Pensava eu que ia passar uns ociosos 5 dias em que podia escolher alegremente as actividades que me aprouvessem: ora costura, ora tricot, ora pintura... enfim, o que me apetecesse, quando me apetecesse.
Mas não. Surgiu um trabalho, adiantaram-me uma entrega, e como tal estive alegremente no expediente como se de dias normais se tratassem. Não me queixo, mas digamos que não era bem o que eu tinha organizado.
A pior notícia foi, infelizmente, a da morte do pequeno Afonso, filho de ex-colegas da escola, de uma leucemia que o atacou forte e feio. Fiquei muito triste - não sendo mãe, senti-me também um pouco mãe ao chorar a partida desta criança. Lembrei-me de todos os amigos que partiram antes do tempo e que tanta saudade deixaram. E lembrei-me também dos sobreviventes, que felizmente vão sendo muitos, e que cuja presença alegra os nossos dias.
O Afonso morreu mas o seu legado - graças à sua boa-disposição e aos esforços férreos da sua mãe e demais família - é o de o nosso país ser agora o quarto, a nível mundial!, em número de dadores de medula. Gente, somos só dez milhões, mas somos o quarto país! Graças ao Afonso e família, e graças também a todos os outros que se dão ao trabalho de organizar, dinamizar, difundir acções de recolha e à disponibilidade das equipas móveis. Todos, todos perdemos um lutador, mas todos, todos nos solidarizamos com esta causa. Isto é o melhor que tem o ser humano - e nós, nem sempre, mas muitas vezes, somos assim.
Afonso, serás recordado. Graça, um grande, grande abraço.
(Aqui, a notícia no telejornal.)
2025 CALENDARS - good tuesday
Há 1 dia
2 comentários:
Há que tempos que não sabia do Miguel C., meu aluno no 5º e 6º anos, há uns anos, que sofre do mesmo mal do Afonso.
Hoje, depois de ler este post, entrei em contacto com a avó. O Miguel continua vivo, mas não está nem nunca esteve curado. Só esperanças, de vez em quando...
A avó falou-me do Afonso e disse-me, mais ou menos, isto: "É um grande sofrimento para os pais, agora, mas nem calculam o sofrimento a que o pequenito escapou."
Ela sabe do que fala, pois há doze anos que o Miguel é frequentador assíduo do IPO.
Que o Afonso seja uma muito brilhante estrela no céu e que o Miguel, enquanto se mantiver por aqui, não seja tão castigado!
Pois, exacto. Eu também me lembrei muito do Miguel ao escrever este post. E da Sofi, e de todos os amigos que vão lutando contra a doença, uns com mais, outros com menos êxito.
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