segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Há dias assim

Hoje o dia começou com uma notícia triste e o peso da distância e do oceano que me separa de Portugal fez-se sentir com força. Queria poder ter uma máquina de tele-transporte para estar em Lisboa esta noite e poder acompanhar os amigos durante o dia de amanhã. Não sendo possível, que não é, espero poder dar-lhes um grande abraço quando nos virmos, daqui a um mês.

As cores do dia foram mudando com a ida à aula de pintura, onde hoje sucedeu uma coisa maravilhosa. Hoje tivemos a última aula do ano e o exercício que fizemos foi com a modelo a dançar. Poses fixas? Nada. Dança, poses elegantemente efémeras, pincel, trincha, espátula e mãos a funcionar, desligadas do cérebro.

No último exercício o professor pôs uma música que eu levei e a resposta das pessoas foi, para a descrever de alguma maneira, electrizante. As pinturas de todos os participantes foram diferentes e todos, todos comentaram na análise final que a música tinha sido inebriante e factor decisivo no resultado.

Qual foi a música? A banda sonora original do documentário "Portugal, um retrato social", de Rodrigo Leão.

Não me canso de a ouvir.

Acrescento aqui, já que hoje a música está tão presente neste blog, que dedico aos meus amigos a magnífica obra "Requiem for a friend" de Zbigniew Preisner. Não resolve, mas consola.

"Ceguera"

Na sexta-feira fui ver o filme "Ceguera", a adaptação cinematográfica do romance "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago. Para resumir: o realizador, Fernando Meirelles, e restante equipa estão de parabéns pelo magnífico trabalho. O filme é tão potente, tão cru, tão feio, ao mesmo tempo com momentos de extrema beleza e ternura, numa alquimia perfeita. A maneira como são exploradas as relações humanas (coisa que já vinha do livro, obviamente) é de uma simplicidade maravilhosa.

Ah, como é bom poder ver coisas destas!

Buenos Aires by night (dia 30)

Buenos Aires by night_30

E assim se conclui esta série de trinta imagens da face nocturna desta cidade que me acolhe, uma cidade grande, gigante mesmo, para os meus parâmetros, cheia de coisas bonitas e de coisas menos bonitas para fotografar.

Quem me conhece sabe que eu não iria resistir à tentação de pôr aqui o Centro Cultural Konex, sobretudo para fechar esta série com chave de ouro.

No próximo dia 12, lá estarei para ouvir Kevin Johansen e seus compinchas (em arranjando bilhetes).

domingo, 23 de novembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 29)

Buenos Aires by night_29

Sobre este restaurante, o Sucre, já aqui falei. Voltámos lá recentemente com uns amigos mexicanos, que se deliciaram com o lugar e a refeição.

(Não sei porquê, mas este Buenos Aires by night anda muito relacionado com esta temática... por que será?)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 28)

Buenos Aires by night_28

Para quem já cá esteve, uma pequeníssima tortura: gelado de banana, hmmmm...

Para quem ainda não esteve: visita a Buenos Aires que se preze tem (pelo menos) um gelado de banana do Freddo. Não importa a dieta nem se está frio lá fora. Banana do Freddo é banana do Freddo e não se fala mais nisso.

Coisas chiras

Hoje falei por skype com a minha sobrinha, que me disse muitas vezes, com muito entusiasmo, gesticulando muito para a câmara do computador:

"Biiii, tenho muitas saudades de tiiiii!"

C, eu também tenho muitas saudades tuas.

Felizmente já falta pouco para o Natal.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Boliviana

Hoje vinha pela rua e encontrei uma senhora, talvez boliviana, a vender verduras. Nada de novo até aqui. O que me chamou a atenção é que tinha umas favinhas com muito boa cara. Voltei atrás e perguntei-lhe a quanto as vendia. Com cinco pesos, nada mais, trouxe um belo saquinho de favinhas já descascadas. As que vêm na vagem, gosto de as separar enquanto falo com alguém: é daqueles prazeres que têm mesmo de ser partilhados, senão não são prazeres verdadeiros.

Voltando à senhora, talvez boliviana, talvez peruana, quiçá paraguaia, estendeu-me o saquinho para as mãos, fez-me um sorriso luminoso, agradeceu-me a compra e perguntou-me se eu era boliviana.

Não sei se foi o sorriso dela, se a pergunta, se o desejo de que le salga muy rico, señora!, a verdade é que fiz o resto do caminho até casa com um sorriso na cara.

