sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Porque sim

Só porque são bonitas, umas fotografias de umas rosas maravilhosas no Rosedal de Palermo.
Flowers everywhere

Flowers everywhere

Flowers everywhere

Bom fim-de-semana!

domingo, 15 de novembro de 2009

O meu marido é um guerreiro ninja

Ontem andávamos nós a passear e a fotografar jacarandás em flor, sentados - quase literalmente - na nuvem mais cor-de-rosa do mundo, quando de repente aconteceu o que jamais me tinha acontecido: fomos quase vítimas de um assalto.

Tudo se passou muito rapidamente e o que me lembro daqueles poucos segundos são meros flashes: no primeiro, senti dois vultos atrás e muito perto de nós. O meu pensamento, alguém que o Paulo conhece. No segundo momento, a pessoa do meu lado agarrou-se à minha mão, a que levava a máquina fotográfica. Perguntou-me "me pasás esto?" e começou a fazer força para me fazer largar a máquina. Nesse instante, da surpresa dos amigos passou rapidamente para a clareza do "isto é um assalto!" e aí gritei. Primeiro, gritei-lhe que não, que não. Fiz força para conservar a máquina na mão - e consegui, graças à correia de segurança que anda sempre, mas sempre enrolada no pulso. A miúda - nesta altura já tinha percebido que eram duas miúdas, garotas aí pelos seus vinte anos, com idade para ter juízo - só me conseguiu agarrar a bolsa da máquina e afastou-se com ela, vitoriosa, até que percebeu que lá dentro não ia nada.

A seguir, o terceiro momento, aquele que eu denomino de "instante-guerreiro-ninja": vejo o Paulo no ar, perna em riste, a dar um enorme pontapé à outra miúda. Nesse momento, percebi que a sorte estava do nosso lado, pois elas começaram a afastar-se, certamente com pouca vontade de lutar.

Conta o Paulo que, ao princípio, também tinha pensado que fosse alguém conhecido a pregar-nos uma partida (de gosto duvidoso, acrescente-se) e que, quando me ouviu gritar, percebeu que não. Sentiu uma pressão: pensamos que a ajudante lhe encostou uma chave às costas para ele se sentir ameaçado e não reagir. Contudo, ao ouvir-me gritar, defendeu-se como sabia ter mais efeito, que foi com um pontapé no flanco. A chiquita hoje deve ter acordado com uma valente nódoa negra, no mínimo.

Toda esta acção, que durou uns meros segundos (que pareceram dias), revelou-me algo que eu não sabia: quando chegou o momento de libertar a adrenalina e a agressividade da cena, saíram-me impropérios tanto em português como em castelhano, de forma igualmente natural. O Paulo comentou mais tarde que nunca me tinha ouvido dizer tantas asneiras; olhando para trás, eu não disse muitas asneiras, eu repeti-as foi muitas vezes.

Resumindo: Mães, estamos bem. Paulo+Billy, 1; miúdas parvas que nem sequer estavam a roubar para comer, já que pela compleição física se podiam perceber uns quantos alfajores a mais, 0.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Primavera

Spring in Buenos Aires

Spring in Buenos Aires

Spring in Buenos Aires

Novembro é o meu mês preferido em Buenos Aires: todos os defeitos da cidade desaparecem detrás da histérica nuvem violeta dos jacarandás em flor. O ar está morno, com a promessa do Verão (algo asfixiante) ao virar da esquina; não está nem muito frio nem muito calor. Está perfeito. Os dias são longos e o ar, para além do escape dos autocarros, também cheira a flores.

Claramente a melhor altura do ano para cá estar.

Mais fotos aqui.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bzzzzz parte II

Primavera no Rosedal de Palermo
Já o disse no blog do abbrigate* e digo-o aqui também: acredito que algures entre as fibras e as malhas do que tricotamos ficam retidos sentimentos que temos e moléculas dos lugares onde tricotamos. É por isso que levei o coletinho da C2 passear ao Rosedal de Palermo no Domingo passado.

