Quanto mais ando por Lisboa, mais apaixonada estou por esta cidade. Que fazer? Para além das casinhas de bonecas - algumas delas a desintegrarem-se, é certo, mas muitas já restauradas - temos os passeios brancos de calçada portuguesa, temos o sol e o rio, as colinas e os miradouros.
Mas há muito mais: há as pessoas.
Um dia, passei a pé por um edifício que me parecia tão saído de um livro que não consegui afastar o olhar. Lá em cima, à janela, uma senhora estendia a roupa; ao ver-me olhar fixamente, sorriu para mim. Devolvi-lhe o sorriso com o coração quente: depois de viver em cidades anónimas, soube-me bem este pedacinho de interacção.
Passei mais vezes pelo mesmo edifício, que continua a exercer o mesmo efeito sobre mim. E numa dessas vezes estava lá a mesma senhora, de janela aberta, a gozar o sol. Viu-me, disse-me adeus de longe e soprou-me um beijinho, que flutuou até mim.
Fiquei feliz, feliz. Lisboa é linda.
Sem comentários:
Enviar um comentário