sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boas Festas

We're in Panama, issue 31

Queridos leitores,

Chegou o fim do ano de 2012, um ano cheio de acontecimentos, a maioria positivos, alguns menos bons. Esta zine celebra alguns dos objectivos que consegui cumprir, celebra o fim do ano e encerra, cheia de esperança, desejando que 2013 seja um ano bom e colorido.

Podem lê-la clicando aqui e partilhar um dos vossos objectivos para 2013 ali em baixo, na caixa dos comentários.

Por agora desejo-vos festas felizes, algum descanso durante o Natal (se possível), muito amor, paz, alegria e que cá continuem a vir em 2013. Eu cá estarei, a partilhar mais aventuras convosco.

Obrigada a todos.

Peace out, como dizem em inglês.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Orlando

Orlando é uma pacata cidade da Flórida, que vive à sombra dos muitos parques temáticos e centros comerciais outlet que existem nos seus subúrbios. Mas teria sido uma pena não visitarmos a baixa da cidade. E por isso, no último dia em que estivemos na Flórida, fomos até à baixa de Orlando. Em pleno dia de trabalho, é uma baixa adormecida, com pouca ou nenhuma gente na rua, pouco comércio, poucos restaurantes e poucas actividades. Para além do sempre presente Starbucks, pouco mais há a referir em termos de animação na rua.

Não tivesse sido, claro está, a enorme surpresa de nos passarem um folheto na rua a convidar-nos para assistirmos a uma exibição gratuita do conhecido Cirque du Soleil. Lá fomos nós. Como seria de esperar, valeu bem a pena. Por um lado, porque as exibições do Cirque du Soleil são sempre magníficas; por outro, porque assim pudemos ver, concentrados num só lugar, praticamente toda a gente que existe na baixa de Orlando.

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Cirque du Soleil, live in Downtown Orlando

Quando a actuação terminou, continuámos a passear pela cidade. Apanhámos o autocarro gratuito que liga toda a baixa até ao terminal rodoviário e vimos a biblioteca, de fora. Por isso, no regresso visitámo-la por dentro. Como seria de esperar, é uma biblioteca muito bem equipada, com gente lá dentro, muitos títulos, temas da semana expostos como se de uma livraria se tratasse. Também dispõe de filmes e audiolivros, o que me pareceu fantástico. E ainda tem uma secção para leitores juvenis onde os adultos não podem entrar.

Downtown Orlando

Quando terminámos, seguimos em direcção ao lago. Orlando, apesar de ser na Flórida, está no interior do estado, pelo que este lago lhe dá o pedaço de água que qualquer cidade necessita. Tem patos, cisnes e outras aves cujos nomes desconheço, e muitas, muitas regras.

Downtown Orlando

Downtown Orlando

Downtown Orlando

Depois do passeio pelo lago procurámos, com bastante empenho, um lugar onde almoçar. Não foi fácil, mas encontrámos um casa de tacos onde, pelo menos, podíamos ver que os ingredientes eram frescos e evitar que pusessem cinquenta e três molhos cheios de gordura.

(O meu truque, na Flórida, foi pedir saladas. As doses são familiares, mas pelo menos a alface é fácil de digerir...)

Downtown Orlando

Downtown Orlando

Downtown Orlando

Depois do almoço, e vista a baixa da cidade, procurámos uma livraria no GPS e assim fomos até um bairro asiático, desenhado para ser percorrido de carro, com avenidas de três faixas e quarteirões muito grandes, parques de estacionamento em todo o lado e ninguém na rua.

No dia seguinte, voámos até à Califórnia, onde descobrimos uns Estados Unidos totalmente diferentes...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Uma pausa nos relatos de viagens

Faço aqui uma pequena pausa nos relatos de viagens para mostrar dois xailes lindos que estive a tricotar e que terminei no fim-de-semana passado.

Claro que aqui no Panamá não preciso deles (a não ser para ir ao cinema), mas como prevejo uns dias frios nas próximas semanas, imagino que os vou usar até ganharem piolhinho.

O primeiro é de seda, e foi a primeira vez que tricotei com seda. Gostei, sim, mas os pontos escorregam que se fartam, mesmo com agulhas de madeira. A receita pode ser encontrada aqui e os detalhes todos estão aqui.

Shawl I

Shawl I

(Mais fotos aqui.)

O segundo xaile foi tricotado com uma mistura de merino, bambú e seda. A receita é esta e as minhas notas podem ser encontradas aqui. Adoro o resultado!