Como vêem, a Primavera chegou em força e o coletinho quase se mimetiza com a envolvente.

Sou uma tia muito, muito babada, saudosa e...

Primavera no Rosedal de Palermo
...maluquita, como diria C1.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Faces ocultas


No "El País" de Domingo, veio um artigo sobre o novo escândalo de corrupção em Portugal. Assim de repente já imagino as cabeças que se abanam num gesto de "não, este país é uma vergonha". E, convenhamos, novo escândalo de corrupção não contribui para uma imagem muito positiva.

Contudo, vejamos o lado bom da história: a trama é investigada, chega à opinião pública e, se tudo correr bem, será processada pela máquina da justiça. Os protagonistas verão o seu nome associado a uma história suja e, se tiverem vergonha na cara, não voltam a brincar aos inimputáveis.

Já é mais do que se pode dizer sobre os casos que acontecem aqui na Argentina (e noutros países da América Latina), onde as redes de corrupção não são sequer tocadas.

E tenhamos presente que para cada corrupto activo tem de haver um corrupto passivo e que todos nós podemos escolher deixar de tolerar assumir este papel.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Wiedervereiningung

Vinte anos depois, não dá para não mencionar a queda do muro de Berlim. A Deutsche Welle está que está com uma transmissão ininterrupta e em directo desde Berlim. Nos interlúdios mostra excertos de filmagens feitas há vinte anos.

Para além da alegria do festejo, cabe aqui também fazer o comentário "mudam-se os tempos": em quase todos os planos da reportagem aparecem cigarros no enquadramento, normalmente em primeiro plano, normalmente sem mão completa a agarrá-los e, também normalmente, não pertencentes ao entrevistado. Assim como uma espécie de emplastro, mas em forma de cigarro. Alguém mais nota isso ou sou só eu?

E nos penteados? Quem repara nos penteados?

Parece que foi ontem, e afinal já passaram 20 anos. Impressionante. Gott sei dank, como me disseram uma vez, a propósito da queda do muro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Bzzzzz...

DSC05411

Imaginem umas abelhinhas a dar às agulhas para tricotarem umas coisinhas fofas para umas meninas ultra, ultra-fofas.

Uma dessas meninas ultra-fofas disse-me hoje, por skype, que vinha da escola a pensar em mim e que era mesmo comigo que queria falar. Contou-me que já sabe escrever o nome, sem olhar para o cartão!

(coração de tia muito feliz)

Felizmente já falta pouco para o Natal.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ontem

outro género de animação de rua

outro género de animação de rua

Ontem foi dia de grande animação aqui na rua. Estava eu aqui de volta do computador quando me chega ao nariz (um nariz que é um radar, diga-se) um estranho cheiro a queimado. Na rua, uma fumarada negra subia ameaçadoramente desde o segundo andar do prédio exactamente ao lado. Precisamente do prédio onde vive a vizinha que grita desalmadamente durante a noite.

A chuva caía torrencial e sair para a rua não era o que mais apetecia, mas engolir fumo negro também não. Então peguei casaco, chaves e carteira, tranquei a porta e abalei escadas abaixo até à rua. Pensei cá para comigo; "não, o computador é bonito mas não é o mais importante. Nem o tricot, nem a nova máquina de costura, nem sequer o passaporte, o importante mesmo é eu estar cá em baixo." Eu seja santa, as coisas que me passaram pela cabeça.

Os bombeiros e a polícia agiram num instante: fecharam a rua, conectaram mangueiras, apagaram o fogo e salvaram dois velhotes que não conseguiram sair sozinhos da casa em chamas. Estavam assustados, aturdidos e só um bocadinho chamuscados, felizmente. Hoje já recebi a notícia do meu serviço noticioso pessoal (a muito querida porteira do nosso prédio) que estão em observação e fora de perigo.

Ufa.