terça-feira, 14 de outubro de 2008

A devida homenagem

Na sexta-feira passada pudemos finalmente visitar a nossa amiga S., internada no hospital há um mês e meio com um diagnóstico, no mínimo, complicado. Não pensem, contudo, que foi uma ocasião triste, nem mesmo solene ou da circunspecção típica destas ocasiões. Foi - salvaguardadas as respectivas diferenças - como ir beber um café com uma boa amiga.

Não, não creio que ela esteja em negação; penso apenas que tem um espírito optimista e muito lutador. E, honra lhe seja feita, mesmo doente e com a cabeça cheia de peladas, continua a ser o máximo! Para além de bonita, tem um bom humor e não pára de contar piadas com a pinta de quem não entende porque é que tem tanta graça, mas tem.

Por achar que a futilidade e a superficialidade são sinais de muita força em momentos de adversidade, deixo aqui apenas um pequeno apontamento da conduta da S. E que fique bem claro que eu, em situações absolutamente normais, não tenho paciência para fazer (nem uma fracção de) o mesmo.

Ora a história é a seguinte: telefona-lhe o médico que lhe tinha feito a consulta domiciliária urgente com os resultados das análises, aí coisa da uma da manhã, e diz-lhe que se interne naquele momento. Nem no dia seguinte, nem daí a umas horas, mas sim imediatamente. Pois ela, mulher que é, cheia de espírito que é, foi preparar-se para o momento: tomou duche, aplicou banho de creme no cabelo, secou e alisou o cabelo, pintou as unhas dos pés e das mãos e depois foi acordar a mãe para a avisar que tinha de ir para o hospital.

Quem se cuida assim não é gago. Ou lá o que quer que seja que se aplique ao caso.

Que te mejores rápido, querida S. Te queremos y te esperamos para brindar con vos y con nuestro vino de Porto, como combinamos.

1 comentário:

Mariana Ramos disse...

Que melhores depressa, S.!
O vinho do Porto não pode esperar... Além disso, corre a teoria de que um cálice dele por dia, cura todas as maleitas e faz viver até aos ... muitos.
Por que não experimentas?