quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Uruguai

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Não sei bem se se sou só eu a sofrer de déficit de mar, mas que sofro, sofro. E quando vejo o mar, quando sei que vou estar na praia, que vou ver ondas e sentir o ar cheio de sal na cara, encho-me de uma euforia qualquer que nem sabia que podia sentir. A verdade é que peixe que sempre viveu com as ondas a dois passos não sabe viver em cidade como esta, a pelo menos quatro horas de distância da praia mais próxima.

O Verão em Buenos Aires é abafado e asfixiante: à muita humidade que vem do rio juntam-se temperaturas altas e ausência de ar condicionado. Não é muito agradável. É nesta altura do ano que eu sou fã de centros comerciais porque, adivinharam, lá a temperatura é mais baixa que em casa. Felizmente, aqui relativamente perto, temos a costa uruguaia, linda, linda, vagamente parecida com a costa portuguesa, mas em grande, em extenso e com vacas.

Voámos para Punta del Este, cidade que poderia parecer uma qualquer Quarteira ou Albufeira do sul do Portugal, mas que é de longe muito mais cuidada, organizada, e sem nada daquele urbanismo bárbaro e selvagem que desfigurou uma boa parte da orla costeira do nosso país. No Uruguai, começaram tarde, mas felizmente com bastante cuidado. Nem tudo é perfeito - afinal de contas, temos uma via rápida a passar entre as casas e a praia, sem qualquer acesso pedonal que comunique a zona residencial com o areal. Mas, de resto, arruma num cantinho os projectos imobiliários balneares que vemos em Portugal. Além disso, o Uruguai tem a seu favor a baixa densidade de construção: apesar de serem um dos países mais pequenos da América do Sul, têm muito espaço para pouca gente (e muita vaca).

O mar é lindo e bravo, numas praias, lindo e manso, noutras. Ficámos acidentalmente alojados no meio da nata da sociedade argentina veraneante, mas numa ilha em forma de pousada com um ambiente tão familiar que a criançada ia jantar já de pijama. Já disse que foi uma maravilha? Foi uma maravilha. Perguntem à mãe do Príncipe, ela confirma.

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Um dia, de carro, fizemos um passeio que nos levou a sítios que nem apareciamm assinalados no mapa: entre uma estrada de lama e a praia estendiam-se dunas sem fim, de vegetação rasteira - e algumas vacas - e, lá ao fundo, o mar bravo e de ondas altas.

Continuando costa acima, em direcção ao Brasil, fomos de terrinha em terrinha parar ao Cabo Polónio, uma aldeia perdida dentro de um parque natural onde a luz eléctrica só chega ao farol. Paragem preferida dos hippies, que convidam os visitantes a desapegar-se dos bens materiais, é uma terra linda vista de longe, mal-cheirosa vista de perto. Parece que a falta de energia eléctrica também é sinónimo de falta de esgotos. Outra particularidade desta aldeia é o acesso, que é feito nuns camiões adaptados com uma estrutura metálica tipo galeão: os passageiros empoleiram-se lá e assim fazemos os poucos quilómetros que nos separam da entrada do parque, numa paisagem de pinhal, terra batida e praia a perder de vista. A vantagem clara é que não há carros a circular - e nada paga a alegria de estar lá em cima, a ver o mar e a receber o vento salgado na cara. Maravilha.

olha o Cabo Polónio!

a caminho do Cabo

A praia no Cabo Polónio

Voltar a Buenos Aires é um choque: depois do ritmo relaxado que se respira na margem oriental do Rio da Prata, esta cidade, que tem tudo menos "bons ares", é abafada, movimentada, demasiado densa. Mas é casa.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Boas ideias precisam-se

Hoje, enquanto fazia uma ilustração, estava a ouvir o episódio "DNTO fights back!", do programa da rádio pública canadiana. Já falei aqui deste podcast noutras vezes e hoje não é excepção: há sempre qualquer coisa em cada um dos episódios que me faz pensar.

Desta feita, o músico Dave Carroll conta-nos por que razão escreveu uma música especial, a "United breaks guitars". Resumindo a história, no final de certa viagem de avião com a United Airlines, este músico recupera a sua guitarra e vê que ela está partida. Depois de fazer a queixa à companhia aérea, recebe a não-resposta, ou a resposta-não, que a companhia não se responsabiliza e que ele não vai ser compensado pelo dano material que sofreu.

Sentindo-se impotente perante a apatia corporativa e a falta de serviço ao cliente, senta-se e faz o que sabe fazer, que é escrever canções. Publica o vídeo da dita canção no youtube e tunfas, o número de cliques aumenta exponencialmente e consegue o que as reclamações não tinham conseguido.

Esta história fez-me lembrar a saga que os meus pais têm estado a viver com a PT. Não, não estou a falar de todas essas telenovelas político-corruptivas que se lêem sem fim nos media portugueses, estou mesmo a falar de puro serviço ao cliente. Resumo a história que o meu pai conta aqui e aqui: antes do fim de ano, os meus pais decidem-se a instalar o pacote de internet com fibra óptica da PT, daqueles que incluem telefone e televisão.

Os técnicos comparecem na data indicada e procedem à instalação da box na cozinha (e não na sala), já que, segundo eles, os cabos são grossos e não passam pelos canais já existentes. Além disso, fazer furos na parede não é da sua responsabilidade, argumentam.

Posto isto, não se sabe bem como, o telefone de Lisboa, com número começado pelos dígitos 21, passa misteriosamente a atender por outro número também atribuído ao meu pai (em segunda habitação), com os dígitos 275, indicativo de Castelo Branco. Encurtando razões, o telefone 275 (em Castelo Branco) deixa de funcionar e o 21 (de Lisboa) passa a ter o número 275. Confuso? Para nós também.

Muitas reclamações depois, o caso continua parado e parece que sem fim à vista. A PT, que devia tratar bem os seus clientes, não atende o telefone: manda os operadores fazer o serviço e, claro, estes operadores empregados de outra empresa qualquer, a quem a PT adjudicou o atendimento telefónico, não sabem de nada nem podem saber. Os técnicos, também de empresa exterior à PT, não sabem de nada, que em não sei quantas décadas de trabalho jamais lhes aconteceu algo assim.

E no meio disto tudo, estamos na mesma, com os números trocados e com as contas telefónicas (de três números, em vez de dois, sabe-se lá porquê) a chegar, essas, pontualmente.

Posto isto, deixo aqui o pedido de um brainstorming virtual: quem dá boas ideias para resolvermos o problema? Comentem, por favor, e deixem-nos ideias giras para fazermos novas (e mais eficazes) reclamações. Obrigada!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Adoro fazer anos

E ontem fiz anos. Adoro! Que venham muitos mais, pelo menos tão bem comemorados como este, sempre com a companhia do meu Príncipe.

A vida é bela.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010