sexta-feira, 27 de julho de 2007

As despedidas

É tão bom termos visitas mas depois custa despedirmo-nos!

A Sílvia e o Ricardo foram hoje embora e foi com "uma lágrima no canto do olho" (dizer a cantar, como os Tubarões) que me despedi deles lá em baixo, junto ao táxi para o aeroporto. Foram dias de verdadeiro prazer! Pequenos-almoços com medias lunas (os croissants de cá), jantares de empanadas no Sanjuanino seguidos (sempre) de gelado de banana do Freddo, pão de espécie... ai, fida!

O serão de despedida foi na Viruta, onde finalmente dei os meus primeiros passos de tango. O Ricardo salvou-me das insistências de certo neo-zelandês até à chegada do Paulinho, com quem pude praticar o abraço tangueiro. Com a Sílvia concluí que o tango parece ser mais fácil que a salsa, pelo menos a um nível básico, e que requer menos meneio de ancas. E mais agarração!

E hoje a casa parece tão vazia...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Feria del Libro Infantil

Hoje foi dia de feira. Começou meio torto com o frio, a chuva e a ida em vão até ao centro de exposições "La Rural". É um centro de exposições absolutamente enorme, com duas entradas nos dois extremos das instalações que, de acordo com a escala americana, ficam a muitos, muitos minutos a pé uma da outra. Na segunda entrada, e depois de entrar num parque de estacionamento e encontrar finalmente um segurança que nos soubesse informar, ficámos a saber que a feira do livro infantil estava noutro pavilhão... pertíssimo de casa.

Lá nos metemos num taxi e finalmente chegámos. Foi com alívio, confesso, que ouvi algumas pessoas a contarem que tinham ido à "Rural"... Encontraram o mesmo que nós, a montagem de uma feira de gado!

No espaço da feira, havia stands da responsabilidade de diferentes entidades: editoras, institutos e escolas, organismos estatais. Aqui e ali, havia uma clareira onde decorriam espectáculos com malabarismos, cantorias e até ginástica! Como fomos de manhã, não apanhámos muitos ateliês de actividades artísticas, mas dava para perceber espaços dedicados ao conto de contos e também às pinturas. Havia várias bibliotecas, que tinham um pouco de tudo, e que expunham os livros sem estarem à venda.

Confesso que fiquei um pouco desiludida... não tanto pela quantidade de livros expostos mas sim pela qualidade da ilustração, do design e da encadernação. Havia histórias com ilustrações lindas, mas encadernações e papéis feios; havia livros de capa dura e papel de muita qualidade com ilustrações feias e texto mal imposto... Que pena!

Mas, lá no meio, encontrámos algumas verdadeiras pérolas. Um deles era um livro-almofada; outro, sobre os opostos, mas com touros. E o terceiro, o que mais de perto me falou, foi um sobre pulgas. É verdade.

Visitas

No Domingo chegaram as primeiras visitas e, de agora até Setembro, esta vai ser uma casa cheia! Os pequenos-almoços são agora partilhados com viajantes, em vez da televisão. Ao jantar, temos sempre a mesa cheia! Já não me lembrava de como era cozinhar para mais pessoas. E há que dizer: até nem tenho cozinhado porque não só o Paulinho o faz com muito mais gosto que eu, como também estes dois amigos parecem umas verdadeiras formiguinhas trabalhadeiras a pôr mesa, levantar mesa, lavar a loiça, aquecer jantar, cozinhar...

Vivam as visitas!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Sai do video!

Isto é o que me diz a Carolina quando falamos no Skype, com a câmara ligada.

A Carolina já pede para ligar o Skype, mas quando se depara com a chamada, já não acha tanta piada. Afinal a Bi está só no ecrã, que ainda para mais é frio, parece de plástico e não responde aos beijinhos que ela dá. Aí começa o disparate: cansa-se da converseta, mas que coisa é esta de estar a fazer como faz o pato para alguém que fala segundos depois de ter aberto a boca? Ainda para mais, ó Bi, tu sabes perfeitamente como é que faz o pato, portanto olha: "cuncunco!", que é como quem diz "não estou com paciência e tudo o que me perguntares daqui para a frente vai ser cuncunco.".

Às vezes, há soluções bastante engenhosas para dar a volta ao texto: o Avô põe o computador em cima da mesinha onde ela faz os seus desenhos. E assim lá me vai contando: "um sol", a cor do lápis é "amaielo" e "olha o lápiche pequenininho".

Vou matando as saudades e vendo (e ouvindo) os progressos da minha sobrinha. Os caracóis vão-lhe crescendo e há sempre um mais selvagem que lhe cai para a testa. Todos os dias tem uma palavra nova. Ontem perguntou-me: "ó Bi, que é isto, xabes?". Ou então diz: "é giro, não é?".

Não só é giro como também é super giro, re-giro, mas eu estou cá tão longe e fico sempre com um sabor agridoce na boca: viva o skype por nos permitir ver imagens pixelizadas das sobrinhas lindas (e do resto da família, claro) e fora o skype por não nos deixar sair do vídeo quando a nossa sobrinha pede.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Quem é que aguenta isto?

Está um "piiiiiiii" tão agudo a tocar há uns minutos. Ao princípio não se nota, mas quando finalmente se nota, torna-se um som perfuranto-horribilis dos ouvidos.

Vou ter mesmo de recorrer aos tampões. Misericórdia!

