Esta é uma das retrosarias onde me costumo abastecer aqui no Panamá. É aquela em que, um certo dia, me obrigaram a trazer um saco plástico porque o dono
não era ecologista. Podem ter agora a dúvida - justificada! - de porque é que continuo a lá ir e a resposta é muito simples: é que não há grande alternativa.
Quando comecei a fazer o
quilt (já terminado, nem sei porque é que ainda não o mostrei aqui), notei que o meu x-acto de tecidos, uma jigajoga parecida com um cortador de pizza, era mauzito. Em vez de cortar, vincava, e não havia lâmina que cortasse, depois de experimentar todas.
Pus-me portanto à procura de um novo. Cá, curiosamente, a resposta é que tal coisa não existe. Não é que não têm, mas sim que não existe. Que não há, que não trazem e que não existe, e não há volta a dar. Não é não é não.
Ontem, fui lá de novo e casualmente fotografei a parede exterior da retrosaria, tematicamente decorada. Deve ter sido bem bonita em tempos que já lá vão, mas hoje está descascada, numa rua onde cheira a chichi e o lixo abunda.
O algodão, contudo, não engana: vejam lá que objecto está representado no canto superior direito, acima da fita métrica.
Sou só eu que vejo o tal objecto que não existe porque não há e não se fabrica?
10 comentários:
Se calhar, é só um problema de comunicação. Na próxima, mostras-lhes a fotografia da fachada deles.
Bjs.
M
Bi, deixa estar! Se quiseres, mando-te um aqui da Mauritânia, onde a arte do quilt e da costura faz parte integral da vida local. Vamos testar a eficácia dos correios entre a Mauritânia e o Panamá? ;)
Pois, deve ser problema de comunicação e muita falta de vontade! :D
Bau, tira fotos! Estou tão curiosa, tira fotos, tira!
É que ali antes era uma pizzaria e sobrou aquele bocado pintura na parede...
Queres que te mande um?
fungaga
Obrigada, Fungagá, mas já consegui, com grandes manobras, comprar online e pedir a uma amiga que me trouxesse dos EUA. Loucura! Mas chegou. :)
Beijinhos!
Em Barcelona, depois de ter explicado, inclusivé dito a palavra em espanhol (cilantro), na mercearia disseram-me (várias pessoas, donos e clientes) que tinha inventado! Não existia tal coisa, isso do coentro era invenção minha. Assim de simples, não conheço, nunca vi, logo a estrangeira sulista (vivia com duas colombianas e tinha apanhado o sotaque) tinha inventado. "No, no, eso no existe...". A salsa sim, agora a outra erva aromática não existia. Só faltou mesmo (muito pouco) de me chamarem doida varrida.
Tens a minha total solidariedade!
Namasté!
Olá Billy!
Aquilo que está no desenho não é o que tu queres! Aquilo chama-se uma "recortilha" e serve para marcar moldes, isto é, para passar um desenho em papel para o molde em cartão. Fazes o desenho da peça que queres cortar num papel, pões o cartão por baixo e vais percorrendo as linhas com esse instrumento que vai fazendo pontinhos e picando o cartão ou papel que estiver por baixo. Depois é, literalmente, unires os pontos.
Pelo que percebi, o que precisas é uma lâmina para o cortador rotativo (ou faca de cortar pizzas para tecidos).
E é bem capaz de não haver no Panamá. Eu própria só há pouco tempo é que comecei a ver esse instrumento nas retrosarias portuguesas. Talvez porque começa a haver muita gente interessada em patchwork :)
Isto é uma recortilha: http://retrosaria.rosapomar.com/products/marcador-dentado-para-tecido-tracing-wheel-serrated-edges
Isto é um cortador rotativo: http://retrosaria.rosapomar.com/collections/patchwork/products/091511300628
Ahimsa, será coisa dos hispanófonos? Não admitir sequer que algo que não conhecem possa existir? ;)
Luísa, obrigada, já a tenho aqui comigo, depois de muitas peripécias. Realmente não conheço essa ferramenta que mencionas mas, pensando bem, não é assim tão diferente quanto isso; creio até que se pode fazer a mesma coisa com o "rotary cutter", pondo-lhe apenas uma "lâmina" que não corte (ou que pontilhe).
No meio de tudo isto, o que mais me irrita não é que não tenham; é que me digam que não existe. Só porque não conhecem, não quer dizer que não exista!
Beijinhos.
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