sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Era uma vez

Era uma vez uma boa ideia.

Era uma vez uma boa ideia.

Era uma vez uma boa ideia?

Era uma vez um guia de restaurantes de uma cidade austral. Certo ajuntamento de duas pessoas tinha por missão verificar se esse guia estaria a dar uma visão objectiva do panorama gastronómico local. Ao abrigo desse projecto, dito ajuntamento de dois decidiu-se a experimentar um restaurante indiano, numa quinta-feira ao jantar.

Como em tantas outras cidades de tradição hispânica, jantar que é jantar começa tarde. E assim nasceu esta boa ideia: vamos a um restaurante italiano e indiano, mesa para dois reservada para as 21h, cá estaremos à sua espera.

Em primeiro lugar, que coisa é este de restaurante italiano e indiano? É a mistura mais improvável do mundo, em termos culinários, mas mesmo assim este não é o primeiro restaurante do género que encontro e, certamente, não será o último. Em Lisboa também os há e sempre me perguntei se os respectivos donos tiveram dúvidas sobre que comida servir, olharam para o índice alfabético de especialidades gastronómicas e só encontraram o volume da letra "I". Daí ao mix-max, um passinho.

Como em todos os restaurante novos para nós, quisemos saber as recomendações. E aqui, a recomendação única foi um menuzinho de degustação, não se preocupe, não fica nada cheia, as porções são pequeninas, há alguma coisa que não possam comer ou à qual têm alergia e qual o nível de picante que desejam. E assim nos vimos perante um soberbo menu de degustação de comida indiana, numa quinta-feira ao jantar (tardio para o género culinário em causa), como se fôssemos os campeões da enzima e dos movimentos peristálticos (que é como quem diz, "da digestão").

Primeiro passo: uma salada de mariscos e um ceviche. Os dois deliciosos, mas estou em dúvida quanto à proveniência indiana do ceviche. Pensei que fosse latino-americano, mas talvez seja eu a sonhar. Em todo o caso, foi bom comer peixe e mariscos frescos. Mnham.

Segundo passo: "somosas" e "pakoras" com chutneys de ameixa e de tomate e limão. Mais uma vez, tudo delicioso e comido até ao último pedacinho. Prato impecável, pronto para arrumar no armário e voltar a usar.

Terceiro passo, e aqui começamos a falar a sério: guisado de lentilhas. O meu estava suave (com pouco picante) e muito delicioso. Já o do Paulo, estava fogo. "Médio", foi o nível de picante requerido, mas o chefe era indiano, não italiano, e a mão saiu-lhe pesada como sai normalmente na Índia, onde o "mild" é um nível de picante que, a mim, me faz suar em bica. O Paulo não ficou atrás e sofreu com o picante. Não com as lentilhas, coisa de que, por sinal, ele não gosta. (Como o queijo. Alguém já o ouviu dizer que não gosta de queijo? É um mito. Vejam-no a comer fondue de queijo provoleta fumado. Depois conversamos.)

Quarto passo: frango com o molho vermelho, com um arroz delicioso e chapati. (É raro lembrar-me dos nomes dos molhos indianos, para mim funciona por cores: molho vermelho, molho amarelo que não tem caril e assim por diante.) Delicioso também, tudo delicioso, mnham.

Quinto passo: cordeiro com o molho de caril, acompanhado do tal arroz delicioso. O molho, mnham. O cordeiro, para mim, tem sempre aquele sabor a ... (queria dizer "a bedum", mas será que fica mal?) que me faz lembrar a Páscoa e os piqueniques no Alentejo, com os ensopados de borrego das várias tias a terem de ser provados. Estás a comer o ensopado da tia Maria Carolina? Sim, sim, e tu? Ai, eu o da tia Maria Carolina já provei, agora estou no da tia Maria José. Resumindo: não sendo fã de borrego, que não sou, adorei o molho com o arroz delicioso. Mnham, mais uma vez. E já vão cinco.

