Não há visita a Buenos Aires sem uma ida ao tango. Seja ele show do dito, armado especialmente para turista ver, seja ele de rua ou até uma versão mais alternativa, esta cidade sem o tango não seria a mesma coisa.
Não posso dizer que as minhas habilidades tanguísticas se tenham desenvolvido muito durante a minha estadia cá. O que posso dizer é que vi alguns shows de tango e em todos, todos eles, mais ou menos pirosos, fiquei hipnotizada pela liquidez dos movimentos. Em alguns momentos, fiquei na dúvida sobre se eram bailarinos ou artistas de circo, hipnotizadores ou prestidigitadores.
O código do tango é uma depuração da corte à maneira latina: o homem olha; se a mulher corresponde, ele levanta-se, atravessa a sala e vai buscá-la para dançar. Se ele já lá está à beira dela, fica difícil dizer que não; a vontade feminina manifesta-se a montante, não cruzando o olhar, ou mirar especificamente o parceiro desejado. Esta dança de olhares, prévia à dança na pista, é sempre, sempre um espectáculo digno de ser observado, exclusivo das milongas mais tradicionais.
2 comentários:
...e para sempre a frase da amiga s: "¡yo domino el tango!" :):)
Até eu tentei dançar a milonga (ou tango...) na primeira ida a BsAs. Sem sombra de êxito, claro!
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