Depois da visita a Alcatraz, e com a chegada a terra, o nevoeiro levantou e o sol brilhou contra o céu azul, aquele azul que se vê em algumas latitudes, profundo, sem fim. Da doca, fizemos uma caminhada até à paragem do famoso cable car, um carro eléctrico movido a cabos e contrapeso, tal como os ascensores que temos em Lisboa.
Em Union Square saímos e daí fomos ao Britex, uma loja cara, mas linda e com muita variedade de tecidos e materiais de costura. Lá comprei um recheio para uma colcha em algodão puro, que carreguei o resto do dia ao ombro.
De lá continuámos em direcção até ao MoMA de São Francisco, aproveitando para passear pela zona. Passámos pelo exterior do Contemporary Jewish Museum, com a sua pegada arquitectónica extremamente invulgar, e almoçámos na cafetaria do museu. Apesar de ser necessário passar pela segurança, quase como se de um aeroporto se tratasse, a comida é deliciosa e tem pratos quentes e frios, todos servidos no inevitável prato descartável, com talheres descartáveis, mas compostáveis.
(Abro aqui um parêntesis para fazer a minha pequena reclamação: que mania é esta de comer tudo em prato e talher de plástico? Acaso dá assim tanto trabalho - ou implica tanto investimento - ter loiça verdadeira e talher de metal, lavável e reutilizável? Quem me explica? Fecho parêntesis.)
Depois de almoço, seguimos para o MoMA. Não sei se tivemos azar na época da visita, se costuma ser assim, mas pareceu-me menos interessante que o seu primo nova-iorquino. Talvez tivesse as expectativas demasiado altas.
Quando saímos, o tempo voltou a encobrir-se e com as nuvens veio o frio penetrante, cheio de humidade e de nevoeiro. Iniciámos uma longa caminhada pela Mission St. desde o Museu até ao número 2889, onde se localiza uma taquería que nos foi muito recomendada, e por pessoas diferentes. Chama-se precisamente La Taquería e é simples e prático, mas a comida é deliciosa. Fora do México, foi o lugar onde comi os tacos mais deliciosos. Faz jus a todos os elogios que tem recebido e foi onde vi, pela primeira vez, a opção "no beans" (sem feijão) custar dinheiro.
Quando de lá saímos, apanhámos um autocarro que nos aproximou do centro. Passámos pelo City Hall e vimos que estava decorado a preceito para, no dia seguinte, celebrar os San Francisco Giants, a equipa de baseball que ganhou o tal campeonato chamado de "World" Series, com a palavra world entre aspas.
A noite não acabou ali. Tínhamos feito reserva e recebido, na volta do correio (electrónico), a palavra de passe para aceder a um speakeasy, outrora lugar clandestino de venda e consumo de bebidas alcoólicas, hoje só anónimo. Lá dentro, depois de mostrada a identificação, abriu-se-nos um mundo de cocktails deliciosos, feitos à mão pelo barman. Escondiam-se portas atrás de estantes e a casa de banho, de luz acesa, tinha menos luminosidade que uma noite de lua nova, o que contribuiu para o fantástico sabor das libações que pedimos.
Daí, voltámos felizes e cambaleantes até ao quarto de hotel, onde dormimos uma noite santa sem ouvir sequer um festejo pelos Giants lá fora.
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Há 2 dias
2 comentários:
Os tacos tem um ar apetitoso! Deste-me vontade de fazer tacos em casa um dia destes! :-)
Olha que "no beans" é mais caro. ;)
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