quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Desmentidos e confirmações

Ora aqui vai a verdade verdadeira, o desmentido das três mentiras e a contextualização das verdades escritas neste post, em resposta ao desafio lançado pelo Pedro Aniceto (Pedro? Uma das minhas irmãs já se converteu à maçã!).

1. Tenho queda para as quedas. Que é como quem diz: quando vejo alguém cair, não consigo (é que não consigo mesmo) evitar uma gargalhada (ou mais). O mesmo se passa quando sou eu a cair: quando vejo o chão perto de mim, dá-me um ataque de riso ao pensar como posso ser tão desastrada ao ponto de perder a vertical.
Verdade. Não dá para resistir. A menos que a pessoa se magoe muito, claro. Para verem a extensão do fenómeno, uma das actividades do meu dia de aniversário foi proporcionada pelo senhor meu marido, também conhecido por "Príncipe", que pesquisou filminhos do you tube que atendessem por "funny fall". Estivemos uma boa meia-hora a rir às gargalhadas, eu pelas quedas que via, ele por me ver a mim a rir que nem uma perdida.

Realmente, sou muito básica.

2. Também tenho queda para as estrelas: aonde quer que vá, encontro sempre alguém famoso. Aqui há uns meses vi o realizador Francis Ford Coppola na Boca, bairro porteño, quando esteve de visita à cidade.
Mentira. Mentira desavergonhada, mesmo. Nunca, jamais, vejo conhecidos na rua, sejam eles famosos ou não. Para além da miopia, sou terrivelmente distraída. Desde que vim para a Argentina estou absolutamente convencida de que não conheço ninguém na rua (o que era verdade quando cheguei, agora já não é) e que portanto nem vale a pena estar com atenção. Quando alguém me encontra na rua, tem de me chamar, tocar-me no ombro, acenar até que eu dê por ela. E depois vem a parte de me lembrar do nome, o que também é divertido.

Deposito a minha esperança de mudança próxima na cirurgia laser que vou fazer aos meus olhinhos míopes. No vas a quedar la mujer bionica, disse-me o médico, mas desconfio que quando o Francis Ford Coppola voltar cá eu o vou encontrar, mesmo que ele esteja noutro bairro qualquer.


3. Apesar das muitas quedas, nunca parti braços, pernas ou cabeça. Nem sequer um dedinho do pé. Em contrapartida, a minha barriga parece a cara de um pirata das Caraíbas, tal é a quantidade de cicatrizes.
Verdade. A minha mãe acha que eu exagero, como aliás podem ler nos comentários, mas mãe é mãe e é fofinha e quer cuidar da auto-estima da filha. Ora, que fique bem claro, as minhas cicatrizes na barriga são muitas (duas grandes incisões, várias pequenas) e agora até já não me aborrecem. Como não há muita volta a dar-lhes, é "botar pra Deus", como diz uma amiga minha, e fazer delas parte do meu "charme" (sim, o mesmo "charme" de quem se ri com quedas).

Em contrapartida, nem cabeça nem queixo partido, como as minhas duas irmãs. Nem pernas, braços, pés, dedos ou sequer a ponta do dente. Nada. Já tenho que chegue com a barriga!


4. O meu baptismo da vida em Buenos Aires foi feito com duas semanas de hospitalização, onde aprendi interessantes expressões em castelhano como dar de cuerpo.
Verdade. Directamente relacionado com a afirmação anterior, quando cheguei fui hospitalizada de emergência e operada duas vezes, para terem a certeza de que tudo tinha ficado bem. Como consequência fiquei com a barriga inchada durante meses a fio, o que se traduziu por muitas ofertas de lugar no autocarro e muitas mãos na minha barriga acompanhadas de então e é para quando?, por pensarem que estava grávida.


5. Adoro tudo quanto seja desportos radicais e atiro-me sem hesitar de uma ponte em bungee jumping, de um avião em sky diving ou de uma rocha de mais de 12m para uma piscina natural num rio.
Mentira. Não adoro. Bungee jumping está totalmente fora de questão e para vir a fazer sky diving vou ter de me mentalizar. Já atirar-me da rocha para a piscina natural, ah, isso sim. E gostei. Mas não repito.