Sexto passo: mix-max de sobremesas. Uma mousse de baunilha, um cheese-cake e um bolo de chocolate. Tudo porções generosas, tudo tipicamente indiano. E, mais ou menos por esta altura, capitulámos. Mas ainda não tinha acabado, só vem mais uma coisinha pequenina, garantiu-nos o empregado.

Sétimo passo: um "sabayón" com uma bola de gelado de baunilha e morangos confitados. Não sei o que são morangos confitados, nem o "sabayón" (é algo com muita gema de ovo e outra coisa qualquer que vai ao forno muito brevemente para queimar a crosta). Só conhecia o gelado de baunilha e, mais uma vez, nada disto me parecia muito indiano. Este sétimo passo só debicámos. Nada de comer à séria. Aqui, as barrigas já estavam perigosamente cheias.

Contados os sete passos, respirámos de alívio e recostámo-nos nas cadeiras, prometendo umas quantas voltas ao quarteirão quando chegássemos a casa. Bebericámos o vinho ("será que ajuda a digestão?") e recusámos os chazinhos e os cafezinhos da praxe, já não dava. Mas, apesar de não haver chá nem café, houve bolachinhas, deliciosas por sinal. Já estava tão cheia que não iam ser aquelas duas mini-bolachinhas que iam fazer a diferença, certo?

Quando me levantei, ui, aí dei-me verdadeiramente conta de que tinha comido demais e que já eram dez e meia. Chegámos à rua e estava a chover, o que pôs de lado o nosso plano do passeio higiénico e digestivo pelo bairro.

Na cama, uma hora mais tarde, pus as almofadas para me manterem a cabeça para cima e o sono acabou por me vencer. Até às cinco da manhã, hora a que acordei com calor e com a digestão a meio (a meio?). A partir daí, só rebolei e transpirei. O Paulo levantou-se da cama e informou-me esta manhã que tinha estado a ver as notícias, havia alerta por causa das inundações na província de Buenos Aires e que tinha revisto o "Ana e o Rei", "aquele com a Jodie Foster na Tailândia, sabes?".

Moral da história: foi uma vez, foi uma ideia.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sapatinhos



Eu gosto de sapatinhos.

E porque gosto de sapatinhos, aqui vão estes, tão lindos, tão a minha cara ("tão a minha cara" até ao ponto em que uma cara se parece com sapatos, ou sapatos com cara. Quem é que entende estas expressões?).

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Deve ser do calor!

Não é que estava aqui animadamente a fazer a mão do Daniel (personagem do livro que estou a ilustrar), distraidíssima, e dou conta que o fiz com seis dedos?



Quero acreditar que é do calor...

Estou a menos de nada...

...de ir para um centro comercial só para ter ar condicionado.

Ainda não são onze da manhã e o calor já é abrasador.

Uf.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Informática e informáticos

Ao ler este texto (é giro, é giro! Ide ler!), só me apeteceu comentar:

"Pudera, comprasse um mac e teria muito menos problemas!"

Mas talvez seja um pouco fora do âmbito do artigo.

(Encontrei o texto através do blog do Planeta Tangerina.)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Fim-de-semana na cidade, parte II

Agora vamos ao positivo do fds passado.

Quem já conhece o restaurante Osaka, escusa de continuar a ler. Quem não conhece, queira continuar, se faz favor, mas prepare-se para grandes momentos de salivagem desenfreada.

Depois de apanharmos o Miguel no Aeroparque obrigámo-lo a vir passear connosco para Palermo na nossa busca de estantes. Há que esclarecer que em Palermo, no meio de duas lojas de decoração, há umas vinte de roupas, roupinhas, sapatos, roupa interior, ténis... É impossível (praticamente) resistir ao chamamento!