Shawl II

Shawl II

Shawl II

(Mais fotos deste xaile aqui.)

Os fios usados foram comprados em Santiago do Chile, em Agosto passado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Viagens no tempo

Kennedy Space Center, FL

Kennedy Space Center, FL

Kennedy Space Center, FL

Depois da loucura dos parques temáticos da Flórida, o senhor Príncipe convenceu-me, e ainda bem, a visitar o Kennedy Space Center. O tempo já estava a ficar ruim com a aproximação do furacão Sandy, pelo que me desapetecia uma ida a uma das famosas praias locais.

E assim fomos nós, montados no nosso GPS e comigo de co-pilota, de mapa na mão, Flórida fora. Aqui que ninguém nos ouve, era perfeitamente desnecessário. Há indicações em todo o lado e só as viragens à direita com o semáforo vermelho eram vagamente confusas. Mas só vagamente, nada que tenha atrapalhado o meu condutor.

Kennedy Space Center, FL

O Kennedy Space Center bebe um pouco da loucura dos parques temáticos e tem salas de cinema imax 3d e um simulador de voo espacial. As exposições são muito interessantes: uma, sobre a história da conquista do espaço e da picardia entre os blocos ocidental e oriental, fala dos primeiros foguetes. A exposição transporta-nos até aos anos 60, depois 70. Foi uma alegria encontrar ícones da minha infância, como o View Master, ver o Sputnik e a sua bandeira da CCCP, telefones de disco e outras coisas que tais.

Time travel courtesy of #nasa and Kennedy Space Center. #fl

(Ponha o dedo no ar quem reconhece o View Master da sua infância!)

Experimentámos o simulador de voo e vimos uma documentário sobre a o satélite Hubble, no cinema em 3d. E, quem havia de dizer, gostei imenso de ir.

Como tudo fecha cedíssimo, vale a pena ir mais cedo para aproveitar o tour de duas horas que leva os viajantes até ao Cabo Canaveral e ainda passar pela loja, onde há muitas lembranças giras, desde astronautas de papel a emblemas para coser.

Lego!

Lego!

Dali seguimos para o que nos faltava ver do mundo Disney, o "Downtown Disney". Trata-se de uma zona cheia de restaurantes, cafés, cinemas e salas de espectáculo, bem ao estilo de mundo a fingir da Disney. O ponto alto foi a loja de legos, onde entrámos. Não conseguimos lugar para jantar, de maneira que saímos alegremente da zona e fomos dar, curiosamente, com o melhor restaurante de Orlando e seus arredores, um cochicho perdido num complexo de fama duvidosa que serve uma deliciosa comida indiana. Chama-se New Punjab Indian Restaurant e em Orlando foi a única refeição realmente recomendável; entrou directamente na categoria de comida da mãe, isto, claro está, se a minha mãe fosse do Punjab.

O dia seguinte seria o nosso último em Orlando, e decidimos que não nos poderíamos ir embora sem conhecer a cidade.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Visita ao Canal do Panamá, do lado Atlântico

Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

No Domingo passado fizemos um daqueles passeios que tinha de aqui partilhar. Fomos visitar o Canal do Panamá, desta feita do lado Atlântico, mais concretamente as eclusas de Gatún.

O Canal do Panamá é uma construção artificial que aproveita determinadas características naturais do país, sendo a principal razão o facto de ser um istmo com apenas 80km de terra entre os dois oceanos. Além disso, é uma zona sismicamente estável e com muita chuva - verão que a precipitação é essencial ao funcionamento do canal.

O canal tem três sistemas de comportas que vencem as diferenças de cota entre ambas as margens e o lago artificial de Gatún, que se localiza a meio do percurso. Além disso, estas comportas ajudam a controlar o fluxo de água, para que corra sempre da terra - ou seja, do lago Gatún - para o mar - isto é, ambos os oceanos. Os três sistemas de comportas são, do Atlântico para o Pacífico, ou de Norte para Sul, Gatún (cujas fotos aqui mostro), Pedro Miguel (a uns 30km da Cidade do Panamá) e Miraflores (na Cidade).

