terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Blitzkrieg

A Primavera instalou-se em Buenos Aires com hordas e hordas de sanguinolentos mosquitos. Ontem, vinha eu tranquilamente a pé para casa, parei um bocadinho no semáforo, até ficar branco (cá, o semáforo verde para os peões é branco). Foi questão de alguns segundos mas, quando olho para baixo, tenho qualquer coisa como seis mosquitos (não-dengosos, esperemos) pousados nas minhas pernas, a picar-me sobre a roupa e tudo, sem qualquer tipo de vergonha ou hesitação. Desatei à chapada às minhas próprias pernas, fiquei com sangue nas mãos e tudo, mas os danados dos insectos já tinham deixado as suas marcas: quando cheguei a casa, mais parecia picotada.

Foi mais um momento Calmiderm.

(é... agora que penso nisso, bem que posso abrir aqui uma série intitulada "momentos Calmiderm". De duvidoso interesse, é sabido, mas certamente profícua.)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Preparativos

Kimonos waiting to be shipped!

Já falta pouco para o Natal e aqui no abbrigate* faço montículos de kimonitos, prontos para irem para as suas novas casas.

Gosto de olhar para eles e imaginar os bebezuquinhos que lá vão estar dentro. Fofo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Rosario

Rosario, Santa Fe, Argentina

Museu de Arte Contemporânea de Rosario, Santa Fe, Argentina

Rosario, Santa Fe, Argentina

Fomos a Rosario, não à do Pedro Aniceto, mas sim à da província de Santa Fé, na Argentina. A 300km a norte de Buenos Aires, a cidade estende-se ao longo de uns 10km (medido a olhómetro, não se guiem por mim) ao longo do Rio Paraná, o mesmo que dá o nome ao estado do Brasil, que passa pelas cataratas de Iguaçú e que se vem juntar ao Rio de la Plata aqui já bem pertinho de Buenos Aires.

Rosario respira aquela atmosfera de segunda cidade, embora dispute esse estatuto com Córdoba. Ainda assim, tem aquele ambiente alternativo que não se vê na capital - fenómeno que em Portugal também encontro no Porto. As pessoas, os edifícios, as lojas, os restaurantes, os monumentos, tudo, tudo tem um aspecto muito próprio e bonito. É um importante centro comercial, já que a partir dos seus portos se exporta uma percentagem muito elevada da produção agrícola do país. No final do século XIX recebeu muitas vagas de imigração europeia, facto que explica a concentração de edifícios de carácter e gosto europeu na cidade.

Contudo - e como não há bela sem senão - Rosario padece de sujidade crónica. Ou de falta crónica de cuidado, talvez. Os edifícios, lindíssimos, estão a cair aos bocados; as ruas, sujas, sujas como há muito não via. O lixo e os cocós de cão são tantos, tantos, que em algumas ruas tínhamos de ter muito cuidado para não pisar nada indesejável. As baratas circulam pela rua como se não houvesse desinfestação na cidade há coisa de cento e cinquenta e três anos, arrumando Macau num canto no que ao índice de barata por metro quadrado diz respeito. E olá que em Macau havia bastantes baratas, afinal de contas era um clima bem tropical. Mas em Rosario? Nossa, tanta barata que metia literalmente nojo. E eu não sou enojada com essas coisas.

Mas nem tudo é negativo no que toca ao esforço de cuidado urbano: a marginal está praticamente toda habilitada com jardins, espaços verdes e ciclovias e o contacto da cidade com o rio é total. Além disso, quem desenhou a quadrícula da malha urbana decidiu que em vez de pôr as ruas paralelas ao rio, elas deveriam estar em diagonal com o rio. Parecendo que não, isso permite que mais edifícios estejam sobre a marginal e que muitos mais apartamentos tenham vista de rio. Uma óptima ideia!

No Sábado, o dia esteve farrusco e demasiado frio para a época quase estival, mas no Domingo o sol deu um ar de sua graça. Os rosarinos foram, em massa, para a beira-rio, e nós também. Saldo: uma saudável tonalidade de verão e um evidente lembrete da roupa que tínhamos vestida nesse dia, marcada para a posteridade (até ao próximo banho de sol) na pele.

As fotos estão aqui.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cômputo carioca

Rio de Janeiro

Dias no Rio: 5
Aulas de surf: 2
Vezes que me consegui pôr de pé em cima da prancha de surf: 2
Vezes em que foi verdadeiramente espectacular estar em cima da prancha: 1
Banhos de praia: 3
Qual deles o melhor: hmmm. Difícil. Aquele em que saltei as ondas e disse "tchan-tchans", como a C1?
Vezes que disse que tinha déficit de oceano: difícil de contar, aí umas 20. E foram só 5 dias.

Rio de Janeiro

Feijoadas: 3
Sopas de feijão: 1
Moquecas de camarão e peixe: 1
Queijo mineiro: 0.45 (não se iludam, comi muito!)
Espetadinha de queijinho de coalho grelhado: 1
Águas de coco (que no tempo da Segunda Guerra serviram de soro, esta é uma piadinha para... oh, vocês sabem quem são) bebidas: 3

Rio de Janeiro

Telemóvel caído à sarjeta: 1
Sinónimos aprendidos para a palavra "sarjeta": 1 (bueiro. Não conhecia!)
Aprendizes de Clark Kent conhecidos: 1
Tampa de sarjeta levantada:1
Número de homens a levantar a supra mencionada tampa de sarjeta: 1
Telemóvel recuperado: 1

Rio de Janeiro

Palavras novas: muitas, difícil contabilizar.
Expressões novas: muitas, também.
Nova expressão favorita: "porque eu sou fóbica!", em que "fóbica" se lê "fuóbica!"

Rio de Janeiro

Vezes em que me senti em casa: 1, ou seja, todo o tempo.
Vezes em que me senti em Portugal: muitas. Especialmente ao visitar as confeitarias Cavê e Colombo, no Centro, bem como o Real Gabinete Português de Leitura (onde se pode consultar o Diário de Leiria mais recente, por exemplo)
Vezes em que me senti em Macau: 2, pelo calor e ao passear no Centro.
Vezes em que me senti em Goa: 2, vide ponto anterior.

Rio de JaneiroViseu? Não, Rio.

Celebridades vistas: 1
Tardes passadas em Ipanema: 1, fabulosa.
Tardes passados na converseta: 5, ou seja, todas.
Conversas boas: todas. Nossa, quando eu e a F. nos juntamos, o teca-teca só pára quando tem mesmo de ser.

Rio de Janeiro

Molduras de quebra-cabeças completadas: 0.98. Faltou uma peça, mas valeu o esforço.
Projectos de tricot começados: 2
Projectos de tricot acabados: 1, quase integralmente no avião, porque não me ocorreu que lã e aquele calor todo não combinam. Aqui em Buenos Aires a temperatura ainda está amena e eu esqueci-me de que o Rio fica (cantemos todos!) num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza! Ai que beleza!

Rio de Janeiro

Mais fotos aqui.