Quando se fez hora de jantar, aproximámo-nos sorrateiramente do Osaka, restaurante que havia sido eleito pelo Miguel como o "melhor dos últimos tempos". Entre o que queríamos pedir e o que foi pedido por engano (um engano feliz), deliciámo-nos com os pratos que já conhecíamos e descobrimos outro nunca antes navegado. Falo aqui de ceviches, claro, ceviches, tiraditos e sushi, numa onda de fusão peruano-japonesa de fazer crescer água na boca.

O ceviche é aquilo que já se sabe: deliciosos pedacitos de peixe marinados em sumo de lima, uns chilis quaisquer cujos nomes desconheço, coentros e cebola, acompanhados de milho (para nós, é tudo milho; para eles, cada milho é um milho diferente e tem nome específico).

O tiradito é uma coisa género "carpaccio", neste caso de peixe: fatias muito fininhas de peixe com molhos diferentes. Um deles tem maracujá e resulta doce, o que provoca um contraste delicioso com o picante dos chilis e do agreste da cebola. O outro é género... ora deixa cá ver se me lembro do nome... "Bar-B-Q sauce" de lá de Macau, mas em bom. Deve ter molho de ostra, suponho, mas não sei.

Agora está-me a crescer tanta água na boca que tenho de parar de escrever antes que babe o teclado. Chiça.

Fim-de-semana na cidade

Este fim-de-semana não fomos à "escácara" (vocábulo da autoria da menina do "esquepoço" e do "fóscaro"). Entre idas ao aeroporto (fomos buscar o Miguel ao Aeroparque no Sábado e, no Domingo, fomos pô-lo a Ezeiza) fomos ver móveis (estantes, estantes, precisamos de estantes!) com pouco sucesso e vimos algo de máquinas de lavar louça (já falta menos para termos uma, esperemos que não seja uma saga semelhante à do frigorífico).

O ponto alto foi, sem dúvida, a ida ao hipermercado.

Não. Minto. Esse foi o ponto alto da monotonia da vida prática. Ou seja: é preciso ir, há que ir, vamos lá. Gostamos? Não. Não gostamos de ir ao hipermercado. É chato. Apesar da lista criteriosa, há sempre qualquer coisa que fica para trás. E demora-se sempre muito tempo a pagar.

Excepto, claro está, um Domingo de Fevereiro, que é como quem diz "Agosto em Portugal", ou melhor, "Agosto em Lisboa". Num dia de sol e de calor quem é que vai para o hipermercado? Só mesmo quem quer ter um bocado de ar condicionado à borla, e mesmo este "à borla" tem de ser revisto porque saímos sempre de lá com mais coisas do que as que necessitamos.

Os pontos super-positivos foram: compras despachadas; dois pares de sapatinhos muito lindos (prendinhas de aniversário) e uma casa arrumada.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Alvíssaras


Dão-se alvíssaras a quem adivinhar quem são estas meninas.

E mais a quem adivinhar a quem se destina este quadrinho.

E mais não digo!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Estou tão contente...

...com o resultado das minhas costuras que convido alegremente os leitores deste blog a visitarem o outro, para verem a minha bolsa para as agulhas do tricot. Ide, ide!

(Mais imagens no flickr.)

Aspectos em que a Argentina está muito à frente de Portugal

É inevitável a comparação entre os dois países, pelo menos para mim, que sou de um e vivo no outro. É certo que vivo em Buenos Aires, uma cidade que é uma bolha no seio da realidade argentina. Mas é a bolha em que vivo e é dessa bolha que vou falar. Não tenho dúvidas de que a minha percepção é perfeitamente unilateral e pouco rigorosa, mas é da minha percepção que se trata.

Assim sendo, que fique bem claro que as casas de banho na Argentina estão muito, mas muito mais limpas que as de Portugal. Tirando honrosas excepções (como a do restaurante em Beja cujo nome não recordo, onde fizemos o almoço da família Monteiro), as casas de banho em Portugal estão sujas. Se me dirijo a algum empregado, respondem-me, muito provavelmente: "oh, menina, isso agora a senhora das limpezas só vem amanhã". Cá, em contrapartida, o empregado calça umas luvas e vai limpar. Ou chama alguém para limpar. (para os mais incrédulos, já presenciei as duas situações!)