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

As eclusas de Gatún têm a particularidade de ser muito pouco turísticas, pelo que as tribunas de observação se encontram muito mais perto dos canais de água do que acontece em Miraflores. Vimos dois barcos a virem do Atlântico e a serem subidos na câmara mais perto de nós, depois a avançarem para mais uma câmara em direcção ao lado. Explicou-nos o guia que o capitão do barco tem de ceder os comandos ao capitão do canal. Os pilotos sobem para a ponte e controlam, juntamente com o pessoal de terra, a progressão dos barcos nas eclusas. Parece loucura, mas entre o casco dos barcos e as eclusas há apenas 60cm... é um passinho só!

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Nas câmaras, os barcos são conduzidos por quatro reboques que circulam sobre carris, através de cabos em tensão presos tanto na proa como na popa. Dois de cada lado, ajustam a tensão para que o barco entre direitinho nas câmaras, sem incidentes.

Já na câmara, fecha-se a porta de trás e as águas sobem, vindas de um sistema de canais que permeiam as paredes, até chegarem ao mesmo nível das da câmara em frente. O movimento da água é feito através, simplesmente, da gravidade e as tinas são abastecidas pelo depósito de águas pluviais que é o lago Gatún. É por esta razão que a muita precipitação que aqui se faz sentir é tão importante para todo o processo. De momento, as águas passam de umas câmaras para as outras sem serem reutilizadas; nas ampliações que estão a ser feitas, foi criado um sistema de tinas que recupera cerca de 60% da água utilizada, sendo assim menor a dependência do nível de água no lago.

Quando o nível da câmara de baixo atinge o da câmara imediatamente seguinte, abrem-se as comportas à proa do barco, que avança para o próximo passo. O princípio é muito simples, mas a execução de engenharia é complexa. Parece uma obra de lego, em tamanho gigante, em que tudo funciona perfeitamente, tudo encaixa na perfeição. Todos trabalham em conjunto e harmonia e o resultado é fascinante, mesmo para quem não aprecia estas grandes estruturas.


Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

O Canal do Panamá está a sofrer ampliações nas suas comportas para poderem suportar mais fluxo, devido à grande procura. Para o país, o Canal é uma mina de ouro, gerida e mantida com muita atenção ao detalhe.

Terceira eclusa em Gatún, Canal do Panamá

Terceira eclusa em Gatún, Canal do Panamá

Na ampliação do canal em Colón, do lado Atlântico, foi construído um centro de visitantes, com miradouro, centro de interpretação e auditório. A funcionária que aqui nos atendeu respondeu a todas as perguntas que lhe fizemos, com muita sabedoria e segurança. Fomos magistralmente atendidos por todos, desde empregados de limpeza, seguranças, até ao pessoal técnico.

De lá de cima, contam-se pelo menos vinte e oito gruas a trabalhar, muitos operários, maquinaria, andaimes. É uma visão impressionante que faz lembrar aquele show dos anos 80 do Jim Henson, com uns operários muito pequeninos e fofos (eram os Marretas? Não me recordo... Quem ajuda?). A visão é absolutamente impressionante, é impressionante pensar que ali está a ser construída uma estrutura gigantesca, que dentro de alguns anos vai estar tapada pela água.

No final da visita, queríamos atravessar o canal através de uma ponte que é estendida ou guardada conforme há barcos a passar ou não. Do outro lado, há uma povoação chamada San Lorenzo, onde existe uma marina com um restaurante. Infelizmente não conseguimos lá chegar porque a estrada após a ponte estava cortada. Devido ao forte temporal que se estava a fazer sentir (aliás, a chuva é visível em quase todas as fotografias), tinha havido um deslizamento de terras que impossibilitava o trânsito automóvel. Mesmo assim, atravessámos a ponte para ir e imediatamente voltar. Nesse percurso consegui captar estas imagens.

Ponte sobre as Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Ponte sobre as Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

É uma visita imperdível, e até já tenho vontade de voltar para ver os progressos nas obras.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Na Flórida, parques temáticos

Tanto eu como o Príncipe tínhamos, em criança (e não tão criança) visitado os parques temáticos da Disney (eu também tinha visitado o da Universal Studios, na Califórnia, aos onze anos). Por isso, ambos tínhamos vontade de revisitar e, quem sabe, voltar a sentir a magia que nos lembrávamos de ter sentido.

Tínhamos alguns dias e pensávamos que os íamos encher de parques temáticos. Não foi o caso, porque ao segundo dia já bastava, mas esses dois dias foram muito apreciados e aproveitados.

