terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma surpresa





Chegou-me uma surpresinha à caixa de correio. Mais leituras, estou contente!

(Obrigada, M!)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um saltinho a Puerto Madryn

Foi num instante que o fim-de-semana passou e já deixou saudades. Rever as fotografias e lembrar-me do azul do mar ajudam-me a aguentar os meses até à próxima deslocação à costa atlântica.

Fomos na sexta pela fresca, antes ainda de as galinhas acordarem. Acordaram logo a seguir, claro está, porque a menina do balcão de check-in nos sentou precisamente de ouvido colado à turbina. Num avião velhinho de uma das companhias aéreas menos recomendáveis do mundo (Aerolineas Argentinas, para o caso de quererem saber), lá chegámos sãos e salvos a Puerto Madryn.

Ao sairmos do avião, pensei que aquele vendaval era coisa da danada da turbina, mas não: estava uma ventaneira tal que ao levantar a perna para andar, o vento a levava. Literalmente.

Apesar do tempo, aproveitámos para ir a Punta Tombo, uma reserva onde se localiza uma colónia de pinguins. De momento, estão a chocar os dois ovos que as fêmeas põem e, dentro de algumas semanas, nascerão os filhotes. Pai e mãe intercalam-se na incubação do ovo e quem não está de serviço vai ao mar alimentar-se. Quando volta, toma o lugar do outro para que também ele se possa alimentar.

O dia seguinte, Sábado, amanheceu lindo, cheio de sol e com muito menos vento. Estavam reunidas as condições ideais para irmos ver as baleias! Entrámos na Península de Valdés, parque nacional, e o que se seguiu foi como que andar num parque de diversões, só que natural. À beira da estrada vimos guanacos, ñandús e bichezas exóticas locais. Um pouco mais tarde, já no barco, vimos baleias (da espécie franca austral) com as suas crias. Não dava para ver e tirar fotografias que se aproveitassem, portanto decidi ver. E não é que fui recompensada com uma subida e consequente mergulho de costas por uma baleia de várias dezenas de toneladas? O passeio foi lindo, lindo, e felizmente ainda trago os olhos cheios de mar. Isto de viver longe da costa... às vezes custa.

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Depois do barco, almoçámos e fomos procurar os elefantes-marinhos.

Elephant seals in Península Valdés

Elephant seals in Península Valdés

Os elefantes-marinhos vivem organizados em haréns.

(Pausa para comentários jocosos. Fim da pausa para comentários jocosos.)

Depois de quase um ano passado no mar, estes bichos vão para terra para a etapa de reprodução. Durante este período raramente voltam à água, o único lugar de onde provém a sua alimentação. Por esta razão, perdem muito peso durante o tempo em terra. As mães, depois de darem à luz, amamentam as crias durante algumas semanas e dá-se um fenómeno de "transmissão de massa": as crias, alimentadas exclusivamente com leite materno, duplicam o seu tamanho em pouco tempo; as mães, em contrapartida, saem muito esbeltas deste período, até porque não se alimentam enquanto estão em terra.

Poucos dias depois de darem à luz já o macho do harém as emprenhou outra vez. Mas por ainda estarem a amamentar a cria, o embrião fica a "hibernar" e só se implanta no útero três meses mais tarde. A gestação dura mais nove meses, o que significa que a elefanta-marinha está sempre grávida. Um despacho!

Tongues of fire goes elephant seal-watchingO tricot também foi passear. Pode não entrar na cabine do avião, mas lá ver elefantes-marinhos, vê.

Daqui, fomos espreitar uma mini-colónia de pinguins. Pequenina, mas linda.

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Voltámos a Puerto Madryn com a estepe patagónica por paisagem, embalados pelo ronronar do motor da camioneta. A sesta perfeita, depois do dia perfeito.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Turistas por cá


Temos visitas cá em casa. Ao fim-de-semana, entramos em modo "turista" e vamos passear a todas aquelas zonas que visitamos somente nestas situações. Sabe muito bem.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ceci n´est pas...

Canelonis com espinafres, cogumelos e requeijão, feitos pelo Príncipe.