Cá já não se fuma em lugares públicos fechados desde 1 de Outubro de 2006. E é muito bom.

O "gran colectivo argentino" é uma invenção de quem tem muita terra, pouco caminho de ferro e pouco dinheiro para viajar de avião. O autocarro argentino de longo curso é um lugar em primeira classe, só que à velocidade do transporte rodoviário. Funciona maioritariamente durante a noite e o preço é acessível. Não há termo de comparação na Europa.

Os gelados. Só provando.

A carne de vaca. Não sou fã, mas admito que é muito boa. Na de porco e de galinha, ganha Portugal.

Os cafés e os restaurantes: em cada segmento, são todos (ou quase todos!) bonitos. Não há a cultura da tasca com parede de azulejo de casa de banho. Cá os sítios são bonitos, bem arranjados e não necessariamente caros. Tal como disse antes, há-os de todos os preços.

Disto me lembro agora, assim de repente. Quando me lembrar de mais, acrescento.

Como achei Portugal

Esta é uma reflexão que anda a marinar na minha cabeça há algum tempo e é sobre as mudanças que senti em Portugal, quando lá estive no Natal. Após algumas semanas aí, já não as sentia tanto e tive até de fazer algum esforço para me lembrar delas. Por isso, acho que este post poderá ter alguma utilidade para quem já não tem distanciamento suficiente para as apreciar (e só se lembra das horríveis casas assinadas pelo nosso Primeiro e outras desventuras semelhantes).

Tenho também a noção de ter notado essas diferenças talvez por estar a chegar da Argentina. Atenção, não quero aqui assumir um papel algo condescendente de "europeia a apreciar um país menos desenvolvido". Primeiro, porque a Argentina está muito à frente de Portugal em muitas coisas; segundo, porque ninguém gosta que um estrangeiro venha dizer mal do nosso país - acontece-nos a nós, portugueses, e também aos argentinos.

Assim sendo, vamos ao que interessa.

O comportamento na estrada e o respeito dos limites de velocidade: não tenho dúvidas nenhumas de que os tão badalados radares estão a surtir efeito. Honestamente, não poderia estar mais de acordo com a sua função pedagógica: estão lá, estão sinalizados, as pessoas sabem claramente que ali vai estar um radar e que, se forem em excesso de velocidade, serão multados. Funciona, e ainda bem. A verdade é que a circulação está mais regrada, não só dentro da cidade (em vias "semi-rápidas", por exemplo) como também em auto-estradas. E aqui sou corroborada pela opinião de mais emigrantes, que observaram que também na auto-estrada se respeitava mais o limite de velocidade (dentro da já assumida tolerância para os 140).

A sensação de haver uma maior fiscalização e de a impunidade já não ser total: pois é, acho que nos estamos a "suiçar". É uma boa coisa, diria eu, dado que na Suíça, como se sabe, há regras para tudo e fiscalização para ainda mais. Ainda estamos longe, mas não há como seguir bons exemplos. Em que é que notei este "suiçamento"? Notei em várias coisas: na questão supra mencionada dos radares e das multas que chegam a casa dos condutores, numa declaração de IVA que fiz fora do prazo cuja notificação da devida coima chegou em menos de uma semana; de poder consultar essa notificação por internet, imprimir o documento de pagamento e pagar tudo a partir de cá.

Poderia estar a tergiversar, mas não estou: a verdade é que a maioria dos serviços estão agora disponíveis por internet, o que não só me ajuda muito a mim, que estou cá longe, como a tantas outras pessoas que agora já escusam de perder horas a fio nas repartições.

