte de Buenos Aires, a cidade estende-se ao longo de uns 10km (medido a olhómetro, não se guiem por mim) ao longo do Rio Paraná, o mesmo que dá o nome ao estado do Brasil, que passa pelas cataratas de Iguaçú e que se vem juntar ao Rio de la Plata aqui já bem pertinho de Buenos Aires.
Rosario respira aquela atmosfera de segunda cidade, embora dispute esse estatuto com Córdoba. Ainda assim, tem aquele ambiente alternativo que não se vê na capital - fenómeno que em Portugal também encontro no Porto. As pessoas, os edifícios, as lojas, os restaurantes, os monumentos, tudo, tudo tem um aspecto muito próprio e bonito. É um importante centro comercial, já que a partir dos seus portos se exporta uma percentagem muito elevada da produção agrícola do país. No final do século XIX recebeu muitas vagas de imigração europeia, facto que explica a concentração de edifícios de carácter e gosto europeu na cidade.
Contudo - e como não há bela sem senão - Rosario padece de sujidade crónica. Ou de falta crónica de cuidado, talvez. Os edifícios, lindíssimos, estão a cair aos bocados; as ruas, sujas, sujas como há muito não via. O lixo e os cocós de cão são tantos, tantos, que em algumas ruas tínhamos de ter muito cuidado para não pisar nada indesejável. As baratas circulam pela rua como se não houvesse desinfestação na cidade há coisa de cento e cinquenta e três anos, arrumando Macau num canto no que ao índice de barata por metro quadrado diz respeito. E olá que em Macau havia bastantes baratas, afinal de contas era um clima bem tropical. Mas em Rosario? Nossa, tanta barata que metia literalmente nojo. E eu não sou enojada com essas coisas.
Mas nem tudo é negativo no que toca ao esforço de cuidado urbano: a marginal está praticamente toda habilitada com jardins, espaços verdes e ciclovias e o contacto da cidade com o rio é total. Além disso, quem desenhou a quadrícula da malha urbana decidiu que em vez de pôr as ruas paralelas ao rio, elas deveriam estar em diagonal com o rio. Parecendo que não, isso permite que mais edifícios estejam sobre a marginal e que muitos mais apartamentos tenham vista de rio. Uma óptima ideia!
No Sábado, o dia esteve farrusco e demasiado frio para a época quase estival, mas no Domingo o sol deu um ar de sua graça. Os rosarinos foram, em massa, para a beira-rio, e nós também. Saldo: uma saudável tonalidade de verão e um evidente lembrete da roupa que tínhamos vestida nesse dia, marcada para a posteridade (até ao próximo banho de sol) na pele.
As fotos estão
aqui.
3 comentários:
E foste ao mercado de que te falei? Gostei muito do post, mas é difícil imaginar uma cidade mais suja do que Macau quando a conhecemos! Ik!!!
Encontrámos o lugar mas não estava a haver mercado. Até tirei uma foto para ti:
http://www.flickr.com/photos/airdesignstudio/4171686563/
O meu Rosário também tem um torreão. Não tem baratas é certo, mas não se pode ter tudo de uma só vez. O post do Brasil fez-me pensar em viagens. Obrigado
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