terça-feira, 23 de abril de 2013

Boas notícias: o meu artigo na revista Uppercase

Uppercase #17: Stationery around the world

Uppercase #17: Stationery around the world

Que alegria! O meu artigo para a Uppercase, sobre artistas e artesãos latino-americanos que trabalham no âmbito do material de papelaria, saiu no mais recente número, o 17.

Estou desejosa de receber o meu exemplar no correio e ver, com os meus olhos e as minhas mãos (e com o meu nariz, porque diz que nesta edição também há qualquer coisa para cheirar), as palavras que escrevi.

Agradeço desde já aos artistas que tiveram a amabilidade de responder às minhas perguntas

Corrupiola (Leila e Aleph)
Alpharrábio (Ana Roberta)
La Casuni (Valeria)
Cecilia
Toshisworld (Nieves Pumarejo)

e, obviamente, à editora, Janine Vangool, que me fez tão amável convite.

Se algum leitor tiver vontade de fazer uma assinatura, pode aproveitar o seguinte código promocional para receber um desconto de $10: "contributor17"

Estou contente! Viva!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"airing from Lisbon" é o novo nome da zine

"We're in Panama!" is now "airing from Lisbon"

Depois de umas semanas em "serviços mínimos"

(logística da mudança oblige)

ei-la, a zine! Já com novo título, sugerido por uma leitora muito perspicaz e hábil com as palavras - a minha irmã Ana, obrigada! -, o novo número da zine está disponível no meu site, como de costume.

A página do facebook também já mudou de nome, visitem-na! Mas o melhor, o melhor mesmo, é assinarem a minha newsletter, onde partilho "coisas giras" do meu trabalho.

(Vou ali fazer a minha dança da felicidade por ter finalmente podido publicar a zine, depois deste período tão conturbado. Na próxima edição falarei mais sobre a adaptação à nossa "nova" cidade. Não percam!)

Coisas que acontecem em Lisboa

This pink house looks like a doll house. #lisbon #lisboa

Quanto mais ando por Lisboa, mais apaixonada estou por esta cidade. Que fazer? Para além das casinhas de bonecas - algumas delas a desintegrarem-se, é certo, mas muitas já restauradas - temos os passeios brancos de calçada portuguesa, temos o sol e o rio, as colinas e os miradouros.

Mas há muito mais: há as pessoas.

Um dia, passei a pé por um edifício que me parecia tão saído de um livro que não consegui afastar o olhar. Lá em cima, à janela, uma senhora estendia a roupa; ao ver-me olhar fixamente, sorriu para mim. Devolvi-lhe o sorriso com o coração quente: depois de viver em cidades anónimas, soube-me bem este pedacinho de interacção.

Passei mais vezes pelo mesmo edifício, que continua a exercer o mesmo efeito sobre mim. E numa dessas vezes estava lá a mesma senhora, de janela aberta, a gozar o sol. Viu-me, disse-me adeus de longe e soprou-me um beijinho, que flutuou até mim.

Fiquei feliz, feliz. Lisboa é linda.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Panamá Bye Bye III: a travessia do canal

Um dos nossos planos de despedida do Panamá foi a navegação parcial do canal. Coisa para ter cerca de 80km de comprimento (algo fantasticamente pequeno se pensarmos que é a distância entre oceanos naquele ponto do continente americano), a navegação completa demora um dia inteiro e só é feita no primeiro sábado de cada mês. Por isso optámos pela navegação parcial, mais curta, a começar no meio do canal (e na sua cota mais alta, no Lago Gatún) e a terminar no Pacífico, do lado da Cidade do Panamá, dois conjuntos de comportas e vários metros de desnível mais tarde.

As comportas são uma ferramenta importante do canal por várias razões. Apesar de ambos os oceanos estarem ao mesmo nível (o chamado "nível médio das águas do mar"), o interior do canal, o lago artificial de Gatún, está a uma cota superior. Este lago serve de reservatório das águas da chuva e oferece, também, uma zona de navegação mais profunda para os barcos com maior calado. As comportas, com as suas câmaras que servem de elevadores para os barcos, ajudam a controlar o nível da água no Lago Gatún - e nunca é demais relembrar que é através da água da chuva, que cai todos os dias entre Março e Dezembro, que o canal funciona.

Voltando ao nosso passeio, a manhã começou cedo perto do ancoradouro de Amador, onde o passeio terminaria algumas horas mais tarde. Aí apanhámos um autocarro que nos levou até ao centro do istmo, ao ponto médio entre as duas costas.

We're crossing the #panama #canal. Who wants to join us?

Perto de Gamboa, zona natural protegida e muito bem cuidada, apanhámos um barco de cruzeiro que nos levaria pela nossa viagem.

Gamboa #panama

Lago Gatún #panama

Cruising the #panama #canal

Começamos a navegação em direcção ao sul, ou seja, à Cidade do Panamá, na costa do Pacífico. Durante o caminho, cruzámo-nos com barcos imensos, que faziam lembrar gigantescos edifícios flutuantes. Nós, naquele "pequeno" barquinho de cruzeiro, éramos pouco mais que formiguinhas. Vimos barcos refrigerados (levam flores e outros produtos que requerem uma atmosfera controlada), vimos barcos silos (levam grãos e cereais), vimos barcos cheios de automóveis, com pequenas estradinhas dobradas, como se de um origami se tratasse.

This ship carries grains, sand and fertilizers. #panama #canal

Chegámos enfim ao primeiro conjunto de comportas, ou eclusas, as de Pedro Miguel. Dentro das câmaras, a administração do canal juntou vários barcos de cruzeiro, juntamente com outras pequenas embarcações, para aproveitar "a viagem".

Pedro Miguel locks in #panama #canal

Inside Pedro Miguel locks. #panama #canal

Quando descemos, verificámos o quão assombrosamente perto estávamos da parede do canal. No caso dos navios panamax, aqueles que têm a dimensão máxima permitida para transitar o canal do Panamá, a distância entre o casco e a parede é de apenas 50 centímetros, o que sempre me provocou calafrios, a par de uma imensa admiração.

Dentro da eclusa de Pedro Miguel, #canal do #panamá

Passado algum tempo, entrámos nas comportas de Miraflores, as mais próximas da Cidade do Panamá e que por isso recebem mais visitantes. No centro de visitantes, para além de uma tribuna panorâmica, um restaurante e diversos apoios turísticos, têm também um museu muito completo com a história do canal e a envolvente ecológica da zona de protecção especial que o circunda. Já aqui falei dele, noutros momentos.

Bridge of the Americas, uniting north and south. #panama #canal

Under the bridge, arriving to the Pacific Ocean. #panama #canal

Com a Ponte das Américas no horizonte, a nossa viagem aproxima-se do fim. Dizem os panamenhos que esta ponte une as duas Américas, a do Norte e a do Sul, e se bem que esta não é a visão mais rigorosa possível, é um símbolo bonito para o enorme continente que aqui se transforma num fino istmo. Diria que todo o Panamá é uma ponte das Américas, a unir as duas massas de terra com um aparentemente tão frágil elo.

Chegámos então ao fim da nossa viagem no ancoradouro de Amador, onde tínhamos apanhado o autocarro, essa manhã. É um passeio que vale a pena fazer, pelo menos uma vez. Afinal de contas, o canal é o protagonista nacional.

Mais posts sobre visitas ao canal: visita às eclusas de Gatún, no mar das Caraíbas, Oceano Atlântico e o "Tal Canal".