segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As actividades e os seus frutos

Panquecas com doce de tomate caseiro

A Cidade do Panamá não é uma metrópole vibrante de actividade cultural, pelo que quando cá estiveram os meus pais usufruímos do tempo para fazer actividades. Vocês perguntam, e muito bem, que actividades? E perguntam também quantos anos terei, claro está, porque isto das actividades é conversa da minha sobrinha de seis anos. Eu tenho mais uns quantos que ela, mas gosto igualmente das ditas actividades!

Pois uma delas foi aprender a fazer doce de tomate. A minha Mãe faz um doce de tomate que é de comer e chorar por mais, de rebolar no chão e fazer birra, de bater com o pé e exigir mais, só porque é tão delicioso. Por isso fomos ao mercado comprar tomate o mais madurinho possível, deixámo-lo fora do frigorífico um par de dias, e tunfas, ao ataque. Enquanto a panela esteve ao lume, a casa encheu-se de um cheirinho delicioso a canela, a tomate cozinhado, a açúcar derretido... enfim, um odor bem inspirador para uma outra actividade que tínhamos em mãos (sobre a qual falarei oportunamente).

Avancemos para o Sábado passado, dia em que o Príncipe fez panquecas para o pequeno-almoço e eu aproveitei para usar o doce de tomate para as barrar. Qual maple syrup, qual quê...!

A apreciação das qualidades organolépticas é excelente, o sabor é de - lá está - comer e chorar por mais. Aqui está uma excelente vantagem de estarmos a viver no Panamá, e não em Buenos Aires. Lá haveria certamente algum museu para visitar e, consequentemente, afastar-nos da minha aula prática, que tão bons resultados rendeu.

P.S. Um par de dias depois, repetimos a dose para o doce de ananás. Mnham!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Chegou a zine de Fevereiro

It´s out!

Ora aí está, fresquinha-fresquinha, a zine de Fevereiro. A temática desta feita é o acontecimento mais importante do mês (e quiçá mesmo do ano inteiro, digo eu, ideias minhas...!). Enquanto decorriam as celebrações de três dias - nada mais, nada menos - arejei a caneta e o diário gráfico e fiz alguns desenhos, já a pensar que este mês a zine seria assim, com os meus desenhos de observação.

Por isso, aqui está ela, espero que gostem!

No mês de Março vou apresentar a zine na Pecha Kucha Night Panamá. Para isso, estou a pedir a colaboração dos leitores para me enviarem fotografias a ler a zine, a fazer actividades com ela, o que a vossa imaginação ditar. Gostava de ver de onde a lêem, como a lêem, o que fazem com ela... ele há quem faça actividades com as crianças, há quem as coleccione, há quem as pendure num painel na parede. Mostrem-me isso, sim? Agradeço desde já! Entretanto, vou pensar numa maneira de vos compensar (a intriga, o mistério...).

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O meu aniversário

San Blás, Panamá

Eu adoro fazer anos. Adoro. Adoro celebrar o dia, o facto de estar viva, saudável, feliz. Adoro pensar que hoje sei um pouco mais que há um ano atrás e que neste meu novo ano vou aprender muitas coisas novas, que jamais imaginei poder fazer.

Sabendo tudo isto, o Príncipe todos os anos se supera nos preparativos para as celebrações. E este ano, gente minha, foi a maior loucura de sempre, um dia (três, em boa verdade) que jamais esquecerei.

Os meus pais vieram de Lisboa, numa folguinha entre aniversários, para estar connosco duas semanas. E assim partimos para um mini-cruzeiro de catamaran: nada de luxuoso, só nós e o nosso capitão-cozinheiro-pescador-anfitrião.

are there enough seats for everyone?

Voámos da Cidade do Panamá para o aeroporto de Corazón de Jesús, aeroporto esse que é, na verdade, uma pista de aterragem numa das ilhas. Em circunstâncias normais dá para aceder à reserva indígena em automóvel, mas devido a uma enxurrada a estrada está intransitável. Não se sabe se e quando estará novamente operacional, por isso os voos da Air Panama são a única forma de chegar.

Quero dizer, minto: também dá para chegar de barco desde Portobelo (perto de Colón e a uns 80km da Cidade do Panamá) e, claro, desde a costa colombiana, tudo isto em viagens marítimas charter.

San Blás, Panamá
A chamada "dureza da vida".

San Blás é um arquipélago pertencente ao lado caribenho do país. É também uma reserva indígena e está inserido numa região autónoma. É constituído por muitas ilhas - alguns dizem que 365, uma para cada dia do ano - e por recifes de coral. Há ilhas habitadas, outras desertas, outras só com habitantes diurnos (gente como nós). É um paraíso na terra, excepto em noites de chitras, umas mosquinhas minúsculas que picam, picam e picam vorazmente, deixando um rasto de dor, ardor e comichão.

