sexta-feira, 6 de junho de 2008

Bolívia parte II: Lago Titicaca

O Lago Titicaca - enorme do género "não-se-vê-a-outra-margem" - é o que resta de um lago antigo alojado numa depressão entre duas franjas da cordilheira dos Andes. Esse antigo lago primitivo secou e deixou lagos mais pequenos e fenómenos como os salares, entre eles o de Uyuni. Na Bolívia, a crista da cordilheira divide-se em duas e o que fica no meio é uma forma vagamente parecida com uma bacia. Agora que a sua grande maioria está seca, chamam-lhe o "altiplano", que já aqui falei.

O Lago Titicaca é então uma enorme reserva de água doce no meio da aridez desértica dos Andes nesta zona do continente. À beira do lago está Copacabana, a nossa primeira paragem. Tal como a do Rio de Janeiro, também tem uma praia. Ao contrário dela, a água é fria, o ar também, e há um cheiro omnipresente a urina no ar.

A questão da falta de casas de banho públicas na América Latina agrava-se bastante na Bolívia e é quase um desporto-barra-piada fazer chichi onde quer que seja, sobretudo onde diz "prohibido orinar".

Voltando a Copacabana, a sua atracção principal, à parte o lago, claro está, é ter uma igreja do estilo mudéjar com uma estátua da Virgem de Copacabana lá dentro, que se diz ser muito milagrosa. A igreja é mais bonita por fora que por dentro, apesar de estar toda restaurada. Mas, para mim, o mais bonito é mesmo as portas de madeira esculpidas que contam a história do escultor da estátua da Virgem, em modo de banda desenhada.






A igreja de Copacabana...



...com suas portas de madeira trabalhada. Gosto especialmente das nuvens!

Depois de visitarmos a Igreja tivemos uma espera valente pelos companheiros da etapa seguinte da viagem: um passeio de barco até à Ilha do Sol, onde infelizmente ficámos tão pouco tempo que não deu para ver quase nada. Mas o que vimos é lindo:





E como não podia faltar o disparate:

Alguém cuja identidade não vou revelar obrigou-me a mascarar-me e pôr-me a remar. O dito remo era tão pesado que o rapaz que estava mesmo a remar não o pôde largar o tempo todo, não fosse ser necessário mergulhar nas águas bem frias do lago para o recuperar.

E numa das muitas esperas do dia:



Não houve falta de oxigénio que detivesse o saltinho!

1 comentário:

Mariana Ramos disse...

Aqui vai um comentário, para não estares triste.
A viagem deve ter sido espectacular! Nós, como não fomos, ficamos a saber alguma coisa com a tua descrição minuciosa e bem disposta.
Fico à espera da parte III.
Beijinhos