...um blog de cozinha. Não obstante, não podia deixar de mencionar o nosso desafio doméstico depois de termos visto o filme Julie & Julia. Quem for ver o filme saberá que cada uma das Júlias se propôs cumprir um desafio grande, do género "enorme". Cá em casa, pelo contrário, contentamo-nos com uma coisa mais simples, mas que tem sido divertida: às quartas-feiras e aos Domingos experimentamos, à vez, uma receita nova. A única regra é que esteja num dos livros de cozinha que cá temos em casa.

No cardápio doméstico já tivemos, cozinhados por mim: trouxas de espargos, muffins de acelga, rolo de noz com espinafres e cogumelos; cozinhados pelo Paulo, tivemos cataplana de porco e espargos, sopa de milho e, ontem, uns magníficos canelonis de espinafres, cogumelos e requeijão. Feitos na pastalinda que lhe ofereci, claro.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

stricken, strickte, hat gestrickt

Tongues of fire in Diavolo

Esta que vocês aqui lêem tem andado longe deste estaminé por várias razões, sendo que uma é a preparação de uma apresentação oral para a aula de alemão. E sobre o que é? Precisamente essa actividade que é o tricot. Numa época tão globalizada em que tenho até dificuldade para me lembrar dos termos apropriados em português, foi giro aprender o vocabulário alemão adequado ao tema.

Na foto, uma das minhas tentativas de tricotar "lace"...

(abro parêntesis para me perguntar, sem êxito, qual o termo em português para "lace"? Fecho parêntesis, ainda na dúvida.)

...como estava a dizer, uma das minhas tentativas de tricotar "lace", com o modelo gratuito disponível aqui, feito com o fio Joji sock na cor Diavolo. Os detalhes encontram-se aqui.

E assim volto ao stricken.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"A lã e a neve"

É o segundo livro de Ferreira de Castro que leio e, tal como no primeiro, surpreendo-me por um clássico me agarrar desde o princípio. Eu sei, é uma grande falta de cultura e de erudição da minha parte dizer que os clássicos da literatura podem ser chatos, tal como é admitir que adormeço sempre durante as peças de teatro, mesmo quando estou interessada e a gostar. Mas a verdade, para mim, é essa: às vezes os clássicos são chatos.

Pois não é o caso deste. Para além de a acção se passar numa zona que me é querida (Covilhã, Manteigas e terras serranas), fala de outra coisa que me é querida: a produção de lã. E o que, outrora, se sofria para se produzir aquilo que para mim é como um parque de diversões (tricoticamente falando, claro está).

Ontem à noite aprendi uma coisa nova: tal como se "bloqueia" uma peça tricotada para que as fibras estabilizem, também os pastores têm de dar um jeitinho nos chifres dos carneiros, para evitar acidentes. E o processo é de um pragmatismo fabuloso: espeta-se cada um dos chifres do carneiro adolescente numa batata recém-cozida, ainda quente. A temperatura e humidade da batata amolecem o chifre, que depois é retorcido de forma a não crescer nem na direcção dos olhos nem do pescoço do animal. Quando se termina o processo, prendem-se os chifres com guita e um pau, de forma a estabilizarem na nova forma. Giro, não é?

O mesmo acontece nas peças tricotadas: são lavadas e depois deixam-se secar horizontalmente com alfinetes a dar-lhe a forma definitiva:

Damson
Vêem os alfinetes a puxar a malha para a abrir bem?

E esta, hein?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eu, no Jornal do Brasil!


No Domingo passado foi publicado um artigo meu no Jornal do Brasil. Atalhando uma longa história, estou muuuuuuuito feliz por ter tido a oportunidade de escrever um texto para ser impresso. Blog é giro, mas no jornal é outra coisa!

Obrigada aos envolvidos nesta aventura!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mercedes Sosa

Na madrugada de Domingo, Mercedes Sosa morreu.

