quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Descalorias

Actividades literalmente não aptas para todo o público foram as que fizemos para desfazer todos os petiscos que comemos durante o fim-de-semana.

O Vale de Antón é conhecido pela sua relação com a montanha; e onde há montanha, há trilhos.

Hortênsias em El Valle de Antón

Saímos de perto das hortênsias lindas e metemo-nos na floresta, trilho do Chorro del Macho acima. Subimos, subimos, subimos...

Chorro del Macho

...atravessámos pontes suspensas sobre pequenos riachos...

Chorro del Macho

Chorro del Macho

...e depois descemos:

canopying at Chorro del Macho

No dia seguinte - para gastar as calorias da refeição de Sábado - fomos fazer o trilho da Índia Dormida, uma cadeia de pequenas montanhas que parece, tal como o nome indica, uma índia deitadinha descansada. Disseram-nos que estava indicado e que não havia como perder-se, de maneira que lá fomos.

Subimos, subimos, subimos...

trekking the India Dormida

...e passámos por quedas de água:

trekking the India Dormida

Quando já estávamos bem alto, ainda estávamos a meio. Descansámos aqui:

trekking the India Dormida

...e vimos que o cume ainda estava ali:

trekking the India Dormida

Loooonge! Estava uma senhora também lá sentada, à espera de um sobrinho. Contou-nos que fazia o caminho todos os dias, três vezes: para acompanhar os filhos à escola, que tinham horários desencontrados, demorava cerca de meia hora para cada lado. Nós já tínhamos uma hora de subida.

A "recta final" do trilho tinha muito pouco de recta:

trekking the India Dormida

Era uma ladeira estreita, inclinada e coberta de pedras escorregadias. Mas o esforço valeu bem a pena, porque a vista de lá de cima da cabeça da Índia é muito bonita:

looking down to El Valle de Antón

looking down to El Valle de Antón

Ainda fomos até ao mamilo da Índia...

trekking the India Dormida

...onde demos os tradicionais saltinhos:

on top of India Dormida

Ainda lá em cima, começou a cair uma chuvinha tímida. Foi engrossando, engrossando, e a meio o caminho já estava mais parecido com um rio que com um trilho.

trekking the India Dormida

Chegámos ao carro totalmente ensopados de borrego; foi toda uma missão descolar com êxito a roupa encharcada, secar-nos e vestir a última muda seca que tínhamos.

aftermath

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Calorias

No primeiro jantar na Casa de Lourdes, partilhámos uma entrada de vieiras grelhadas:
Vieiras a la plancha

O Príncipe comeu uns lagostins (e até verteu uma lagrimita ou duas por causa do "calor" do molho crioulo)...
Langostinos con salsa creolla

...e eu, que lagostins nem cheirá-los, deliciei-me com uns gnocchis de batata com molho de agrião.
Ñoquis de papa con salsa de berro

Terminámos esta frugal (ahem) refeição com uma mousse de maracujá, também partilhada (vêem? Frugal.).
Mousse de maracuyá

No segundo dia também lá jantámos porque nos tinham ficado uns quantos pratos por experimentar. Se a memória não me atraiçoa - e a garrafa de vinho com que regámos o repasto não ajuda na tarefa -, começámos com um magnífico carpaccio de mero, partilhado entre os dois.

Carpaccio de mero

Continuámos cada qual com seu prato: o carnívoro desta família, com um tournedó com agrião e outros perlimpimpins...
Tournedo con berro tibio y salsa de ajonjolí

...e eu com um prato de corvina com tomate, pimento e coentros. E também perlimpimpins, mas a memória, tal como temia, já me atraiçoa, o que está francamente mal.
Corvina con tomate, morrón y cilantro con salsa de miso

Terminámos com um esplendoroso Heart Attack, que felizmente resulta menos ameaçador que o nome que tem:
Heart attack!

Que é que teremos feito para queimar todas estas calorias, perguntam vocês? Isso é matéria do próximo post (e não é apto para todo o público).

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Festejos

Uma celebração de aniversário de um Príncipe dura vários dias e começa, como não podia deixar de ser, diante de uma bela refeição. Fomos a um favorito nosso antes de partirmos para a nossa aventura de fim-de-semana, sobre a qual eu continuava a permanecer na total escuridão.

