terça-feira, 26 de junho de 2007

Colômbia parte III: Cartagena City Tour

Uma das atracções na visita a Cartagena é o city tour numa típica chiva, um veículo local de passeio adequado ao calor e ao carácter festivo, com ventilação natural e muita, muita cor. No fundo, é uma camioneta parecida com um eléctrico de São Francisco, só que muito, mas mesmo muito ruidosa. Cada uma tem um nome e a que nos calhou era "Heróica". Heróica, sim, porque lá subiu a inclinada ladeira até ao convento, sobretudo tendo em conta que o peso médio dos passageiros era largamente superior aos nossos (somados).

Arranjámos, na boa tradição da família Monteiro Ramos, nominhos para todos os participantes do passeio, inclusivamente para o tonto que ia a fazer a reportagem em vídeo e que vendia o DVD a 50 000 pesos colombianos (algo como 25 euros, após consultar o meu conversor humano de divisas). Explicou-nos, entre dois monumentos, o conteúdo do seu magnífico DVD e pediu-nos que manifestássemos atempadamente o nosso interesse para que pudesse filmar-nos mais... claro está que o meu jogo durante a tarde passou a ser a "fuga ao filme", escondendo-me sempre subtilmente atrás de alguém. Ele percebeu e passou a chamar-nos o tempo todo: "Portugal, Portugal! Donde está el cabrón? En la mochila?".

(faço aqui uma pausa dramática para enfatizar a pergunta anterior e esboçar a que se impõe: "cabrón? hmmm?". Preocupação no rosto da minha Mãe: "ai, desgraça da rapariga agora aqui a dizer tantos disparates, para o que lhe deu!". Mãe, nada temas: tudo tem uma explicação.)

No convento, o guia contou uma lenda sobre um "cabrón" que tinha desaparecido. Confesso que não me lembro bem dos pormenores mas aparentemente o tal "cabrón" refere-se a um bicho que era adorado e provavelmente sacrificado por seitas não-cristãs, o que provocou o estupor nos primeiros missionários que lá chegaram ao alto do monte e se depararam com o espectáculo.

No meio disto tudo, o choné do homem-vídeo teve sorte: esboçámos o nosso melhor sorriso amarelo e não respondemos torto...

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