6. A minha mãe já foi convidada a sair da igreja (e levar-me com ela) durante a celebração de uma missa. Não sei se faltou a luz ou se fazia parte da celebração, mas as muitas velas acesas levaram-me a cantar os "Parabéns".
Verdade. E este era o momento em que a minha mãe entrava aqui e contava a história, um pouco ao jeito do comentário no post das mentiras... Ora reza a lenda que estávamos em certa pequena (mas seguramente a mais linda) aldeia de Portugal, dotada de coreto e igreja, onde se celebrava uma missa com muita vela acesa. Eu era pequenina (um ano? Dois? Mãe..?) e, ao ver tanta vela acesa, o que fiz foi espoletar um reflexo pavloviano que tinha sido gravado em mim: "velas, logo parabéns". Assim foi. O celebrante (que felizmente ainda é amigo dos meus pais) não achou muita graça e a celebração não continuou enquanto a minha mãe não fez desaparecer a arruaceira em potência que eu era.


7. Já recebi propostas de prestação de serviços sexuais de uma tailandesa de nome (ou alcunha?) "Bee", num arranha-céus em Bangkok. A dita senhora adorou sobretudo a coincidência dos nossos nomes e achou que devia ser "coisa do destino".
Verdade. A história é curiosa e é mais um exemplo daquela estrelinha que tenho tatuada na testa e que me traz tanta alegria (sim, na minha mente simples, havendo disparate, há alegria). Encurtando muito, mas mesmo muito a história, a minha "quase-amiga" Bee ofereceu-se a páginas tantas para me fazer uma special massage (que, com o sotaque local, era "spéchá massááá"). No meu estado de torpor e de sinapses pouco cooperantes, perguntei-lhe o que era isso. A resposta foi elucidativa: massage heeeeeeeeeere...


8. Nos idos tempos da primária, liguei para o programa de rádio infantil que dava à hora do pequeno-almoço, antes do começo das aulas. À pergunta "gostas da tua professora?", eu respondi que "nem por isso". E ela ouviu.
Verdade. Não foi fácil, esse ano. No ano seguinte entrei para o ciclo, que era leccionado numa escola diferente. Encontrei a então a ex-professora na rua e ela perguntou-me se eu estava a gostar da escola nova. E como eu não aprendo mesmo, respondi-lhe que adorava, sobretudo porque quando não gostava de uma professora a aula só demorava uma hora em vez de uma manhã inteira.


9. No início dos anos noventa, numa qualquer remota aldeia da China rural, propuseram ao meu pai o vantajoso negócio de me trocar por um valioso lote de sete cabras e um serviço completo de jantar em porcelana. O meu pai não aceitou (e pensar que antigamente os pais é que pagavam o dote para se desfazerem das filhas! Deve ser amor...).
Mentira. Que me lembre, o senhor ofereceu a filha dele para vir connosco para Macau para poder ter uma vida melhor e poder entrar na universidade. Apesar de todo o glamour que o Oriente aparenta ter para os europeus, a vida na China não era (e desconfio que continua a não ser) fácil.

E pronto, está desfeito o mistério (vá, já estava). Estou curiosa por ler os desmentidos nos outros blogs!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Caiu o 3


Ando a receber sinais muito contraditórios: por um lado, aparecem-me novos cabelos brancos a um ritmo diário (não estava a contar com isto...); por outro, cai o 3 do 31.

No outro dia fui cortar o cabelo e cheguei a casa com menos de metade do que tinha, com uns farripos aqui e ali a tocar ligeiramente os ombros. O veredicto foi: gosto e pareces ter 21 anos (ainda agora se casou e já trocou a mulher por uma mais nova... ao que chegámos!).

juro que não lhe paguei para dizer tal coisa. Mas agora que caiu o 3 fico a pensar: será que estou com aquilo que atacou o Benjamin, o Button?

Verdades e mentiras sobre mim

Toda a gente sabe que este é um blog com um elevado grau de palermice e que não costuma ter um conteúdo particularmente interessante. Portanto, até nem vem destoar por aí além o presente post, em que tenho de dizer nove coisas sobre mim, três das quais desavergonhadas mentiras. Foi um desafio lançado pelo Pedro Aniceto, e como ao Pedro Aniceto não se nega nada (pigarreios), aqui vai.