Notei também que as casas de banho estão mais limpas. "Mais limpas", reforço a ideia. Mas não estão limpas. Aliás, em Buenos Aires é muito raro encontrar uma casa de banho suja e, quando isso acontece, avisa-se um qualquer empregado do estabelecimento e imediatamente a dita é limpa. Em Portugal, uma casa de banho suja num restaurante ou num centro comercial é um facto absolutamente normal e ninguém se preocupa por aí além com isso. Excepto, talvez, quem tenha filhos pequenos que precisam de se sentar nas sanitas. Mas não estou a ver que um empregado calce umas luvas de borracha e lave imediatamente a casa de banho, como vi por cá.

Outra coisa muito positiva: a nova lei do tabaco. Nem vale a pena entrar em mais discussões sobre o assunto. Os espaços estão muito mais respiráveis, inclusivamente aqueles em que o fumo é permitido. Até que enfim que se pensa na qualidade do ar que respiramos (todos: fumadores e não-fumadores)!

Para finalizar, acho que em Portugal há muita coisa que funciona: não tenho dúvida de que temos corrupção, mas não é um fenómeno omnipresente como noutros países da Europa e do Mundo, nomeadamente a Argentina. Os nosso tribunais demoram a deliberar, mas deliberam - e a decisão não é normalmente comprada. Além do mais, há instituições que regulamentam outras instituições, o que dá ao cidadão comum alguma protecção. Temos também o famoso "cruzamento de dados" e a lista de devedores ao fisco e aos poucos muda-se a percepção de que "fugir aos impostos" não é uma coisa assim tão louvável.

Posto isto, falta-me escrever sobre as coisas em que a Argentina está muito mais avançada.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O meu 30.º aniversário, o primeiro no Verão







Tinha muitas expectativas para o meu primeiro aniversário no Verão. Ser "no Verão" era uma espécie de recompensa por ser "longe", portanto o dia queria-se lindo e quente, para ter direito ao tão desejado piquenique.

(nota sobre o piquenique: na maioria dos meus aniversários em pleno Inverno lisboeta, um piquenique teria sido perfeitamente viável pois tenho tido a sorte de ter dias sempre luminosos e amenos para a estação. Infelizmente, dada a imprevisibilidade do tempo nessa estação, nunca consegui agendar tal evento. O mais parecido, ainda assim, foi no ano passado, com um almoço no pátio do atelier - parecia uma quinta no interior do país, embora fosse uma horta no centro de Lisboa.)

Mas, infelizmente, o dia amanheceu do contra: choveu, chuviscou, mas estava calor. Ao menos isso, senão ainda pensava que era Outono.

Assim sendo, cancelou-se o piquenique (não foi difícil, não havia assim tantos convidados) e optámos por soluções abrigadas da chuva: almoço no Osaka (mix-max de japonês e peruano - hmmmmmmmm!) e chá à beira da piscina (isto sim, uma novidade!).

À noite, (atenção, cena de miúda a aparecer!) estreei finalmente um vestido que comprei assim que cheguei a Buenos Aires mas que, dadas as vicissitudes da vida, ainda não tinha podido vestir. Ainda quis pôr um colar lindo que me ofereceram os meus pais mas o Paulo não autorizou: achava que já chamávamos suficientemente a atenção, não era preciso mais...

E assim se passou o meu 30.º (trigésimo? Já???) aniversário, o primeiro no hemisfério sul e no Verão.

(Dizem que) Já sou trintona.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A C fez três anos

Na segunda-feira a Czinha fez três anos.

Já não é um bebé: nas palavras dela, é "uma menina e uma pexoa".

Eu, deste lado do oceano, não me cansei de agradecer a quem inventou computadores, internet e, claro, o skype com vídeo. É que, espreitando através do skype, acompanhei a festa, dentro do possível que nos é facilitado desta forma. Falei com sobrinha (que estava com medo por estar sentada numa cadeira tão alta), com alguns tios e primos, amigos, irmãs e pais.