No primeiro, comprámos bilhete para visitar o Islands of Adventure, no complexo da Universal Studios. Neste complexo há dois parques, uma zona de lazer com restaurantes e lojas, para a qual não é necessário adquirir bilhete. Há também um hotel. Nós decidimo-nos por só comprar bilhete para um parque, e estou convencida de que fizemos bem.

Chegámos pela fresca, assim que abriu. Delirei com a arrumação dos carros no parque de estacionamento: havia funcionários que iam organizando o preenchimento dos lugares não pela vontade dos condutores mas por ordem. O primeiro carro ficava no último lugar da última fila, o penúltimo imediatamente ao lado. Assim que se preenchia a última, avançava-se para a penúltima e repetia-se o processo. Assim deixámos o carro num instante e preparámo-nos para um dia de muita caminhada.

Harry Potter neighbourhood at Universal's Islands of Adventure

Harry Potter neighbourhood at Universal's Islands of Adventure

Harry Potter neighbourhood at Universal's Islands of Adventure

Primeira paragem, o bairro do Harry Potter. Esta secção é recente e tem duas grandes montanhas-russas, uma mais pequena ("familiar", como lhe chamam) e outras atracções divertidas. Muitas lojas, onde é possível comprar roupa, varinhas mágicas, capas, enfim, mercadoria relacionada com o tema. Confesso, não sou fã: mas o bairro está muito bonito, a imitar uma vila medieval inglesa, com casas inclinadas, telhados nevados e umas barricas onde se vendiam bebidas e lanches.

A bebida favorita da zona é a butterbeer, que nós também quisemos experimentar. Imediatamente foi eleita a pior coisa de todas as férias, e conseguiu manter o lugar até ao fim dos quinze dias. Feito impressionante e indiscutível, a butterbeer é um refrigerante com sabor a caramelo, talvez a bolacha de caramelo, com gás. E... bem, para mim, intragável. Mas uma experiência interessante.

Candy for Harry!

At Islands of Adventure

Look!

As montanhas-russas da zona são muito giras, movidas e cheias de altos e baixos, mas a mais impressionante é a do Hulk. Foi também eleita como a melhor do dia, e foi bem divertida. Quando fomos, comecei por sofrer um bocadinho de medo, acabei a sofrer de falta de equilíbrio, mas o percurso tem uma surpresa, logo ao início, que acaba por marcar todo o itinerário de altos e baixos. O Príncipe repetiu e eu tirei-lhe várias fotografias. Quem o encontra?

The Hulk roller coaster

No dia seguinte fomos para o conjunto de parques da Disney, com um bilhete multi-parques nas mãos. Visitámos o Epcot Center, em primeiro lugar, e depois apanhámos o monorail para o Magic Kingdom.

Epcot Center Dome

O Príncipe queria rever o primeiro por ter lembranças dignas de ficção científica de quando tinha visitado, há 26 anos atrás. Pois bem, o Epcot Center continua praticamente como estava nessa altura. Depois tem uma parte, à volta de um lago, com representações de vários países. Pagodes na China, pizzarias na Itália, templos japoneses, enfim, não muito interessante para quem tem vontade de visitar os próprios países, não o pedaço feito de gesso.

Main Street

Band on Main Street

Dali fomos para o Magic Kingdom, a "Disneylândia" pura, com paradas, a Avenida Principal, o castelo das princesas ao fundo. O ambiente, esse, continua mágico. A secção chamada "Tomorrowland" parece mais "Yesterdayland", mas mesmo assim tem atracções novas e as antigas continuam a ser divertidas.

(Aqui entre nós, a senhora que ia atrás de mim na Space Mountain soltou um só grito... contínuo, do princípio ao fim da viagem.)

Fun!

Look, it's a quilt!

The castle, by day

O dia foi muito bem passado, entre passeios, ilha do Tom Sawyer, casa assombrada, a casa da família Robinson (com uma colcha de retalhos na cama), os cortejos (que continuam a ser contagiantes) e o melhor de tudo, mas bonito mesmo, emocionante mesmo, foi o fogo de artifício, a rebentar ao som de canções da Disney, atrás do castelo das princesas.

Tomorrowland in Magic Kingdom, Disney

Castle in Magic Kingdom, Disney, Orlando

Tal como o nome promete, foi mágico. E de barriga saciada de magia, voltámos para o hotel para o mais que merecido descanso.

Fireworks in Magic Kingdom, Disney, Orlando

Tenho mais fotos aqui. E mais relatos para breve!