1. Tenho queda para as quedas. Que é como quem diz: quando vejo alguém cair, não consigo (é que não consigo mesmo) evitar uma gargalhada (ou mais). O mesmo se passa quando sou eu a cair: quando vejo o chão perto de mim, dá-me um ataque de riso ao pensar como posso ser tão desastrada ao ponto de perder a vertical.

2. Também tenho queda para as estrelas: aonde quer que vá, encontro sempre alguém famoso. Aqui há uns meses vi o realizador Francis Ford Coppola na Boca, bairro porteño, quando esteve de visita à cidade.

3. Apesar das muitas quedas, nunca parti braços, pernas ou cabeça. Nem sequer um dedinho do pé. Em contrapartida, a minha barriga parece a cara de um pirata das Caraíbas, tal é a quantidade de cicatrizes.

4. O meu baptismo da vida em Buenos Aires foi feito com duas semanas de hospitalização, onde aprendi interessantes expressões em castelhano como dar de cuerpo.

5. Adoro tudo quanto seja desportos radicais e atiro-me sem hesitar de uma ponte em bungee jumping, de um avião em sky diving ou de uma rocha de mais de 12m para uma piscina natural num rio.

6. A minha mãe já foi convidada a sair da igreja (e levar-me com ela) durante a celebração de uma missa. Não sei se faltou a luz ou se fazia parte da celebração, mas as muitas velas acesas levaram-me a cantar os "Parabéns".

7. Já recebi propostas de prestação de serviços sexuais de uma tailandesa de nome (ou alcunha?) "Bee", num arranha-céus em Bangkok. A dita senhora adorou sobretudo a coincidência dos nossos nomes e achou que devia ser "coisa do destino".

8. Nos idos tempos da primária, liguei para o programa de rádio infantil que dava à hora do pequeno-almoço, antes do começo das aulas. À pergunta "gostas da tua professora?", eu respondi que "nem por isso". E ela ouviu.

9. No início dos anos noventa, numa qualquer remota aldeia da China rural, propuseram ao meu pai o vantajoso negócio de me trocar por um valioso lote de sete cabras e um serviço completo de jantar em porcelana. O meu pai não aceitou (e pensar que antigamente os pais é que pagavam o dote para se desfazerem das filhas! Deve ser amor...).

As demais regras desta corrente de mentiras e verdades ditam que eu deveria determinar quais são as mentiras do Pedro Aniceto. Furto-me a isso porque já li as respostas (e ainda bem, porque me ri que nem uma perdida - entre verdade e mentira a linha que separa o verosímil do inverosímil é muito ténue).

Mais devo indicar nove pessoas para seguirem esta corrente. Ora Artur, ora Artur, deixa cá ver, deixa-me pensar, tentar não repetir... Pois então os próximos nove a quem passo a batata quente são os autores dos seguintes blogs:

Beautiful stranger
Prainha
Refogado e Hortelã
Dicforte
O pulo e o laranjo
A soma dos dias
Correio Azul
Kafka na Praia
Macau

As soluções, para breve...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O chamado amor à camisola

...I´m actually wearing the pure wool sweater!

Diz que o amor à camisola não é bem isto, que é outra coisa assim, sei lá, mais nobre. Mas esta camisola com mochinhos deixou-me totalmente apaixonada e desejosa (eu, desejosa!) que chegue o Inverno (eu, desejosa que chegue o Inverno, sendo que de há dois anos para cá me sinto perseguida por Invernos atrás de Invernos, sejam austrais ou setentrionais!).

Acabei-a no Sábado, aliás, para verem a extensão do fenómeno, até me levantei mais cedo do que a hora a que me levanto durante a semana para lhe poder ir coser os botões. E, para verem mesmo a loucura, quando terminei de coser os botões vesti-a (apesar do calor e da humidade que se faziam sentir), fotografei-me e fiz-me fotografar em diversas poses, com diferentes graus de detalhe, ao sol e à sombra, enfim, toda uma miríade de opções.

Depois disto, não sei. É como terminar um livro tão, mas tão bom, que uma pessoa se sente um bocado órfã. Sim, é isso, sinto-me órfã de camisola.