Nem vale a pena comentar a cobertura dada pelos media ao acontecimento (um directo, todo o santo dia, desde o edifício do Congresso, onde o corpo foi velado. Não houve notícias no mundo - nem locais, diga-se -, não houve absolutamente nada, só um directo, a câmara apontada ao féretro e a corrente de pessoas que lá iam despedir-se a passar. Mencionei que foi todo o dia? Todinho?). Também não vou comentar o dia de tolerância dada aos funcionários públicos a propósito do luto nacional.

O que importa mesmo, mas mesmo, mesmo, é que Mercedes Sosa foi uma figura-chave da cultura do país. Não conheço nem quero conhecer as conotações políticas da música dela. Do que eu gostava, mesmo, era da música em si, das melodias, da poesia e da forma como ela as interpretava. Vi-a ao vivo pela primeira (e última) vez em Frankfurt. Na assistência distinguiam-se claramente os latinos, aos saltos e a bater palmas, a pedir mais uma canção antes da despedida, dos alemães, sentados nas suas cadeiras, surpreendidos com as reacções calorosas dos primeiros. Não é que não estivessem a gostar; só manifestam o seu agrado de forma menos exuberante.

Enfim, saímos de lá numa espécie de nuvem etérea provocada pela música, assim como se devem sentir as pessoas quando fumam coisas que fazem rir. Foi uma maravilha.

Uma mulher que cantou Gracias a la vida deve ter morrido em paz. E que em paz descanse.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Férias parte II: no calor



Depois das férias no frio, vieram as férias no calor. A viagem foi longa, longa, entre Ushuaia e Lisboa, com uma noite (que mais pareceu uma sesta) dormida em Buenos Aires. Daqui fomos para São Paulo, e dali para Lisboa. Nos antigamentes voávamos por Madrid, mas agora que descobrimos a ligação brasileira não queremos outra coisa. Não é só o facto de a viagem ficar mais repartida, com três horas e qualquer coisa até ao Brasil e mais nove e picos até Lisboa, em vez do voo enorme até Madrid e do engasgo dali até Lisboa. É, sobretudo, o conforto de sermos bem tratados, tanto na TAM como na TAP. Para quem venha para estes lados, em podendo, TAM-TAP é que é bom. Começamos logo a falar português mal saímos de cá e, entrando no avião da TAP, já bebemos água do Luso, sumos Compal e comemos empadão de novilho biológico. Mnham!

Pausa publicitária terminada, passamos ao momento "Paremos-de-dizer-mal-de-Portugal". Acaso sabem quanto tempo levámos a passar a fronteira? Aí uns 30 segundos, se tanto, devido a essa invenção que é o passaporte electrónico. Não há filas, não há esperas, a única dificuldade é reproduzir a cara de segunda-feira que consta do documento para a máquina fazer o reconhecimento visual. Roça o impossível, sobretudo tendo em conta que do outro lado nos esperam familiares felizes e a nossa cidade de eleição. As malas, contrariamente ao que esperávamos, não demoraram tempo nenhum a chegar e pudemos então enfrentar o calorzinho estival do início da manhã. Ai, é tão bom chegar a Portugal.

Lisboa foi uma breve passagem a caminho do Algarve. Seguiu-se uma semana cheia daquelas coisas que fazem das férias na praia a melhor coisa do mundo. Sol, cheirinho a Algarve, mar, mergulhos, docinhos em forma de fruta, passeios à beira-mar, gelados comidos na praia, castelos na areia e muitos, muitos mimos da família.

Para compensar o aporte calórico das refeições nas férias frias, em Portugal fizemos uma estrita dieta de amêijoas e peixe. Que regime bom! Fossem todas as provações da vida semelhantes a esta... Iguarias e mimos da família à parte, o momento alto de praia foi quando um cardume de golfinhos veio fazer acrobacias pertinho da areia. Foi tão bonito! O público, siderado com o espectáculo, aplaudia e comentava. Falta-me o registo fotográfico, mas foi impossível descolar os olhos da água para procurar a câmara...

Foto tirada pela C1. Temos fotógrafa!

Muitos pêssegos e bolinhos do Algarve depois, voltámos a Lisboa. Mas essa é conversa para outro post.