(Consideração aparentemente lateral: quanto terei eu perdido nos anos macaenses por não falar cantonense!)
Para quem perguntou o que acontece aos puzzles cá em casa, depois de estarem terminados, aqui vai a resposta:





Que é como quem diz: divido-o em placas do tamanho da caixa, ponho uma folha de papel por baixo (a maioria das vezes são duas folhas A4 coladas, à falta de uma folha A3) e coloco as camadas qual lasanha dentro da caixa.

Se me apetecer fazer o puzzle outra vez, desmancho estas plaquitas. Se me apetecer pendurá-lo na parede (coisa que não costuma acontecer, mas quem sabe um dia ainda venho a ter uma casa imensa, cheia de paredes enormes e brancas, sabe-se lá), é mais fácil que refazer do zero.

E é isto. Espero ter esclarecido as tuas dúvidas, Fungagá!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pirraça

Mnham.
É. Admito. Estou a fazer pirraça. Esta é a fruta que ando a comer a toda a hora.

(Na verdade só posso fazer pirraça porque aqui há uns meses atrás andava eu encasacada, tal como quem agora está no hemisfério norte. Além disso, as temperaturas estivais são de pouca dura porque em breve eu própria estarei encasacada a cantar músicas de Natal e a dar ti-ti-ti à sobrinha. Queixo-me? Nada. Já falta pouco!)

Buenos Aires by night (dia 27)

Buenos Aires by night_26Mesmo durante a semana, as noites de Verão são para ser aproveitadas.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Reimperdível

Quem ainda não tem Cool Iris, clique rapidamente aqui, siga as instruções e prepare-se para uma nova experiência de internet. Para quem faz pesquisa de imagens e de filmes, é mais do que imperdível. É reimperdível, como se diria por cá.

Buenos Aires by night (dia 26)

Buenos Aires by night_26

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 24)

Buenos Aires by night_24

E porque é do interesse comum, relato aqui o diálogo que mantive ontem com um dos professores de salsa, na Viruta. Aos inevitáveis De dónde sos? e Qué hacés acá? respondi que vine con mi marido (para Buenos Aires, e reparem no uso de "mi marido"). A resposta entrou directamente para o top-Argentina, apenas superada pelo episódio Bombon Suizo: "Y tu marido se molesta si te entregamos en la mañana siguiente?"

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Não está com nada

É que não está mesmo. Tem algum jeito eu ficar doente precisamente quando estou sozinha em casa? Se toda a gente sabe que a única vantagem de uma constipação é ter mimo extra e chazinho que vem ter comigo sem eu ter de me levantar... Está mal.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Missão: cumprida!



Sim, senhores ouvintes (ou leitores?), este puzzle foi concluído. Foram 3000 peças, algumas ajudas, uma ajuda grande (sim, de certa e determinada pessoa cujo nome não vou revelar aqui), muitos serões, algumas tardes de Domingo. O melhor do puzzle é mesmo não ter pressa de o fazer: quando o acabamos, (quase) deixa saudades.

Para que fique claro, quem ganhou o concurso "quem vai encontrar Portugal? e Buenos Aires?" fui eu. Pura e elementar questão de justiça. Ainda bem que o acaso cooperou!

Ora aqui está Portugal:


E aqui, Buenos Aires:




Este é um detalhe de um dos painéis.




E o próximo é...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Buenos Aires by night (dia 22)

Avenida 9 de Julio. Agora há radares.

Ainda as eleições...

Só por curiosidade, vejam aqui como são os boletins de voto em vários estados americanos.

(Voltem, boletins de voto simples, estão perdoados!)

Alegrias





É inevitável mencionar a vitória esmagadora do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos. Estas eleições tinham quase tudo para ser históricas, a começar pelo nível dos candidatos: à partida, qualquer um deles constitui uma considerável melhoria em relação ao actual presidente.

Mas passemos à frente: a vitória dos democratas deixou bem clara a vontade do povo americano e é com imensa alegria que vejo as reportagens na televisão e vejo gente feliz e contente com o resultado. Nem toda a gente estará feliz e contente (há muitos estados vermelhos lá no centro do país, curioso!), mas eu, pelo menos, estou. Estou contente. Acho que a diferença que este Presidente pode vir a fazer nos assuntos internos do país poderá ser tão importante quanto a mudança na política externa americana. E aí... aí, sim, interessa-nos a todos. Quer queiramos quer não, vivemos num mundo globalizado e o que se passa nos Estados Unidos também nos afecta a nós (a "nós" não-americanos, quero eu dizer).

A juntar-se a esta alegria, soube hoje que uma amiga ganhou uma importante bolsa de estudo, bolsa essa que ela mais que merece.

No meio de tantos cancros e crises financeiras (leia-se "más notícias"), hoje há motivos para sorrir.

Parabéns!