Mais tarde, o Avô António da C mandou-me o filme com a sua neta linda a apagar as três (já???!!!) velinhas do seu bolo em forma de "Hello Kitty".

Lembro-me tão bem do dia em que nasceu e da euforia que me agarrou durante meses, perante aquele embrulhinho lindo e cor-de-rosa no bercinho. Hoje, enche os espaços com as suas perguntas, o seu bom humor e as suas malandrices de menina (e "pexoa"). Já sabe que a Bi está na "Gentina" e há dias em que até quer cá vir jantar empanadas!

A pergunta que se impõe é: como é que teremos vivido até ela nascer? É que a vida mudou para tão melhor que até é difícil de compreender.

E sim, este post é meio lamechas.

Já vi como ficou...

...e agora volto à maneira "antiga" de escrever no blog. Assim, na interface própria do blogger.

Ainda tenho mais duas imagens para pôr aqui, portanto aqui vão:

Aqui está ele, o meu Bainbridge Scarf

E aqui um detalhe do dito

E aqui uma imagem de puro sofrimento: com o calor que está, tirar fotografias com cachecóis não é a melhor coisa do mundo. Que é como quem diz: estou com o síndrome formiguinha, a acumular recursos para o Inverno...

Ora bem, posto isto, vamos às informações "técnicas":

As instruções são as que estão no blog "Pepperknit". Naturalmente, e como não podia deixar de ser, não segui uma série de instruções (porque não as consegui decifrar e porque não tenho os conhecimentos suficientes). Usei umas agulhas com um "7" lá marcado. Que 7 será esse, não sei. Talvez 7 mm, mas quem sabe? Pode ser que daqui a uns dias volte atrás e me ria de toda esta minha ignorância, mas, de momento, não sei.

E mais: já tinha lido em algum lado o que era "knit" e o que era "purl", mas não tinha a certeza qual deles corresponde a malha de "mão" e a malha de "meia".

Por isso, meus amigos, há que sorrir sempre. Lá para o Inverno que vem, usarei este cachecol-cobaia. Até lá, gaveta com ele.

P.S. Aparentemente, as imagens ainda não ficaram visíveis e em condições. Vou carregá-las mesmo "à moda antiga" até perceber como se faz a escrita de mensagens a partir do flickr. Entretanto, perseverança é o que se quer.

P.S.2 A escolha do nome da etiqueta deste post é uma pequenina homenagem à nova gíria familiar que surge graças à eloquência de certo membro desta família cujo terceiro aniversário se celebrou há apenas dois dias. São as saudades, são as saudades!

Terminei o meu primeiro tricot!


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Originally uploaded by Ana Isabel Ramos
Estou curiosa por saber como é que isto vai funcionar. Passo a explicar: estou a escrever um post a partir do flickr, e não sei muito bem como é que resulta. Queria pôr-lhe mais imagens, mas não sei como...

Ora aqui vai: esta é a primeira peça que faço em tricot depois de adulta. Já tinha contado antes, ou não?

As minhas primeiras "tricotagens" foram-me ensinadas por uma equipa de competentes tricotadeiras: Mãe e Avó Mariana.

(Parêntesis que se impõe:

Duas mães e duas filhas vão à missa com três mantilhas. E todas levam mantilha!

Neste caso: duas mães e duas filhas tricotam três cachecóis. E todas tricotam!

Fecha-se o parêntesis, talvez mais claro para quem conhecia a matriarca da família e a quem, de uma forma algo retorcida - se analisarem bem as costuras, vão ver que sim! - aqui rendo homenagem.)

Passaram-se anos e anos e, à beira dos trinta, voltei a tricotar, apesar de ser Verão e tirar fotografias com cachecóis seja puro sofrimento.

E pronto, o resto já sabem.

Vamos lá ver como fica este post, directamente a partir do flickr.