terça-feira, 10 de novembro de 2009

Faces ocultas


No "El País" de Domingo, veio um artigo sobre o novo escândalo de corrupção em Portugal. Assim de repente já imagino as cabeças que se abanam num gesto de "não, este país é uma vergonha". E, convenhamos, novo escândalo de corrupção não contribui para uma imagem muito positiva.

Contudo, vejamos o lado bom da história: a trama é investigada, chega à opinião pública e, se tudo correr bem, será processada pela máquina da justiça. Os protagonistas verão o seu nome associado a uma história suja e, se tiverem vergonha na cara, não voltam a brincar aos inimputáveis.

Já é mais do que se pode dizer sobre os casos que acontecem aqui na Argentina (e noutros países da América Latina), onde as redes de corrupção não são sequer tocadas.

E tenhamos presente que para cada corrupto activo tem de haver um corrupto passivo e que todos nós podemos escolher deixar de tolerar assumir este papel.

4 comentários:

Mariana Ramos disse...

Bom, bom, bom...
Desta vez, houve uma coisa interessante: um dos senhores envolvidos pediu a suspensão do mandato; para outros o tribunal obrigou e ainda há alguns a debater-se (se calhar, são mesmo inocentes...)
A nossa experiência (caso Casa Pia, Freeport and so on) é que se fala muito disso, o tempo vai passando, o público vai esquecendo e quando chega ao julgamento pouco ou nada se prova. Mais uma montanha a parir um rato. É mais ou menos este o espírito com que encaramos estas coisas...
De qualquer modo, tb acho que é melhor do que na A. S.
Beijinhos
M.

alcinda leal disse...

Vamos ser optimistas e acreditar que sim!
Há, de facto, algumas diferenças desta vez!
Mas a justiça devia ser mais rápida e eficaz!
E então os Camorra, conheces?
Eu gostei de os ouvir.
Bjs
Tia Alcinda

Billy disse...

Sejamos optimistas, sim.

Tia, não conheço os Camorra. Vou ver se os encontro por cá.

Beijinhos!

fungaga disse...

O pior é quando a corrupção passiva existe não por indiferença, mas porque dela depende o teu ordenado e o sustento da família...

Sabes, acho que este pessoal nem achava que era corrupto. Simplesmente, achava que era sempre assim que se fazia e que estava acima da justiça. É fantástico que agora se levantem todas estas lebres, estaremos cá para ver os resultados. Será que, no fim, sobra alguém, nessas administrações duvidosas, para administrar?