Baclava
(Babem, babem. É um delicioso prato de baclava, que rima com "isto é muita bom, pá.")

Aqui há uns tempos atrás, queixei-me ao senhor meu Príncipe que ele não era assim muito bom a fazer surpresas; praticamente não aguentava o segredo e começava logo a dar-me pistas, acho que porque queria mesmo, mesmo, mesmo partilhar a sua excitação comigo. Após dita queixa, transfigurou-se, metamorfoseou-se, e quis provar que eu estava errada. Conseguiu, digo eu, porque este fim-de-semana, que ele planeou para festejar o seu aniversário, foi uma total e completa surpresa que ele quis explorar até ao fim.

Ao sairmos do restaurante, levou-me a praticamente todos os lugares onde se apanhava barco ou avião para as possibilidades de um fim-de-semana fora aqui no Panamá. Chegou mesmo a procurar lugar no estacionamento do aeroporto doméstico... e a seguir depois para um hotel na selva, aqui perto da cidade, que era outra das opções. Andou, deu voltas, eu até já estava a ficar um pouquinho farta de tudo aquilo. Até que finalmente me diz que estávamos a caminho, e vai de cruzar o canal na ponte mais perdida atrás do sol posto, a caminho do Oeste. Passámos, portanto, na Ponte do Centenário, uns belos quilómetros a norte. Uma estreia.

E aqui tomámos, finalmente, o caminho para o nosso destino de fim-de-semana, o magnífico e imperdível Valle de Antón.

Puente Centenario, Panamá

Esta zona, a cerca de hora e meia de carro da capital, encontra-se no meio do vestígio de cordilheira andina que aqui temos; por estar mais elevado, tem uma temperatura mais fresca. Para alguns, estava "frio"; para mim, aqueles 26ºC eram o melhor presente do mundo, sobretudo tendo em conta que a humidade, aqui neste país, varia entre os 90% e os 98%, todo o ano.

Ficámos instalados num hotel muito bonito e cuidado, que também dispõe de spa. Chama-se Los Mandarinos e o serviço é excelente, apesar de se parecer mais com uma pensão boutique que com um hotel. É pequenino, com ar de casa de palácio de família espanhola que realmente um hotel. E isto é um elogio.

Os jardins são muito bonitos e bem cuidados e pudemos dormir em completo silêncio, coisa que roça o verdadeiro luxo.

Los Mandarinos, Antón Valley, Panama

Los Mandarinos, Antón Valley, Panama

Los Mandarinos, Antón Valley, Panama

Los Mandarinos, Antón Valley, Panama

Los Mandarinos, Antón Valley, Panama

Fizemos umas deliciosas massagens para (pigarreio) combater as calorias extra dos deliciosos jantares na Casa de Lourdes.

La Casa de Lourdes, seen from Los Mandarinos, Antón Valley, Panama

Mas essas são outras histórias.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cá longe

skyping
Por estar longe, o meu melhor amigo tecnológico é o skype. Não sei como aguentaria sem este pedaço de programação que alguma alma caridosa se lembrou de escrever. Não é que não goste do género epístola; é que aí não poderia ver as minhas queridas mais curis, fofas e bombocas Cês.

Estando fora há mais de quatro anos, a maior parte da vida da mais velha e toda a vida da mais nova foram vividas através de um ecrã de computador e dos momentos (bem aproveitados) das férias. Por isso, houve que arranjar actividades para falar e brincar com elas, numa versão pixelizada.

Já o fazia com a mais velha; agora faço-o com a mais nova: a minha interlocutora pergunta-me pelo coelhinho; eu desenho-lhe um coelhinho. Depois pede-me uma piscina; eu ponho-a à borda da piscina. Faço-lhe uma bóia, e ela exclama: "a bóia!"

Depois desenho-lhe chuchas - "a chuchinha!"; e um coelhinho que ficou no supermercado, consta que "a fazer compras". Depois ela cansa-se e vai à sua vida de menina de dois anos e meio, que é muito cheia de descobertas, de vez em quando manda uns beijinhos e outras vezes agarra-se ao "ukulele é minha!". Logo seguido de "qués?"

Esta tia, cá deste lado, baba. E conta os dias até às férias.