(Um parêntesis para adicionar um pedaço de informação absolutamente vital para o bem-estar pós-picada: vinagre de maçã faz maravilhas na recuperação, cortando bastante a comichão e encurtando o período de ardor. Diz que também funciona em queimaduras por alforreca. Nunca experimentei, mas, em caso de desespero, não custa tentar.)

Ficámos alojados no catamaran Chi, sendo o nosso anfitrião um austríaco, Chico de alcunha. Levou-nos em segurança a todos os lados, contou-nos histórias, pescou e cozinhou para nós, até me fez uma sobremesa especial no meu aniversário. Bom interlocutor, deu-nos imenso espaço no barco, que, para além de pequeno, também é a sua casa.

Tivemos três dias de sol, água transparente, peixinhos, corais, decisões difíceis como vamos dar uma volta à ilha? para a esquerda ou para a direita? ou nadamos até àquela ilha? sim? depois da cerveja?.

birthday meal

Fizemos piqueniques na praia com peixinho fresco, acabado de pescar. Ensaiei acrobacias e equilibrismos aquáticos, às vezes com sucesso...

a fazer o pino em água rasa!

...e fizemos concursos de mergulhos:

concurso de mergulhos

Fizemos parte da cadeia alimentar como predadores:

dinner!

...mas também como presas:

chitras suck

E assim foi. Mais fotos aqui.

De volta

Chiiii, há tanta, tanta coisa para contar! Tanta foto para mostrar, tanta actividade para partilhar! Tenho de ir ali fazer uma selecção das fotografias para começar o relato das duas últimas semanas.

Para os mais impacientes, no Dicforte já há muitos "postios" sobre a visita ao Panamá.

Já volto.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ausência justificadíssima

It´s not that I´m not here...

Não é que não esteja cá - estou. Ando é ocupada a fazer bolinhos deliciosos (e outras actividades) com as pessoas fofas que estão de visita. E isso mantém-me longe da vida digital.

Na semana que vem, conversamos. Até lá!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A minha primeira exposição!

Junglewood gallery in Casco Viejo, Panama City

Getting ready

all set up

My first solo art show!

Ainda estou na ressaca da excitação que foi a minha primeira exposição. Quinta-feira passada, no âmbito do Artblock Panamá, expus alguns dos meus quadros na galeria Junglewood, ali no Casco Viejo. O programa incluía uma banda ao vivo, que tocou tangos, milongas, zambas e outras canções sul-americanas e, a páginas tantas, um par de bailarinos de tango deliciou-nos com a sua aparição em versão impromptu.

O serão foi muito animado e repleto daquelas coincidências divertidas: lá estávamos nós, com os amigos C. e L. (obrigada!), em amena cavaqueira em português, surpreende-nos uma visitante da galeria com o imprescindível "vocês são portugueses?"

Diz que estamos por todo o mundo.

E a segunda coincidência da noite foi parecida: de onde é que vocês são para aqui, somos portugueses para ali, e quem havia de dizer que a dona da galeria, ela própria, também é portuguesa. (Obrigada, Z.!)

Para fechar a noite com chave de ouro, vendi o meu primeiro quadro, que agora já estará feliz na sua nova casa, em Austin, Texas. (Thank you, J.!)

Objectivo número 3 do ano: cumprido!

Mais fotos do evento aqui.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Recibos verdes electrónicos

Hoje emiti o meu primeiro recibo verde electrónico.

(Para quem está fora do contexto, o recibo verde - que até à data era mais azulado que outra coisa - é o documento que um freelancer passa ao seu cliente quando dele recebe um pagamento. Até agora, era preciso ir às Finanças comprar uma caderneta e preencher recibo por recibo, à mão, e depois enviá-lo, normalmente por correio, ao cliente.)

Como é que posso dizer? É o máximo. Bastou-me introduzir o número de contribuinte do cliente e a importância, de um menu escolher os regimes de IVA e de Retenção na Fonte. Os cálculos foram feitos automaticamente. O meu cliente tem acesso ao dito recibo de forma imediata e evitamos idas aos correios e atrasos no envio (geralmente do lado do correio panamenho, que os CTT portugueses são muito eficazes).

Tirando o aumento da contribuição para a Segurança Social, só tenho coisas boas a dizer sobre a minha relação com a Administração Pública: cada vez mais simples e mais electrónica, já praticamente não existe nada que tenha de fazer presencialmente - facto esse importante, tendo em conta que estou um pouco, digamos, longe.

Falta-me experimentar emitir um recibo para um cliente que não seja português. Lá chegaremos! Até agora, o serviço está aprovadíssimo. Será demais dar os parabéns à Direcção Geral de Contribuições e Impostos? Acho que não: parabéns e obrigada por me facilitarem a vida. Agora queríamos mesmo é que os impostos baixassem, será que dá?