Ades cá vir


O meu novo vício, intercalado com o Cachamai, é o Ades de morango e kiwi, edição de Verão.

O Verão já se foi há muito, muito tempo (para mim já terminou em Setembro do ano passado, quando vim de férias para a Argentina), mas a bebida ficou. Felizmente: é uma bebida de soja com morango e kiwi. Boas notícias para quem não gosta de leite de soja: não sabe a leite. Boas notícias para quem gosta de morango: sabe muito a morango e pouco a kiwi. Estou absolutamente rendida. Não. Estou viciada. As instruções nesta casa são: "quem vai ao super, traz Ades de morango". E assim vou repondo o stock.

Ainda por cima, tem o nome certo para o trocadilho, que mais poderia eu querer?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

O cachamai é uma instituição


O cachamai é um chá argentino. Quem diz chá diz infusão: uma infusão de várias ervas digestivas, dizem eles.

Eu digo que é um chá mnham que voou em poucos dias. Cá em casa já tem música (a do Dartacão) e canto-a sempre que vou aquecer a água e preparar o bule. Já que não aderi ao mate, adiro ao cachamai e sinto-me integrada. E já sei que quando me for embora da Argentina vou ter de levar um carregamento. Até porque me quer parecer que a Carolina, fã de "chachinho", vai gostar!

Cavalheirismo existe

Ando há algum tempo para escrever um post sobre este assunto, o cavalheirismo, e agora, que estou a fazer uma pausa no trabalho, chegou o momento.

Da primeira vez que me deparei com isto, não percebi realmente o que se estava a passar, pareceu-me mais uma hesitação. Falo da fila para o autocarro. Os argentinos, um pouco como os portugueses, fazem filas para tudo, sobretudo nos supermercados. Neste cenário, o panorama é sempre assustador: meia hora de espera para pagar é algo bastante comum. Embora seja muito chato, compreendo que as pessoas tentem passar à frente...mas a tarefa não é nada fácil, porque quem espera desespera e quem desespera tem olho de lince, ouvido fino, pé leve e cotovelo aguçado para espantar os penetras.

Quando chegamos à fila do autocarro, talvez porque passem tantos e a oferta seja abundante, as coisas invertem-se. Os homens, pura e simplesmente, não sobem para o veículo (devia dizer "não escalam o veículo", porque é disso que se trata) enquanto houver uma mulher à espera. É mesmo verdade. Deixam passar as senhoras t-o-d-a-s antes de entrar. E se calha a estarem em primeiro lugar na fila, olham para trás para ver se há mulheres à espera.

Da segunda vez que me aconteceu é que percebi bem o que se estava a passar. Ofereci ao simpático cavalheiro a passagem, mas claro que ele não aceitou. Confesso que me senti um pouco constragida, que isto das filas para os autocarros lisboetas deixam calo na consciência de uma pessoa. E agora, enfim, já me adaptei a esta situação.

Tenho duas teorias, mas desde já aviso que gosto mais da primeira: é cavalheirismo puro e duro e os homens fazem isso porque, a maior parte das vezes, os autocarros retomam a marcha antes de toda a gente subir e antes de poderem fechar as portas.

Ou então é para poder olhar para os traseiros das mulheres.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Exames

Há já algum tempo que não tinha que estudar nem tinha exames de nada e por isso agora até sabe bem pôr à prova os conhecimentos adquiridos no curso intensivo de castelhano que agora termina. Hoje foi dia de exame oral, amanhã é dia de exame escrito. Só espero não me distrair e não fazer daqueles erros super parvos em coisas perfeitamente simples. Sou bastante especialista nisso.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Entretém de Inverno


Nos serões de Inverno há coisas que vêm mesmo a calhar: um chazinho quente, uma mantinha e um puzzle. Acho que este vai dar para alguns dias...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O bom tempo é aqui


Apesar do frio lá fora, aqui está-se bem.

Está a nevar


Na fotografia não se vê muito bem, mas está a nevar em Buenos Aires. Tal como em Lisboa, o fenómeno cá é raro. Mas hoje vêem-se floquitos a cair do céu.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Turista em Buenos Aires

Já não me lembrava do que era ser turista em Buenos Aires e nestes dias estive a recuperar essa sensação a passear com a Guida. Hoje andámos por Palermo, visitámos a livraria Ateneo na Santa Fé, instalada num antigo teatro e, ao final da tarde, estivémos no Tortoni a absorver as vibrações à la Majestic portuense.

Agora esperamos a chegada chilena do Paulinho para um jantar mais tardio. E a Guida quer aprender a tocar cavaquinho.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Porque será...

...que fica nevoeiro quando está para chegar alguém de avião a Ezeiza? O voo da Guida já está atrasado duas horas... e o do Paulo saiu (apenas) meia-hora atrasado esta manhã.

Estou a fazer figas e a rezar a Santa Ezeiza. Parece um paradoxo esta mistura de rezas e de figas, mas não é, é mais ou menos a mesma coisa. É como um "chover no molhado" ou "subir para cima", um pleonasmo. Mas pode ser que ajude.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Sabem quem chega amanhã?

É a Bau!

Vem do Rio aos Ares passar uma semana connosco. Calha mesmo bem porque assim tenho companhia na ausência chilena do Paulinho.

Vou já preparar o casaco para levar amanhã para o aeroporto, que isto quem vem do Rio não traz abrigo-abrigado, só camisolita-pele-de-batata.