(Para os possíveis interessados, a receita, gratuita, encontra-se aqui.)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ah! Abri a minha loja online!

01_leafy garden

Bem sei que não é o âmbito deste blog, mas como considero isto um objectivo cumprido, não resisto a anunciá-lo aqui no "Entre...": tenho uma nova loja online!

Ali à direita pus um botãozinho-passagem directa para lá, sem passar pela casa da partida, nem receber dois contos, como no Monopólio. Espero que gostem do que lá encontrarem!

(Um pequeno parêntesis para referir ainda que de momento, estão dois conjuntos de cartões à venda. Se quiserem ver mais fotografias do que aquelas que aparecem na loja, aqui vão os links:

Four seasons cards
Leafy garden cards

Aaaaai, que emoção!)



Ontem tive aula de pintura. Durante o Verão, as aulas têm um formato diferente das do ano lectivo normal. Por um lado, os colegas são outros, maioritariamente pessoas que querem começar a pintar e que aproveitam os cursos de curta duração dos meses de Janeiro e de Fevereiro. Por outro, ao contrário do que acontece entre Março e Novembro, não há modelo.

Ao princípio, a ausência de modelo deixou-me um pouco aflita, pensando assustada que iria pintar, no meio de tantas possibilidades. Aos poucos (ontem foi a terceira aula de quatro), o pânico desapareceu e aproveitei para pintar o que não costumo fazer durante o ano, ou seja, experimentar coisas novas e tentar exprimir-me de maneiras diferentes. Até ao momento, estou a divertir-me - aliás, pasarla bien, para usar a terminologia local carregada de rigor científico, sempre foi o que tentei fazer. Tem-me servido muito, esta atitude: quando não me importo demasiado com o resultado, este costuma ser melhor do que quando me preocupo com o que estou a fazer.

O exercício de ontem foi o de fazer uma composição com contrastes feitos com misturas das cores primárias e branco. Essas misturas teriam de ser feitas na paleta e aplicadas lisas no suporte. Ora toda a gente sabe (hmm, se calhar não é toda a gente, mas eu sei muito bem!) que sou um bocado preguiçosa na hora de estar a remexer as tintas até as misturas ficarem bem homogéneas, portanto aquilo que deveria ser uma cor lisa é uma cor "cheia de matizes de outras", o que - apesar de fugir do exerício proposto - me enche de alegria visual (será que isso existe?)

Este foi o resultado, que me deixou muito satisfeita.

Para ver mais pinturas, aqui.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A minha camisolinha dos mochos


Ai, vida, até que ponto é que uma pessoa pode gostar de uma camisola que está a tricotar? Hmmm? Pois é. Eu estou apaixonada por esta.

Vêem as agulhas lindas? Presente de aniversário de um Príncipe!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Colonia de Sacramento, agora e sempre

la dulzura puede cambiar el mundo
É com alguma surpresa que reparo que há já uma semana que nada escrevo aqui no "Entre...". E não é que não se tenha passado nada por estas bandas - pelo contrário, está sempre a acontecer qualquer coisa, mesmo que de importância mínima para o resto do mundo (e todos nós sabemos que a relevância do que aqui se publica é bem diminuta).

Na semana passada fui até Colonia de Sacramento, cidade uruguaia fundada por portugueses, cujo centro histórico guarda muito encanto sobretudo para quem vive no bulício de Buenos Aires. Entre uma e outra existem 60km de Río de la Plata, o que marca toda uma miríade de diferenças. O que deste lado tem de agitado, tem Colonia de descanso e de tranquilidade.



Contudo, esta visita foi especial: enquanto passeávamos com um passo ajustado ao ritmo que lá se vive, a mãe do Paulinho encontrou um aviso para um café que prometia ser o "best well kept secret" de Colonia. E não mentiram.

Tea at Lentas Maravillas, in Colonia de Sacramento, Uruguay

Neste sítio, onde a lotação de um jardim imenso é de apenas quatro mesas, onde o serviço é simpático, sorridente e muito tranquilo, onde tricotei quase uma manga inteira da camisola que estou a fazer, o chá é chá e a bolacha com pepitas de chocolate é feita com chocolate verdadeiro. Verdadeiramente Lentas Maravillas.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ontem



(Obrigada por todas as mensagens fofas!)

