segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cartas do México

Street bench, Mexico city

A Rua da Amargura afinal existe (em San Angel, Cidade do México)

Até o chão é lindo em San Angel, #méxicodf

Nunca uma cidade me surpreendeu tanto, e tão positivamente. Terá sido porque as minhas expectativas eram realmente baixas, depois de tantos avisos quanto à segurança, ao trânsito intenso, à poluição do ar. Imaginava uma cidade gigantesca (que é), onde não podia caminhar pela rua, nem andar num autocarro, muito menos ter cara de estrangeira (que também tenho).

Mas não: após alguns dias aqui, estou fascinada com esta cidade. Cada bairro (e são muitos) é como uma pequena cidade dentro da cidade, e portanto atmosfera muda de rua para rua. É uma cidade cortada por vários eixos, de vários quilómetros, onde o trânsito é, de facto, ensurdecedor. E um quarteirão ao lado, nem mais nem menos, estamos no interior do bairro, ouvem-se os passarinhos e circula o ocasional carro, que abranda para me deixar atravessar.

A #cotel, no #panamá, já recebia esta mensagem. #méxicodf

Walking here is a pleasure, there are details to be found everywhere. #méxicodf

There's beautiful type everywhere. #méxicodf

"...and your address is, please?" #méxicodf

 Em muitas ruas me sinto em Buenos Aires, mas sem estar. As caras aqui, contrariamente ao que acontece na cidade meridional, são mestiças, desde o executivo até ao vendedor de rua. As pessoas são de uma simpatia que há muito não vejo - talvez desde que estive a fazer compras no comércio de bairro lisboeta. A vendedora de tecidos artesanais esteve a mostrar-me as diferentes moedas, quando lhe disse que ainda não as conhecia muito bem; foi até buscar a de 20 centavos de peso (1 cêntimo de euro) para que eu a conhecesse. Mostrou-me tudo o que fazia com os tecidos que vendia, desde o avental que trazia até à encomenda de guardanapos para um restaurante. Mais do que uma transacção, foi uma bela conversa. Saí com a alma cheia de sorrisos e voltei à rua, onde me senti tranquila, segura, e onde ainda não ouvi um único piropo (assédio, gente, assédio).

E já que falamos em costumes machistas, ou a ausência deles, também me surpreendeu muitíssimo que aqui os casais homossexuais dêem livremente as mãos em público, se beijem e abracem, sem serem olhados de relance ou serem apontados. Para mim, mais que um sinal dos tempos é indício de desenvolvimento social. Não sei se será assim em todo o lado, mas aqui, certamente, é.

The Metrobus is the best in terms of public transportation! #méxicodf

Até agora, usei o Metrobus, transporte público colectivo idealizado em Curitiba e importado por tantas cidades (Bogotá é uma delas). Trata-se de um "metro" de superfície, em que as carruagens, na verdade, são autocarros. O acesso é feito através de estações elevadas, de acesso reservado, e os veículos circulam em faixas dedicadas e isoladas, nas maiores avenidas. Não exagero quando digo que passam com intervalos de 15 a 30 segundos e as viagens têm um custo de 5 pesos (30 cêntimos de euro). Além disso há o Metro, que usarei amanhã e que tem uma extensa (e segura) rede.

É por tudo isto que a Cidade do México me conquistou de supetão, quando menos esperava. Estou fã, fã - e se tiver oportunidade, volto.

The Angel on Paseo La Reforma, México City

A colecção de fotografias, no flickr, encontra-se aqui.

4 comentários:

Bau disse...

Que bom!!! E tao bom quando nos apaixonamos assim, sobretudo de surpresa! Ainda bem que estas a gostar, e ainda bem que ha lugares assim. Mais um lugar onde fico ansiosa por ir, sobretudo por tua causa. Boa Bi!

Anónimo disse...

Ó mulher, tu pára quieta, que eu ando cheia de trabalho e não acompanho os posts de viagens a esta velocidade :-)

fungaga

Anónimo disse...

Levei a semana sem vir ver o teu blogue, porque pensei que não o actualizasses, em viagem.
Hoje, fui surpreendida, pela existência de um post de há uma semana.
Nada como ir aos lugares para acabar com os esterótipos.
Bjs.
M

Ana disse...

Só uma nota para dizer que foste linkada pelo Pedro Aniceto no Cão sem Pulgas!!!! Chique a valer!!!