Seguindo as recomendações dos amigos
chapines (guatemaltecos), assim que aterrámos no aeroporto
La Aurora (que nome lindo!), na Cidade da Guatemala, encaminhámo-nos directamente para a antiga capital do país, cujo nome é, sem surpresas, Antigua Guatemala.
O nome pode não ser surpreendente, mas a cidade é. Mais tarde ficámos a saber que já não era a primeira capital, mas sim a terceira, depois de Iximchel (que não visitámos) e Ciudad Vieja (que visitámos, de bicicleta, e fica a poucos quilómetros de Antigua). A cidade está rodeada por três vulcões, visíveis de todos os pontos da sua planta e que muito ajudam à orientação. Ao sul, o vulcão de Água, assim chamado devido a um triste acontecimento em 1541, quando uma imensa enxurrada de água estagnada acumulada na cratera, juntamente com lama e terra, inundou a então capital. A sua destruição ditou a mudança da capital de Ciudad Vieja para Antigua. Os outros dois vulcões são a oeste da cidade: Fuego e
Acatenango, que subimos.
Antigua é o arquétipo de cidade colonial espanhola, com a sua praça
mayor - aqui, denominada de Parque Central, já que é arborizada - onde se localizam os palácios de governo e a catedral. É, literalmente, o centro da cidade e também o seu eixo: a partir daí, as avenidas denominam-se pelo seu número, seguido de "norte" ou "sul" e as ruas, por seu turno, pelo ordinal, seguido de "nascente" ou "poente". E por se tratar de uma grelha, a orientação é facílima em Antigua, sem surpresas.
As ruas são calcetadas à maneira antiga e a construção, bastante preservada, é colonial; em cada rua há uma igreja, mais ou menos recuperada, ou um mosteiro reconvertido em hotel. É esta riqueza de património - e a sua conservação - que conquistaram a certificação da Unesco como Património da Humanidade.
É uma cidade que conta com boa infra-estrutura turística e que tem muitas escolas de espanhol como língua estrangeira. Por isso, a sua população flutuante consiste de muitos estrangeiros que aí permanecem por temporadas, fazendo da cidade uma base para as explorações da região dos vulcões.
Os restaurantes são muitos e variados e, para nossa imensíssima alegria, descobrimos que os guatemaltecos gostam de sopa. Há sopa a toda a hora e a toda a refeição, normalmente acompanhada por uma fatia ou duas de pão. Pela primeira vez, comi sopa de
tortilla negra, uma sopa de vegetais com pedaços de tortilha feita com milho negro (seguramente tem um nome específico, que eu desconheço).
Passámos dois dias em Antigua, onde nos cruzámos várias vezes com as procissões por ocasião da Semana Santa. Quem quiser apreciar a religião de forma bem teatralizada, muito tétrica, ver homens mascarados de carrascos e meninas pequeninas com andores pesadíssimos aos ombros, não pode perder Antigua nesta época. Para mim, todo este espectáculo é um pouco excessivo, mas quando me cansava mudava de rua e via outra fachada linda.
Depois destes dois dias, usámos a cidade como ponto de partida para explorar os arredores. Contratámos passeios com duas agências, uma delas recomendada abaixo, e aproveitámos o calor com que nos receberam no Hotel Cirilo, um lugar que aconselho vivamente a quem gostar de alojamento cómodo, limpo, com um acolhimento familiar e com todos os confortos de um hotel de primeira categoria.
As nossas recomendações são:
Hotel Cirilo
Old Town Outfitters (a agência de viagens com passeios bem alternativos)
Temos muitas recomendações de restaurantes, mas essas ficarão para outro momento.
E para quem quiser ver mais fotografias, a colecção flickriana - ainda em actualização - encontra-se
aqui. Muitas fotos são do Príncipe, a quem agradeço; ele tem um olho perspicaz e é rápido nos reflexos, tendo tirado fotografias espectaculares durante as férias.
2 comentários:
Eu também quero ir!
Com um relato destes, fica-se com vontade de ir explorar todos estes sítios, saborear a comida, socializar...
Obrigada pela partilha e beijinhos
M
Que maravilha de post, obrigada :-).
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