Aqueduto de Lisboa

Nota: lembrei-me agora que ainda não consegui decorar a palavra "aqueduto" em castelhano. Aaaargh! A idade não perdoa...



Mesmo antes de regressar à Argentina tive a belíssima oportunidade de visitar o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, graças à iniciativa da minha amiga Noor. Para quem não sabe, a Noor, para além de talentosa pintora em batik, também é uma belíssima guia, contando as histórias da história entremeadas com as histórias do dia-a-dia. Na visita, explicou-nos coisas tão complexas como as inúmeras datas da construção do aqueduto como também nos falou dos rituais da utilização da água naquele tempo. Ficámos a saber, por exemplo, quem se lavava primeiro na hierarquia doméstica. E, há que dizê-lo, contou-nos isto sempre com muita graça.

Mas da visita ao Aqueduto ficou-me mais do que os episódios curiosos da sua história: foi também um passeio que funcionou como despedida de Lisboa e dos amigos que me acompanharam na travessia do vale de Alcântara, numa manhã em que São Pedro nos deu um bocadinho de tréguas.

A minha cidade é linda, não é? Mesmo com chuva...

Acrescento aqui outra nota: a partir de Março, penso eu, o Aqueduto volta a abrir as portas ao público. Na Epal devem saber informar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O chamado "haja saudinha"

Hoje, enquanto esperávamos na escada pelo início da nossa aula, reuniu-se um grupo internacional com dois argentinos, uma brasileira, uma portuguesa (eu mesma) e três espanholas. Comentávamos como estava a ser horrível o Inverno no hemisfério norte, cada qual com respectiva experiência feita durante a estadia natalícia. O Inverno, claro, e a crise, que só se fala em crise, que há uma depressão generalizada por causa da crise, do frio e da chuva, que parece não querer dar tréguas.

Aí, os argentinos riram-se da nossa fraca capacidade de lidar com a dita crise (ou, pelo menos, de nos animarmos apesar da crise):

Crise? Em crise vivemos nós desde sempre, já não é novidade...!

Tive de me rir, realmente, haja saudinha (como diziam as avós), tranquilidade (como dizia o Paulo Bento) e boa disposição (digo eu?) porque a vida não acaba com a crise.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fim-de-semana, tão longe me vais ficando...

Juro que não é para fazer inveja a quem está a passar dos Invernos mais rigorosos dos últimos anos, mas a verdade é que já tinha muitas saudades do Verão. Para quem está no Brasil, nada desta converseta faz sentido. Mas para quem está em Portugal, lembrem-se que enquanto vocês estavam na praia, eu estava a ter Inverno. Aliás, às vezes sinto que estou sempre no Inverno, ou que o Inverno me persegue, com frio, chuva e pés molhados.

Ainda bem que isso acabou, pelo menos por mais um par de meses - espero!

by the pool - oh, how I love you, dear summer

Mas entre banhos de sol e de piscina comecei a leitura de um livro muito perturbante, "As Benevolentes", de Jonathan Littel. Foi presente da minha tia há já um ano, mas só agora o comecei. Não só a temática é pesada como o próprio livro também: na balança digital do quarto do hotel onde estivemos aproveitei para o pesar com exactidão e o mostrador devolveu-me um valente kilograma e meio. É muita cultura, poderia eu pensar, mas dada a temática é mesmo muita matança.

(a história, resumindo-a muito, é a Segunda Guerra Mundial contada por um oficial alemão. Que isto não vos desencoraje porque o texto é muito interessante, sobretudo por nos permitir ler algo que foge da perspectiva "dos bons" e "dos maus" da guerra. Não é aconselhável a estômagos fracos, mas é realmente um livro marcante.)

Voltando às coisas boas do Verão (e quantas vezes pensei eu, ao ler aquelas páginas, que bom era estar a lê-las e não a vivê-las), descobri que o tricot à beira da piscina é uma actividade muito relaxante. E não estando o dia abafado, ninguém chega de facto a torrar apesar de ter uma ovelhinha em forma de camisola a nascer no colo.

Portanto tricotei, tricotei, tricotei.

Owls today

Quando me cansei, li, li, li. Nadei, apanhei sol, jantei muito bem, passeei ainda mais. Viva o Verão!